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Venezuela

- Publicada em 01 de Agosto de 2017 às 15:53

Três deputados rompem com o governo Maduro

Maduro vem enfrentando protestos de diversos setores da população

Maduro vem enfrentando protestos de diversos setores da população


JAVIER SORIANO/ AFP/JC
Três parlamentares da Venezuela anunciaram ontem o rompimento com o partido pró-governo Grande Polo Patriótico. Eles formarão um novo grupo, contrário ao projeto do presidente Nicolás Maduro de reescrever a Constituição. Um dos dissidentes, o deputado Eustoquio Contreras, disse aos legisladores na Assembleia Nacional, controlada pela oposição, que o país está em crise e caminha para uma guerra civil, o que precisa ser evitado.
Três parlamentares da Venezuela anunciaram ontem o rompimento com o partido pró-governo Grande Polo Patriótico. Eles formarão um novo grupo, contrário ao projeto do presidente Nicolás Maduro de reescrever a Constituição. Um dos dissidentes, o deputado Eustoquio Contreras, disse aos legisladores na Assembleia Nacional, controlada pela oposição, que o país está em crise e caminha para uma guerra civil, o que precisa ser evitado.
O Grande Polo Patriótico é uma coalizão de 17 partidos, formada em 2012 para apoiar a reeleição do presidente Hugo Chávez (1999-2013), sucedido após sua morte por Maduro. Além de Contreras, Germán Ferrer e Ivonne Tellez anunciaram sua retirada do grupo. A nova facção se chamará Bloco Parlamentar Socialista.
"O tempo de Maduro no poder já não se conta mais em horas, e sim em mortos. Mortos pela repressão, pela fome e pela violência. Isso tem de parar já", afirmou a opositora María Corina Machado. Para a ex-integrante da Assembleia Nacional, a eleição da Constituinte, ocorrida no domingo, "foi uma farsa, uma palhaçada". Para ela, o número de votantes apresentado pelo governo - 8 milhões - seria uma evidência da fraude. O universo de venezuelanos aptos a votar é de 19,4 milhões.
"Maduro não teve isso (número de votos) nem quando se elegeu presidente (ele foi eleito com pouco mais de 7,5 milhões de votos). Mas, como o referendo de 16 de julho indicou 7,5 milhões de participantes na consulta informal sobre a Constituinte, segundo os dados da oposição, que a organizou, ele precisava jogar com esse número tão alto e absurdo. As pessoas sabem que ninguém foi votar", disse María Corina.

Líderes opositores são levados de volta à prisão de madrugada

O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) informou ontem que duas cortes decidiram revogar a prisão domiciliar dos opositores Leopoldo López e Antonio Ledezma, após comprovar que eles teriam violado as condições para cumprir as penas em casa. Além disso, o TSJ disse que recebeu informação da "inteligência oficial" sobre um "plano de fuga" dos políticos, por isso agiu.
Em comunicado, o tribunal afirmou que as condições impostas a López "não permitiam que ele realizasse nenhum tipo de proselitismo político" e que Ledezma tinha a obrigação de "se abster de emitir declarações ante qualquer meio".
As autoridades retiraram os líderes oposicionistas de casa, durante a madrugada. López foi levado de volta a uma prisão militar. A mulher dele, Lilian Tintori, publicou no Twitter um vídeo no qual são vistos homens armados retirando seu marido de casa, depois da meia-noite, e o colocando em uma patrulha do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional, a polícia política. "Acabam de levar Leopoldo de casa. Não sabemos onde está nem para onde o levaram", afirmou Lilian.
Os aliados de Ledezma, ex-prefeito metropolitano de Caracas, também divulgaram um vídeo no qual agentes levam o político, enquanto a mulher dele pede, aos gritos, ajuda dos vizinhos. "Estão levando Ledezma!", diz a mulher. "Ditadura", continua ela na gravação.
Após a divulgação da prisão dos opositores, a União Europeia (UE) elevou o tom das críticas contra o governo de Maduro, ao avaliar que a detenção foi "um passo na direção errada", rejeitou reconhecer os resultados das eleições de domingo e, nos bastidores, já começa a considerar sanções contra a Venezuela. Sobre a eleição que escolheu uma nova Assembleia Constituinte, a UE insiste que "não pode reconhecer o resultado".