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- Publicada em 22 de Agosto de 2017 às 12:01

Herdeira da Cinédia defende cobrança de direitos para manter acervo do estúdio

"Não existe isso de domínio público", diz Alice, ao justificar porque não cede o acervo da Cinédia

"Não existe isso de domínio público", diz Alice, ao justificar porque não cede o acervo da Cinédia


Caroline da Silva/Especial/JC/
Caroline da Silva
“Ceder, doar e emprestar são verbos que não conjugo na minha vida.” A frase impactante é da pesquisadora, produtora, diretora e empresária Alice Gonzaga, 82 anos, responsável pelo acervo da Cinédia, que herdou de seu pai, Adhemar Gonzaga (empresário, cineasta, pesquisador e coautor, com Paulo Emilio Salles Gomes, do livro 70 Anos de Cinema Brasileiro, de 1966).
“Ceder, doar e emprestar são verbos que não conjugo na minha vida.” A frase impactante é da pesquisadora, produtora, diretora e empresária Alice Gonzaga, 82 anos, responsável pelo acervo da Cinédia, que herdou de seu pai, Adhemar Gonzaga (empresário, cineasta, pesquisador e coautor, com Paulo Emilio Salles Gomes, do livro 70 Anos de Cinema Brasileiro, de 1966).
A sentença foi dita na tarde dessa segunda-feira (21), na Sala Diamante do Hotel Serra Azul, na mesa-redonda Cinema e Preservação, dentro da programação do 45º Festival de Cinema de Gramado. As outras palestrantes foram a museóloga Daniela Schmitt, do Museu do Festival, e Maria Angélica dos Santos, da Cinemateca Capitólio.
Alice comenta os equívocos de gratuidade nas entradas de museus e centros culturais, pois é um modo de manter as instituições. Ela também relatou que não cede trechos de filmes do acervo da Cinédia – produtora cinematográfica fundada em 1930 –, cobrando direitos autorais, o que é uma renda para o funcionamento do local: “Não existe isso de domínio público. Os direitos fazem parte da minha empresa, é o meu patrimônio. O que fazemos hoje é pesquisa, não penso em fazer filme novo”.
A filha de Adhemar Gonzaga foi praticamente criada dentro da Cinédia. Apesar de não ser técnica na área, ela mantém a memória da produtora com “unhas e dentes”, comentando ser muito difícil os processos de restauração de películas, mantê-las e preservá-las, conseguir recursos para tal. Atuante no setor, Alice participou das primeiras edições do Festival de Gramado, somando cerca de 12 vezes. Não voltava à Serra gaúcha há 15 anos e achou tudo diferente, comentando que a cidade cresceu. Também conheceu o Museu do Festival e o elogiou muito. Criticou o fato de Brasília não ter ao menos uma Cinemateca, o que considera grave.
O documentário em sua homenagem, segundo a apaixonada pela sétima arte, conjuga três histórias (a da Cinédia, a de seu pai e a sua própria). Desarquivando Alice Gonzaga, de Betse de Paula, estreou no CineOP – Cinema, Patrimônio e Educação de Ouro Preto, evento voltado à preservação, em junho deste ano. "É um filme de memória, mas também muito divertido. Betse foi muito feliz na montagem", afirmou, convidando todos para a sessão de hoje à tarde.

O filme sobre a filha de Adhemar Gonzaga

Desarquivando Alice Gonzaga será exibido na tarde desta terça-feira (22), no Palácio dos Festivais, na mostra Homenagem 45. O filme revisita partes importantes da história do cinema brasileiro através de um símbolo da preservação do cinema nacional: Alice Gonzaga. A herdeira do fundador do primeiro estúdio de cinema do Brasil relembra momentos marcantes da carreira do pai a partir dos anos 1930 e de sua própria trajetória. Às 21h30min, no palco do evento, a enérgica senhora recebe a placa que materializa o tributo especial desta 45ª edição do Festival, e deve fazer mais um de seus discursos irreverentes.
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