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Geral

- Publicada em 10 de Agosto de 2017 às 21:58

Fórum busca encorajar boas práticas na gestão de lixo em Porto Alegre

Igor Natusch
Em um cenário em que a gestão dos resíduos gerados pelas grandes cidades se torna cada vez mais difícil e custosa, Porto Alegre recebeu ontem a segunda edição do Fórum Municipal Lixo Zero, voltado à valorização de boas práticas e à conscientização de diferentes setores quanto ao problema. O evento, promovido pelo Instituto Lixo Zero Brasil, aconteceu no campus Porto Alegre da Unisinos e reuniu estudiosos, entes públicos e entidades privadas ligadas ao setor.
Em um cenário em que a gestão dos resíduos gerados pelas grandes cidades se torna cada vez mais difícil e custosa, Porto Alegre recebeu ontem a segunda edição do Fórum Municipal Lixo Zero, voltado à valorização de boas práticas e à conscientização de diferentes setores quanto ao problema. O evento, promovido pelo Instituto Lixo Zero Brasil, aconteceu no campus Porto Alegre da Unisinos e reuniu estudiosos, entes públicos e entidades privadas ligadas ao setor.
Uma leitura em comum entre os painelistas é a necessidade de construir redes mais efetivas, voltadas a processos como reciclagem e compostagem e com apoio concreto de governos. "Não há uma política pública para estimular (cooperativas de reciclagem), mas acreditamos que, em algum momento, vai cair essa ficha", diz Sérgio Amaral, do Centro de Transformação Sócio Ambiental (CTSA) da ONG Solidariedade. O projeto, desenvolvido em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, existe desde 2009, mas começou a atuar de forma efetiva no ano passado, produzindo blocos de concreto a partir de resíduos de construção civil e demolições.
Atualmente, das 29 pessoas qualificadas para participar do projeto, apenas dez estão trabalhando de fato, já que falta uma rede mais sólida para garantir a chegada de resíduos à CTSA. Eventos como o promovido pela Unisinos, acredita ele, ajudam a conscientizar não só os estudantes e o setor privado, mas, acima de tudo, o setor público. "Uma vez existindo essa consciência, há uma demanda incrível reprimida, tanto de pessoas que querem exercer essa atividade quanto de cidadãos que precisam canalizar esses resíduos", defende.
A visão é compartilhada por José Luiz da Silva, da Cooperativa Paulo Freire, também atuante em Porto Alegre. A entidade trabalha com resíduos eletroeletrônicos, mas a quantidade recolhida ainda é muito baixa, havendo uma grande capacidade de trabalho que não é aproveitada. "De janeiro para cá, não reciclamos 8 toneladas, se tanto. Pela nossa capacidade, poderíamos trabalhar até 1,5 tonelada com cada trabalhador, por mês. A política pública é deficiente", lamenta.
Sem iniciativas públicas mais específicas, acredita Silva, há desperdício. "(O morador da Capital) acaba botando (o resíduo eletrônico) na frente de casa, vira as costas, aí vem o carrinheiro, que não tem conhecimento de como fazer, e quebra. Leva só uma bobina refletora, por exemplo, que vai render uns R$ 2,50 em cobre. E o resto fica no chão."
Durante o evento, a prefeitura expôs iniciativas adotadas na Unidade de Triagem e Compostagem (UTC) da Capital, coordenada pelo Departamento Municipal de Limpeza Urbana. De acordo com Mariza Reis, responsável técnica da UTC, cerca de 3,5 hectares da área, na Lomba do Pinheiro, são usados para a compostagem de resíduos de capina e de podas urbanas. O produto é usado para adubar árvores plantadas nas vias públicas e vendido a entidades parceiras, com o lucro sendo revertido à cooperativa que atua na UTC.
"A compostagem está renascendo como conceito. Mas isso passa por melhorar a separação na origem, porque um percentual altíssimo de recicláveis e rejeitos ainda está misturado aos resíduos orgânicos na nossa coleta. E tudo isso acaba indo para o aterro", lamenta.
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