Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Saúde

- Publicada em 03 de Agosto de 2017 às 22:15

Coordenador de telemedicina quer resolver problemas em uma consulta

Natan Katz é o primeiro titular da recém-criada coordenadoria no setor

Natan Katz é o primeiro titular da recém-criada coordenadoria no setor


FREDY VIEIRA/FREDY VIEIRA/JC
Nomeado em 24 de julho, o primeiro titular da recém-criada Coordenadoria de Telemedicina, Natan Katz, pretende integrar a consultoria entre profissionais por telefone ou videoconferência nas atividades corriqueiras das unidades de saúde de Porto Alegre. Com isso, o profissional espera reduzir os deslocamentos dos pacientes entre um médico e outro, aumentando a agilidade na resolução de seu problema e a qualidade do atendimento. "A ideia não é diminuir a fila de espera para consultas, e sim evitar que as pessoas entrem na fila", explica. A Capital é a primeira do Brasil a contar com uma coordenadoria específica na área.
Nomeado em 24 de julho, o primeiro titular da recém-criada Coordenadoria de Telemedicina, Natan Katz, pretende integrar a consultoria entre profissionais por telefone ou videoconferência nas atividades corriqueiras das unidades de saúde de Porto Alegre. Com isso, o profissional espera reduzir os deslocamentos dos pacientes entre um médico e outro, aumentando a agilidade na resolução de seu problema e a qualidade do atendimento. "A ideia não é diminuir a fila de espera para consultas, e sim evitar que as pessoas entrem na fila", explica. A Capital é a primeira do Brasil a contar com uma coordenadoria específica na área.
Para Katz, que já era gerente-médico do serviço de 0800 do TelessaúdeRS-Ufrgs, no qual é oferecida consultoria para profissionais da Atenção Básica pública por telefone, a telemedicina é uma evolução normal da própria oferta de serviços de saúde. "Tivemos avanços tecnológicos nos últimos anos, como o uso de computadores e aplicativos. Todos os setores estão incorporando essas tecnologias, e a saúde não é diferente disso", defende.
Com a telemedicina é possível, por exemplo, evitar que um paciente que está no posto de saúde precise ir a outro médico, com uma só ligação. "Na grande maioria das vezes, o encaminhamento a especialistas é feito porque o médico de família tem uma dúvida. Usando um instrumento de telemedicina, ele resolve a questão e evita o deslocamento do usuário", relata o coordenador.
O ganho em qualidade vislumbrado por Katz se dá diante do fato de que, discutindo o caso com um especialista, o médico acaba desenvolvendo mais conhecimento sobre uma questão específica, o que não aconteceria se o paciente fosse meramente encaminhado para outro profissional. A partir da consultoria, médico de família e especialista criam relação de corresponsabilidade sobre aquele caso.
Para implantar a telemedicina nas unidades de saúde de Porto Alegre não será necessária a implantação de novos aplicativos ou plataformas, uma vez que o Ministério da Saúde já possui um software específico para as atividades. Com isso, o médico pode, em vez de telefone, fazer uma videoconferência com outro profissional. Para usar o programa, não é preciso convênio entre governo federal e município.
 

Tuberculose terá serviço exclusivo de telessaúde

Um serviço exclusivo de dermatologia disponibilizado pelo TelessaúdeRS-Ufrgs à Atenção Básica, o DermatoNet, tem sido utilizado desde fevereiro pela prefeitura de Porto Alegre. "Ainda não temos estimativa de redução de fila de espera nessa área, mas sabemos que, desde a adesão ao aplicativo, tivemos uma redução importante no número de pacientes, tanto na fila como de novos pacientes, pois, depois que o médico se habilita, começa a usar antes de encaminhar o usuário", conta o coordenador.
Por enquanto, dermatologia e oftalmologia são as únicas especialidades com serviços exclusivos. A Coordenadoria de Telemedicina estuda a viabilização, também, de um atendimento específico para tuberculose.
O objetivo é criar fluxos que facilitem os atendimentos, expandindo o serviço para todas as especialidades ambulatoriais. O desafio, hoje, é viabilizar uma melhor comunicação entre setores. "A equipe municipal, atualmente, precisa se comunicar com o TelessaúdeRS-Ufrgs para ver o que está acontecendo para ter esse fluxo. A ideia é desenvolver soluções internas para Porto Alegre, não só para pacientes em fila de espera, mas para quem está aguardando internação, os já internados e os que saem de uma internação", exemplifica. A preocupação é em também integrar melhor os serviços de Atenção Primária com Vigilância em Saúde, com a regulação, com serviços hospitalares, entre outros.

Consultoria torna médico de família referência para os pacientes

As áreas mais desafiadoras que a telemedicina pode ajudar, segundo o coordenador, são a agilização de obtenção de leitos já com a complexidade necessária e a destinação adequada de consultas ambulatoriais de especialidades como ortopedia e proctologia. "Temos uma quantidade enorme de consultas, nas quais temos que tentar colocar a telemedicina e, com isso, evitar que o paciente vá para a fila de espera", avalia.
Outra vantagem da telemedicina é tornar o médico de família uma referência para o usuário. "Estamos tentando estabelecer o que chamamos de 'coordenação do cuidado'. Trata-se de ter um médico de referência para aquela pessoa, que consiga orientá-la e ajudá-la a fazer seu tratamento e acompanhamento", esclarece Katz.
Quando um paciente é encaminhado para um especialista, o médico de família perde o poder de coordenar o tratamento, pois não sabe qual foi a conclusão do caso e não pode dar orientações ao usuário. Se tudo é resolvido em uma única consulta no posto de saúde, no entanto, na qual o clínico geral tira dúvidas ali mesmo com um especialista, este se torna um consultor, e não o tomador de decisões. "Quem deveria tomar as decisões é o médico do posto de saúde, porque, quando o paciente ficar doente de novo, ele não vai ao especialista, e sim à unidade ao lado da sua casa."