Ulisses Miranda

Câmaras de pneus e guarda-chuvas dão forma a bolsas, mochilas e carteiras

Empresa gaúcha reutiliza resíduos e aposta no design

Ulisses Miranda

Câmaras de pneus e guarda-chuvas dão forma a bolsas, mochilas e carteiras

A Revoada, criada em 2013, reutiliza câmaras de pneus e náilon de guarda-chuvas como matérias-primas para criar bolsas, mochilas e carteiras. Quando a publicitária Adriana Tubino, 39 anos, e a designer de Moda Itiana Pasetti, 31, decidiram empreender, tinham certeza de que sua fonte criativa precisava ser o lixo. Esse desejo partiu da percepção delas sobre o excesso produzido pelos seres humanos. Logo, além do impacto ambiental, o negócio da dupla também deveria atingir, positivamente, a sociedade como um todo. 
A Revoada, criada em 2013, reutiliza câmaras de pneus e náilon de guarda-chuvas como matérias-primas para criar bolsas, mochilas e carteiras. Quando a publicitária Adriana Tubino, 39 anos, e a designer de Moda Itiana Pasetti, 31, decidiram empreender, tinham certeza de que sua fonte criativa precisava ser o lixo. Esse desejo partiu da percepção delas sobre o excesso produzido pelos seres humanos. Logo, além do impacto ambiental, o negócio da dupla também deveria atingir, positivamente, a sociedade como um todo
O processo produtivo circular utilizado pela empresa, no qual a logística reversa é feita com a colaboração dos clientes, torna o fim de cada processo um novo recomeço. Cerca de oito toneladas de câmaras de pneus e 10 mil unidades de guarda-chuvas já foram reutilizadas.
"Nosso produto sempre esteve lado a lado com os convencionais. Mas, quando a pessoa leva para casa, entende que, além de ser tão interessante quanto os do mercado, ainda tem uma super-história para contar", analisa Itiana.
Em 2015, conheceram a Aceleradora Yunus Negócios Sociais. E, antes mesmo de serem aceleradas, obtiveram conhecimento. "Na própria inscrição, a gente começou a se dar conta de quem a gente era. Nem fazíamos ideia de que éramos um negócio social", aponta Adriana.
Selecionadas para a fase de mentorias, elas passaram três meses imersas em São Paulo. O tempo foi suficiente para que as empreendedoras aprendessem mais sobre os processos. "Experimentamos muito, do início da nossa cadeia até o final, para realmente tornar o negócio mais escalável", constata Itiana.
Enquanto faziam testes e modelavam seus produtos, Adriana e Itiana sentiam-se um tanto quanto solitárias no segmento em que estavam entrando. O contato com a aceleradora trouxe outros ventos e deu novo rumo à Revoada.
Gradativamente, compreenderam que não estavam sozinhas, como outrora imaginaram. "Começamos a ver que éramos um negócio social e que existem outros no Brasil e no mundo como a gente. E acho que a entrada lá na Yunus nos deu essa família, esse pertencimento", ressalta Adriana.
Entre os aprendizados, criaram o projeto Ação-Reinvenção, voltado para empresas. A ideia é reinventar em conjunto, criando produtos a partir dos resíduos de cada empreendimento, estabelecendo processos produtivos circulares, que elas chamam de Design Vital (que une design de produtos, de processos e de relações de consumo).
Ainda dentro da questão sustentável, a dupla também extinguiu o estoque. A produção, hoje, é feita para atender à demanda dos lotes vendidos pelo site: revoada.com.br.
MARCELO G. RIBEIRO/JC
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