Morreu ontem pela manhã, vítima de um infarto, o ex-presidente e patrono do Grêmio Hélio Dourado. Ele tinha 87 anos. O dirigente marcou época no Tricolor pela conquista de títulos e pela evolução no patrimônio da instituição.
Nascido em Santa Cruz do Sul, em 1930, o ex-mandatário começou sua história no clube muito cedo, tornando-se sócio aos 11 anos de idade. Chegou a atuar pelos aspirantes, mas decidiu seguir a carreira de médico. Porém, jamais abandonou o Tricolor. Aos 24 anos, comprou sua cadeira cativa no recém-inaugurado estádio Olímpico, local que ajudaria a concluir no início da década de 1980.
Alçado ao posto de conselheiro em 1967, começou, efetivamente, seu trabalho nos bastidores. Após passar por diferentes vice-presidências, foi eleito presidente pela primeira vez em dezembro de 1975. Exerceu seis anos consecutivos de mandato, até o final de 1981.
Foi na gestão de Dourado que o Grêmio interrompeu a série de títulos regionais do Inter. Em 1977, o time treinado por Telê Santana faturou o Gauchão, encerrando a hegemonia do rival, então octacampeão estadual. Em 1981, faturou o Campeonato Brasileiro. O primeiro título nacional foi um marco para o clube, que, dois anos mais tarde, conquistaria a Libertadores e o Mundial, já sob o comando de Fábio Koff.
Dourado, por ter envolvimento com a ampliação do Olímpico, foi contrário ao projeto de construção da Arena. Anos depois de empilhar entrevistas desfavoráveis ao empreendimento, ele aceitou a mudança e conheceu o novíssimo estádio.
A visita mais recente e marcante foi em 7 de dezembro de 2016, na final da Copa do Brasil. Após o título em cima do Atlético-MG, Dourado foi ao gramado e saudou a torcida. O velório está sendo realizado na Arena. O corpo será cremado hoje, no Crematório Metropolitano.