Uma das entidades empresariais mais importantes e respeitadas do País, a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) alia a missão de porta-voz dos industriais gaúchos ao papel de defensora incansável do desenvolvimento do Estado e da retomada da economia. "A gestão que começa agora assume desde já o compromisso de representar todos os industriais que decidiram levar adiante os seus sonhos, arriscando seu patrimônio", afirmou Gilberto Porcello Petry em 18 de julho, ao assumir a presidência da entidade para o período 2017/2020, sucedendo Heitor José Müller após duas gestões consecutivas.
A entidade tem 114 sindicatos filiados e, através desses sindicatos, estão representadas 52 mil fábricas em atividade no Rio Grande do Sul, que empregam diretamente 901 mil trabalhadores. Para a defesa dos interesses dos empresários, a Fiergs conta com uma equipe qualificada e dispõe de uma estrutura consolidada que permitem dar o respaldo necessário às indústrias e sindicatos. A entidade atua em assuntos que vão desde a esfera tributária e legal até questões voltadas à infraestrutura, meio ambiente, inovação e tecnologia, comércio exterior e relações do trabalho, entre outros ligados às iniciativas com foco no crescimento sustentável, aumento de produtividade e geração de empregos.
Com seriedade e qualidade, a entidade igualmente busca o fortalecimento das relações institucionais junto aos poderes Legislativo Federal e Estadual, mas sem partidarismos. O objetivo é prestar informações de caráter técnico-empresarial, além de acompanhar a tramitação dos projetos de lei de interesse do setor industrial e apresentar propostas de legislação e normas que favoreçam o desenvolvimento do Estado. Em seu discurso, Petry reforçou que a Federação e o Centro das Indústrias não se filiam ou se aliam a quaisquer partidos políticos. "Nosso alinhamento é com o setor industrial, com o desenvolvimento do Rio Grande do Sul e do Brasil, e com a ética e a decência nos negócios, especialmente para aqueles que digam respeito à administração pública", destacou.
Disposta a fomentar o ambiente de negócios, a Federação das Indústrias estimula o intercâmbio e as missões ao exterior, bem como a cooperação universidade-empresa-poder público. Também mantém uma atuação comprometida com a comunidade, por meio de iniciativas que promovem a qualidade de vida e a responsabilidade social da indústria gaúcha. Em relação ao comércio exterior, por exemplo, a Fiergs incentiva a ida de missões empresariais a feiras internacionais de interesse do setor. É o caso da Feira Anuga, entre os dias 7 e 11 de outubro, na cidade de Colônia, na Alemanha. A Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, por meio do Centro Internacional de Negócios (CIN-RS), está articulando uma missão empresarial para a feira, considerada líder mundial para a indústria, comércio e catering, além de definir as tendências globais, as demandas da atualidade e os rumos do setor de alimentos e bebidas.
Em 2017, o tradicional evento, que acontece a cada dois anos na cidade de Colônia, se dedica a 10 temas: produtos veganos; vegetarianos; orgânicos; gourmet e especialidades regionais; "fair trade"; koscher; alimentos saudáveis e funcionais; alimento halal (alimentos que os muçulmanos podem ou não comer e beber segundo a lei Islâmica); novos ingredientes e "private labels". Os pavilhões comportam 10 feiras em uma, pois estão divididos em Anuga Alimentos Finos, Congelados, Carnes, Refrigerados e Frescos, Lácteos, Pães & Confeitaria, Bebidas, Orgânicos, Conceitos Culinários e Bebidas Quentes. Em 2015, a feira recebeu aproximadamente 160 mil visitantes, de 192 países, e mais de 7 mil expositores. A missão brasileira articulada pela Fiergs contou com 65 integrantes, 37 empresas e nove entidades.
Para dar respaldo a esse universo de interesses setoriais, a Fiergs e o Ciergs têm uma estrutura de conteúdo com 10 Conselhos Temáticos, sete Comitês Setoriais e um Fórum. Os Conselhos abrangem as áreas de assuntos tributários, relações de trabalho, comércio exterior, infraestrutura, inovação e tecnologia, meio ambiente, articulação parlamentar, pequena e média indústria, agroindústria, e cidadania. Assim, a entidade mantém o olhar sobre os diversos segmentos da atividade econômica e traça estratégias coletivas para ampliação do conhecimento associativo e participação da indústria gaúcha em novos mercados. Atenta aos movimentos da economia globalizada, a Federação das Indústrias acompanha e, muitas vezes, se antecipa às tendências apontando alternativas de crescimento para a atividade industrial.
Foi desta forma que a entidade passou a trabalhar no conceito da "Nova Economia", quando começaram se instalar segmentos industriais que vieram agregar valor aos já existentes. Assim, a Fiergs acompanhou e estimulou os investimentos no setor de automóveis, florestas industriais, bioenergia, biocombustíveis, alimentos funcionais, microeleletrônica e a fábrica de chips, entre outros. Para que as oportunidades sejam melhor aproveitadas, existe um fórum que desenvolve estudos relacionados a assuntos econômicos de cunho estrutural e estratégico e que tenham por finalidade a orientação do setor industrial.
Agora, a entidade volta-se para o conceito da "centralidade da indústria", ou seja, a produtividade agrícola - que tem garantido bons resultados para o Rio Grande do Sul - está diretamente ligada às inovações do setor industrial de máquinas e implementos, bem como o comércio da era eletrônica se deve aos avanços da indústria de tecnologia da informação. São apenas alguns entre inúmeros cases, como os novos aparelhos de medicina promovendo saúde e diagnósticos precisos, ou modelos de uma nova educação que se baseia na robótica, mecatrônica e outras variáveis do setor fabril neste século XXI. É a centralidade da indústria no desenvolvimento econômico, uma relação positiva entre o desempenho industrial e o desempenho econômico global, a geração de emprego e o crescimento da produtividade.
Ação integrada
O Senai, criado em 1942, capacita profissionais por meio de cursos e de serviços técnicos e tecnológicos
MARCOS NAGELSTEIN/JC
Como uma engrenagem em perfeito funcionamento, o Sistema Fiergs atua coeso em várias frentes com o objetivo de fomentar o incremento e o aprimoramento da indústria gaúcha.
Além da Fiergs, há o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Criado em 1942, opera na capacitação de profissionais e no aperfeiçoamento dos produtos e dos processos industriais, por meio de cursos e de serviços técnicos e tecnológicos.
O Serviço Social da Indústria (Sesi), fundado em 1946, promove a qualidade de vida e a responsabilidade social da indústria do Rio Grande do Sul. Suas iniciativas e programas têm como foco a educação, a saúde e o lazer do trabalhador.
O Instituto Euvaldo Lodi (IEL)nacional foi criado em 1969 e, no Rio Grande do Sul, foi reestruturado em 2006. O instituto tem atuação em desenvolvimento empresarial, educação executiva, promoção do empreendedorismo e da inovação, além de programas de estágios e bolsas.
Indicadores apontam rumos da economia
Por iniciativas como as da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), os índices econômicos saíram do circuito fechado e passaram a ser compartilhados com a sociedade. Trata-se da divulgação periódica de números e dados que revelam o comportamento de diversos fatores, servem de baliza para tomada de decisões e, principalmente, para melhor compreensão do cenário atual. Entre os indicadores, um dos mais conhecidos é o da Sondagem Industrial, que mostra o índice de produção, o nível de utilização da capacidade instalada e a expectativa da indústria, entre outros números. Para se ter uma ideia, o índice da produção industrial gaúcha foi de 48,7 pontos em junho, uma queda em relação a maio (52,7). Abaixo dos 50 pontos, indica redução na comparação com o mês anterior. Porém o valor registrado foi o maior para o mês desde 2010. Isso significa que contração foi a menos intensa em oito anos.
A confiança do industrial gaúcho em relação à economia do País e aos seus negócios também é medida pelo Índice de Confiança do Empresário (Icei-RS). O levantamento mais recente mostrou que o industrial gaúcho começa o segundo semestre de 2017 com expectativa mais positiva para o futuro. Depois de três quedas consecutivas, o Icei-RS voltou a subir em julho, 0,5 ponto em relação a junho, e passou para 53,2 pontos. Na ocasião, o presidente da Fiergs disse que "alguns sinais na economia brasileira, como a geração de emprego formal, juros e inflação declinantes e exportações em ascensão, influenciam positivamente, mesmo em um ambiente ainda recessivo e de grande incerteza". O indicador é composto por dois outros índices, o de Condições Atuais (ICA) e o de Expectativas (IE). Ao variar de 0 a 100 pontos, divide avaliações negativas e positivas, revelando otimismo quando acima dos 50 pontos, embora a proximidade indique bastante moderação.