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Publicada em 23 de Agosto de 2017 às 18:25

Ordenha robotizada é o futuro para qualificar a produção

Fazenda em Carlos Barbosa investiu R$ 1,4 milhão em equipamento que realiza a captação sem intervenção humana

Fazenda em Carlos Barbosa investiu R$ 1,4 milhão em equipamento que realiza a captação sem intervenção humana

GRANJA CICHELERO/DIVULGAÇÃO/JC
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O empresário Daniel Cichelero investiu R$ 1,4 milhão para automatizar a ordenha e climatizar o pavilhão onde ficam as mais de 100 vacas leiteiras da propriedade, a Granja Cichelero, em Carlos Barbosa. Em uso há menos de um ano, é motivo de orgulho.
O empresário Daniel Cichelero investiu R$ 1,4 milhão para automatizar a ordenha e climatizar o pavilhão onde ficam as mais de 100 vacas leiteiras da propriedade, a Granja Cichelero, em Carlos Barbosa. Em uso há menos de um ano, é motivo de orgulho.
A robotização da ordenha, uma das soluções para colocar o produtor gaúcho em novo patamar de produção, segundo Neila Richards, presidente da Associação Gaúcha de Laticinistas e Laticínios (AGL), já é realidade na fazenda da serra gaúcha.
"Implantamos o sistema automatizado em novembro de 2016 e os ganhos são visíveis, com redução na contagem de bactérias, de incidência de mastite e na longevidade dos animais, além da redução da exigência de mão de obra", explica o empresário.
E não é apenas o proprietário que comemora a mudança. A árdua rotina dos funcionários que trabalham com a ordenha foi amenizada e o empresário diz que é visível o aumento na qualidade do leite, proporcionado pelo bem-estar animal.
"Fazíamos a ordenha tradicional e manual, três vezes ao dia: 4h, 12h e 19h, 365 dias por ano. Com a ordenha robotizada, o trabalho é feito 24h por dia, de forma autônoma. A máquina faz tudo sozinha. O funcionário agora precisa apenas fazer a limpeza manual externa e tem tempo para outras tarefas", diz Cichelero.
Com a robotização, é o próprio animal que instintivamente se aproxima do local da ordenha quando está com o úbere cheio e sente que é o momento. Ao se aproximar do local, a ordenhadeira identifica o animal (por um chip), abre a porteira e ela mesma se direciona a um dos pontos de coleta, que se encaixa automaticamente no úbere.
A propriedade também se sobressai em outro item onde o Estado precisa avançar: o percentual de proteína encontrado no leite. Na Granja Cichelero alcança 3,4% (acima dos 2,9% exigidos por aqui) e com tendência de expansão dado os novos investimentos.
Ao todo, a granja produz cerca de 4,2 mil litros de leite diariamente, com 105 animais, transformados em 450 quilos de queijo/dia.

Tendências no mercado de laticínios

  • Novos perfis:  A crise financeira costuma retirar do carrinho do consumidor os derivados do leite, como o queijo e o iogurte, mas novos perfis de consumidores também têm alterado a demanda. Entre eles, mais vegetarianos ou jovens que buscam mesclar o consumo de proteína animal com itens semelhantes, como bebidas à base de soja. Há também aumento no número de pessoas alérgicas ou com intolerâncias, o que também reduz a procura por leite e derivados.
  • Leite ultrapasteurizado: O Brasil tem basicamente no mercado, hoje, leite pasteurizado (que vai a 75 graus por 15 segundos, para eliminar bactérias, e que precisa permanecer resfriado depois) e o esterilizado a 138 graus por 23 segundos, e armazenado em embalagens estéreis (UHT), que dura até quatro meses. Deve entrar no mercado, em breve, o ultrapasteurizado. O produto é esterilizado como o UHT, mas vai em embalagens assépticas (não estéreis). É um leite livre de micro-organismos mas que precisa ser armazenado na geladeira, com durabilidade próximo de um mês. É um leite com mais frescor do que o UHT.
  • Queijo em porções: Indústrias começam a comercializar mais opções de queijos de qualidade e gourmet em porções menores. Produtos na qualidade brie e camembert, por exemplo, caros quando quantificados em quilo, agora são encontrados mais facilmente em porções menores.

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