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Economia

- Publicada em 25 de Agosto de 2017 às 16:29

Supermercados estimam geração de 500 mil vagas com trabalho aos domingos

Permissão é criticada por sindicatos, que temem perda de condições negociadas em acordos coletivos

Permissão é criticada por sindicatos, que temem perda de condições negociadas em acordos coletivos


MARCOS NAGELSTEIN/ARQUIVO/JC
O decreto que permite que supermercados abram aos domingos e feriados pode gerar 500 mil empregos, segundo uma estimativa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). O número leva em consideração as 89 mil lojas que operam no país e, hoje, empregam 1,8 milhão de pessoas, segundo dados de 2016 da própria entidade. A permissão para abrir em feriados, no entanto, é criticada por sindicatos, que temem perda de condições negociadas em acordos coletivos que regulavam o trabalho em dias de folga.
O decreto que permite que supermercados abram aos domingos e feriados pode gerar 500 mil empregos, segundo uma estimativa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). O número leva em consideração as 89 mil lojas que operam no país e, hoje, empregam 1,8 milhão de pessoas, segundo dados de 2016 da própria entidade. A permissão para abrir em feriados, no entanto, é criticada por sindicatos, que temem perda de condições negociadas em acordos coletivos que regulavam o trabalho em dias de folga.
Na semana passada, o presidente Michel Temer assinou um decreto que inclui os supermercados na lista de atividades consideradas essenciais, que podem funcionar em dias de repouso. O texto atualiza outro decreto, assinado em 1949, que prevê as atividades que podem atuar aos domingos e feriados. Até então, os estabelecimentos precisavam de leis municipais e acordos com os sindicatos para abrir as portas nesses dias.
Segundo Fábio Queiroz, presidente da Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj) e conselheiro da Abras, a expectativa é que os lojistas precisem contratar mais funcionários com a mudança. O movimento deve ser mais percebido no interior, já que, na maioria das capitais - como no Rio -, há acordo permitindo o trabalho em domingos e feriados. “Os empregos serão gerados. Não se consegue suprir essa demanda com o efetivo que se tem hoje. Vão ter que contratar um pouco mais”explica Queiroz.
Na avaliação de sindicatos, no entanto, a medida pode retirar direitos dos trabalhadores. Segundo Márcio Ayer, presidente do Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro (SECRJ), um dos temores da categoria é que os benefícios hoje negociados para permitir que trabalhadores atuem nos feriados sejam perdidos. No Rio, por exemplo, a categoria negociou condições como folgas, horas extras (sem possibilidade de inclusão em banco de horas) e lanche.
“A gente vê que esse decreto corta direitos e rebaixa qualidade de vida, de quem está empregado e de quem for eventualmente contratado”, afirma Ayer, lembrando que já houve demissões no setor neste ano, o que indica que o setor não está disposto a contratar.
A discussão ocorre no mesmo momento em que as categorias discutem os efeitos da reforma trabalhista, que entra em vigor em novembro. Para Ayer, a combinação entre o decreto dos supermercados e a reforma pode significar o que ele considera precarização do mercado de trabalho, com a contratação de trabalhadores em jornada intermitente ou de meio período para suprir a demanda de feriados.
“A gente tem hoje um piso da categoria de R$ 1.090. Quem vai trabalhar intermitente ou tempo parcial vai ganhar proporcionalmente às horas trabalhadas. Se a gente for fazer uma análise só de número, o que esse trabalhador ganharia por mês, seria menos que R$600 por mês. É a precarização da qualidade do trabalho e rebaixamento do salário. Sindicato não discute empregos em números, mas em qualidade” afirma o sindicalista.
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