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Bebidas

- Publicada em 13 de Agosto de 2017 às 22:19

Ambev faz aposta nas cervejas artesanais

Planta histórica da Bohemia, em Petrópolis (RJ), fundada em 1853, abriga hoje museu dedicado ao setor

Planta histórica da Bohemia, em Petrópolis (RJ), fundada em 1853, abriga hoje museu dedicado ao setor


AMBEV/AMBEV/DIVULGAÇÃO/JC
Talvez se Golias não tivesse subestimado Davi a história bíblica tivesse outro desfecho. A Ambev não pretende cometer o mesmo erro que aquele outro gigante. Por isso, o grupo planeja participar ativamente do segmento de cervejas artesanais no Brasil, nicho que, embora ainda pequeno, tem um enorme potencial de crescimento.
Talvez se Golias não tivesse subestimado Davi a história bíblica tivesse outro desfecho. A Ambev não pretende cometer o mesmo erro que aquele outro gigante. Por isso, o grupo planeja participar ativamente do segmento de cervejas artesanais no Brasil, nicho que, embora ainda pequeno, tem um enorme potencial de crescimento.
Nessa área, a companhia tem como destaques cervejas como a Wäls, Colorado e a linha de Bohemia que homenageia a cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro. Somente no País, a empresa conta com mais de 100 rótulos, de 26 marcas diferentes. Com essa grande quantidade de produtos, a bebida diversificou-se em tipos como clara, escura, encorpada, leve, puro malte, com cereais como milho e trigo, com ingredientes inusitados como mel e pimenta etc.
Uma prova que esse mercado das artesanais precisa ser olhado com a devida atenção vem dos EUA. Em 1979, conforme dados da Brewers Association, eram 89 cervejarias operando no território norte-americano. Já em 2015, esse número saltou para 4.269, um incremento amplamente amparado pelas cervejas artesanais (ou crafts beers). Entre as explicações para esse fenômeno estão os reflexos da contracultura dos anos 1960, valorização da gastronomia e produção local e a busca por novos sabores e aromas.
O vice-presidente de suplly e excelência cervejeira da Ambev, Maurício Soufen, enfatiza que a diversificação é uma tendência natural do segmento de cerveja e dos mercados em geral. "A nossa missão é oferecer o portfólio mais completo possível para os nossos consumidores", reforça. A Ambev possui 67% do market share do setor de cervejas no Brasil e as bebidas artesanais, segundo a mestre cervejeira e sommelier da companhia, Laura Aguiar, representam, por enquanto, menos de 1% desse universo.
No País, o grupo possui 31 cervejarias, duas maltarias e sete fábricas verticalizadas (responsáveis pela produção de concentrados, rótulos, vidros e tampinhas). No ano passado, a empresa comercializou 79,670 milhões de hectolitros de cerveja no cenário nacional e o seu faturamento somou R$ 24,954 bilhões.
O gerente da cervejaria Bohemia, Thiago Taboada, ressalta que a Ambev sempre foi um grupo que primou pela inovação e o acompanhamento das tendências e hoje a estratégia é de diversificação. Taboada diz que é evidente o crescente interesse pelos produtos artesanais. "As pessoas estão aprendendo o que é cerveja artesanal, mais forte, mais alcóolica", comenta.

Cultura cervejeira é enaltecida

O mercado de maior valor agregado das cervejas artesanais, que são mais caras do que o popular trio da Ambev (Skol, Antarctica e Brahma), também combina com o enaltecimento da cultura da cerveja no Brasil. A Bohemia foi a primeira cervejaria da nação, inaugurada em 1853, em Petrópolis.
A história da unidade está vinculada à nobreza brasileira, em especial a Dom Pedro II, que era apreciador da bebida. Além disso, a região contava com água de muito boa qualidade. A planta operou até 1998, quando fechou por pouca escala de produção. Foi reaberta em 2012, como homenagem à cidade, para sediar também o museu da cerveja e produzir, assim como a difundida Pilsen, as linhas especiais da Bohemia. A cervejaria tem capacidade até 3,9 mil hectolitros por mês. Os rótulos feitos ali são Chope Bohemia Pilsen, 14 Weiss, 838 Pale Ale, Aura Lager, Magna Pils, Bohemia Imperial e Reserva.
"É uma cervejaria bem pequena, que chamamos de craft (artesanal), onde as coisas são muito manuais e exclusivas", comenta Soufen. Laura frisa que a preferência do brasileiro ainda é por cervejas mais leves, mais adaptadas para o clima do País, e por isso verifica-se um alto consumo do tipo Pilsen. A mestre cervejeira detalha que a Pilsen brasileira é uma adaptação dessa espécie consumida na Europa. No Brasil, para ficar mais leve e refrescante, foi acrescentado o milho entre os cereais utilizados.

Harmonização com pratos está mais difundida

Especialista sugere equiparar forças da refeição com a da bebida

Especialista sugere equiparar forças da refeição com a da bebida


BOHEMIA/BOHEMIA/DIVULGAÇÃO/JC
Algo que já é comum quando o assunto é vinho, está se expandindo para o território dos cervejeiros. Como as opções de cervejas estão mais abrangentes, aumentam paralelamente as possibilidades de comidas que podem "dividir o palco" com a bebida.
A mestre cervejeira e sommelier da Ambev, Laura Aguiar, aponta que o público quer conhecer coisas novas e há espaço para a difusão de mais tipos de cervejas. Quanto a dicas para harmonização, a especialista sugere equilibrar as forças do prato com a da bebida.
Cervejas mais leves e refrescantes devem ser combinadas com refeições menos gordurosas, para que não haja uma sobreposição. No sentido inverso, em relação a sabores mais pesados, "casam bem" a India Pale Ale (IPA) e linguiças. Também se deve levar em conta questões de semelhanças, contrastes e complementação.