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Energia

- Publicada em 13 de Agosto de 2017 às 22:17

Estado conta com projetos eólicos gaúchos em leilão

Parque tem capacidade de gerar 59,8 MW, 1,5% da demanda gaúcha

Parque tem capacidade de gerar 59,8 MW, 1,5% da demanda gaúcha


FREDY VIEIRA/FREDY VIEIRA/JC
O governo gaúcho está otimista quanto à participação de projetos eólicos a serem desenvolvidos no Estado nos leilões de energia que o governo federal promoverá no final deste ano, pelo menos no A-6 (seis anos para construir a usina). A dificuldade a ser superada é uma limitação no sistema de transmissão, devido a atrasos em obras da Eletrosul, que impede de escoar a energia a ser produzida.
O governo gaúcho está otimista quanto à participação de projetos eólicos a serem desenvolvidos no Estado nos leilões de energia que o governo federal promoverá no final deste ano, pelo menos no A-6 (seis anos para construir a usina). A dificuldade a ser superada é uma limitação no sistema de transmissão, devido a atrasos em obras da Eletrosul, que impede de escoar a energia a ser produzida.
A estatal federal está tratando com a Shanghai Eletric para transferir para a chinesa esses empreendimentos e as companhias já assinaram um acordo preliminar sobre isso. O secretário de Minas e Energia, Artur Lemos Júnior, comenta que é boa a perspectiva de que o negócio seja confirmado até o próximo mês. Essa questão é fundamental para que novas iniciativas eólicas sejam realizadas no Estado.
Serão dois os certames de geração de energia que entram na disputa em dezembro (caso haja demanda por parte das distribuidoras) que contemplarão, entre outras fontes, a eólica. Saem vencedores e por consequência vendem a energia os empreendimentos mais competitivos. Lemos adianta que a tendência dos complexos eólicos é de poder participar do leilão A-6, por se tratar de um prazo maior para a implantação das usinas. O dirigente frisa que não se desistiu do A-4 (quatro anos para conclusão), mas é preciso ter a compreensão de que é necessária uma margem de segurança para que não aconteça que o parque eólico seja finalizado sem condições para escoar a energia. Os projetos eólicos gaúchos, devido ao problema com o segmento de transmissão, deixaram de participar de certames realizados em 2015 e no ano passado.
O secretário participou na sexta-feira da inauguração oficial do complexo eólico Pontal da Enerplan (empresa ligada ao grupo Oleoplan), no distrito de Águas Claras, em Viamão. O parque possui 25 aerogeradores, totalizando 59,8 MW de capacidade (cerca de 1,5% da demanda média de energia do Rio Grande do Sul). O investimento na usina foi de R$ 330 milhões e contou com apoio do Bndes e Badesul.
O presidente da Oleoplan, Irineu Boff, revela que a companhia possui licenciamento para desenvolver mais 40 MW, que podem ser implementados ao lado da atual estrutura. Somente esse acréscimo de capacidade, faria com que o aporte total saltasse para R$ 600 milhões. O empresário acrescenta que, futuramente, há espaço para expandir ainda mais esse potencial. Porém, para elevar a potência do complexo eólico em Viamão, a Enerplan terá que vencer um novo leilão. Boff diz que o grupo está estudando possíveis composições com outros investidores para tentar concorrer em algum certame ainda neste ano.
Apesar de ter sido inaugurado oficialmente na sexta-feira, o parque já havia entrado em operação comercial. O ingresso da energia na rede elétrica foi em módulos, sendo que o primeiro foi concluído em abril de 2015 e os outros dois em janeiro de 2017. O cronograma inicial do empreendimento sofreu atrasos também em decorrência de empecilhos no sistema de transmissão. O deputado estadual pelo PSDB e ex-secretário de Minas e Energia, Lucas Redecker, recorda que a subestação do Grupo CEEE, que seria utilizada para escoar a energia do parque, estava dois anos atrasadas. Na ocasião, o governo fez uma força-tarefa com o intuito de finalizar o empreendimento.
O governador José Ivo Sartori, presente na inauguração do complexo eólico, ressalta que a estrutura simboliza uma mudança na realidade da região em que foi inserida. O dirigente destaca a importância das energias alternativas e lembra que, recentemente, o governo do Estado fez um esforço para destravar vários projetos de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), que estavam estagnados na Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam).

ABEEólica vê dificuldades para atingir a meta de 2 mil MW

Tradicionalmente, a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) defende que pelo menos 2 mil MW eólicos sejam adquiridos por ano no País. Entretanto, a presidente executiva da entidade, Elbia Gannoum, admite que atingir esse patamar, em 2017, "talvez seja pedir muito, devido à crise".
A dirigente espera que seja contratado um volume razoável de geração eólica nos leilões que o governo federal promoverá em dezembro. No entanto, prefere não fazer previsões sobre quanto deverá será comercializado. Conforme Elbia, o Brasil tem uma capacidade instalada em energia eólica de 11,8 mil MW, o que representa 7,6% da matriz elétrica nacional. O País é o 9º no mundo em capacidade instalada dessa fonte e no ano passado registrou um alta de 23% quanto a esse tipo de geração.