De sucessos de público a destaques apontados pela crítica. Até 16 de agosto, é atração em Porto Alegre - e em outras capitais - a Mostra Itaú Cultural 30 Anos de Cinema Brasileiro. A programação contempla filmes de ficção, documentários e animações produzidas ao longo das últimas três décadas - e pode ser conferida com entrada franca no Espaço Itaú de Cinemas (Túlio de Rose, 80).
Com exibições únicas, são atrações desde títulos como A dama do Cine Shangai (1987), de Guilherme de Almeida Prado, até o recente Martírio (2016), de Vincent Carelli. Conforme os organizadores, a ideia não é apontar os melhores filmes realizados neste período - mas apresentar obras representativas de movimentos estéticos e ciclos econômicos. "Vários recortes podem ser montados a partir das experiências gravadas por homens e mulheres sobre as histórias, reais ou fictícias, que marcaram época", observa Adhemar Oliveira, diretor de programação da rede Espaço Itaú e um dos curadores de mostra ao lado do Núcleo de Audiovisual e Literatura do instituto.
Nesta sexta-feira, por exemplo, há sessão do multipremiado Cidade de Deus (2002), obra que rendeu a Fernando Meirelles uma indicação ao Oscar de melhor diretor. O longa-metragem acompanha meninos crescendo em meio à violência da favela homônima, uma realidade bem diferente da retratada em Hoje eu quero voltar sozinho (2014), de Daniel Ribeiro. O trabalho destaca um jovem cego, de classe média. Ele tenta lidar com a mãe superprotetora enquanto começa a sentir novos sentimentos por um garoto novo na cidade.
Dois gaúchos têm longas-metragens na seleção. A lista inclui Alma corsária (1993), considerado um dos filmes mais pessoais do já falecido Carlos Reichenbach - com carreira ligada à chamada Boca do Lixo, de São Paulo. O outro expoente do Estado representado no programa é Jorge Furtado, com Meu tio matou um cara (2003), produção da Casa de Cinema de Porto Alegre.
Entre outros momentos do cinema nacional, o recorte também contempla produções do período conhecido como a retomada do cinema brasileiro, na metade dos anos 1990. Um exemplo da época é Sábado (1995), filme pelo qual Ugo Giorgetti ganhou prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte. A comédia destaca uma equipe de publicidade em um edifício histórico, onde nada funciona, em São Paulo.
A seleção com todos os 36 títulos escolhidos para a mostra, que começou na quinta-feira, pode ser acessada pelo site
www.itaucinemas.com.br.
Quatro títulos também estão disponíveis para o público assistir em casa, gratuitamente:
Anjos da noite, de Wilson Barros;
Santo Forte, de Eduardo Coutinho;
A negação do Brasil, de Joel Zito Araújo; e
Ela volta na quinta, de André Novais Oliveira. A transmissão ocorre por streaming, no horário em que o espectador desejar, pelo site
www.itaucultural.org.br/explore/canal.