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Empresas & Negócios

- Publicada em 07 de Agosto de 2017 às 11:56

Inovação perde crédito público

Um dos principais impactos da falta de recursos para o segmento está na competitividade das empresas

Um dos principais impactos da falta de recursos para o segmento está na competitividade das empresas


CHEVANON/CHEVANON/FREEPIK.COM/DIVULGAÇÃO/JC
O apoio do setor público à inovação vem perdendo força como resultado da crise. De um lado, recursos não reembolsáveis direcionados à inovação minguaram, como consequência da dificuldade orçamentária do governo. De outro, a demanda e a concessão de crédito para inovação perderam força com a queda da capacidade de pagamento das empresas.
O apoio do setor público à inovação vem perdendo força como resultado da crise. De um lado, recursos não reembolsáveis direcionados à inovação minguaram, como consequência da dificuldade orçamentária do governo. De outro, a demanda e a concessão de crédito para inovação perderam força com a queda da capacidade de pagamento das empresas.
No Bndes, houve recuo de 39% nos empréstimos para financiar inovação entre 2015 e 2016, de R$ 6 bilhões para R$ 3,6 bilhões. A tendência seguiu no primeiro semestre de 2017, quando a redução foi de 21% em relação ao mesmo período no ano anterior, para R$ 1 bilhão.
O banco atribui a queda à crise econômica e destaca que a redução dos desembolsos para inovação segue em ritmo semelhante ao das demais linhas de crédito do banco. O Bndes destaca que o desembolso para inovação foi de 0,4% dos empréstimos em 2009 para 4% em 2016.
A Finep, agência financiadora de projetos ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, enfrenta situação dúbia. De um lado, o Fndct (Fundo Nacional para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico), administrado por ela, teve 85% de seus recursos contingenciados em 2017.
Em 2017, só não foram contingenciados R$ 620 milhões dos R$ 3,7 bilhões arrecadados pelo Fndct (que recebe percentuais do faturamento de diferentes setores). O fundo responde por ações como subvenção a projetos de inovação empresarial, investimento em infraestrutura de laboratórios e concessão de bolsa a pesquisadores.
Marcos Cintra, presidente da agência, afirma que o valor será usado praticamente apenas para pagamento de contratos já firmados. Não será possível usar dinheiro dos fundos para novas chamadas para subvenção de projetos, e programas de bolsas para pesquisa serão prejudicados.
"Estamos praticamente sucateando a área de ciência e tecnologia. Se seguirmos da forma como as coisas estão, vamos perder o investimento feito nos últimos 30 anos." A pasta da Ciência e Tecnologia diz que tenta reverter os contingenciamentos.
Por outro lado, a Finep possui recursos próprios, que deveriam ser emprestados para projetos inovadores de empresas. Sua meta era emprestar R$ 2,2 bilhões neste ano, mas foram contratados apenas R$ 400 milhões até o dia 21 de julho, reflexo da baixa demanda das empresas durante a crise.
Segundo especialistas, a perda de recursos para inovação impacta a retomada econômica. Roberto Nicolsky, diretor-geral da Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica (Protec), diz que a subvenção às empresas é o melhor mecanismo para incentivar a inovação. Isso porque trabalhar com o novo envolve investimentos de longo prazo e grande incertezas e riscos, que nem sempre empresas estão dispostas a correr sozinhas.
Por isso, Nicolsky diz que esse risco deve ser compartilhado com o Estado, pois ele seria beneficiário dos projetos que derem certo com aumento de arrecadação. Para Luiz Mello, vice-presidente da Anpei (Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras), o principal impacto da falta de recursos para inovação está na competitividade das empresas. "O investimento em inovação visa ao lançamento de produtos no mercado. Se deixo de fazer isso e meu concorrente estrangeiro faz, estou perdendo uma fatia para ele."
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