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Operação Lava Jato

- Publicada em 31 de Julho de 2017 às 18:27

BC bloqueia R$ 3,4 milhões do ex-presidente da Petrobras

Aldemir Bendine

Aldemir Bendine


VALTER CAMPANATO/ABR/JC
O Banco Central (BC) bloqueou R$ 3,4 milhões de Aldemir Bendine, ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil, alvo da 42ª fase da Operação Lava Jato. Os valores foram encontrados em duas contas-correntes em nome de Bendine no Banco do Brasil e no Bradesco.
O Banco Central (BC) bloqueou R$ 3,4 milhões de Aldemir Bendine, ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil, alvo da 42ª fase da Operação Lava Jato. Os valores foram encontrados em duas contas-correntes em nome de Bendine no Banco do Brasil e no Bradesco.
Na mesma decisão em que pediu a prisão temporária de Bendine, o juiz Sérgio Moro decretou o bloqueio das contas. O ex-presidente da Petrobras é acusado de ter recebido propina de R$ 3 milhões da Odebrecht. O dinheiro teria sido pago por intermédio do marqueteiro André Gustavo Vieira e de seu irmão e empresário Antonio Carlos da Silva Junior, também presos. A defesa de Bendine entrou com recurso de apelação pedindo o desbloqueio dos bens. Bendine e os dois irmãos também prestaram depoimento à Polícia Federal (PF) ontem.
O juiz Sérgio Moro também ordenou o leilão de 74 apartamentos do doleiro Alberto Youssef em Aparecida do Norte, em São Paulo. Os imóveis foram avaliados em R$ 120 mil cada, e a Lava Jato estima arrecadar cerca de R$ 8,8 milhões com a venda. A decisão foi proferida por Moro no último dia 20.
No despacho, o juiz estabelece que os valores arrecadados ficarão depositados em juízo. Youssef foi condenado a mais de 100 anos na Lava Jato.

Bendine nega ter recebido propina

Em depoimento à Polícia Federal ontem, o ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine negou que tenha recebido propina de R$ 3 milhões da Odebrecht. Ele afirmou que não recebeu valores ilícitos de qualquer empresa. Bendine disse, ainda, que tinha boa relação com o publicitário André Gustavo Vieira da Silva, mas negou ter "relações profissionais com ele".
Segundo Bendine, enquanto foi presidente do Banco do Brasil, "negou inúmeros pleitos da Odebrecht, como o pedido de financiamento da construção do estádio do Corinthians".
Bendine foi preso na quinta-feira passada, na Operação Cobra, 42ª fase da Lava Jato, por suspeita de receber propina da Odebrecht. Também foram presos André Gustavo e o irmão dele, Antonio Carlos Vieira Júnior.
Na lista de propinas da empreiteira, Bendine era identificado como "Cobra". O empresário Marcelo Odebrecht, preso desde junho de 2015, disse, em delação premiada, que pagou R$ 3 milhões a Bendine.
À PF Bendine afirmou que "contrariou Marcelo Odebrecht, cancelou negócios, e manteve seus contratos suspensos em decorrência das investigações no âmbito da Lava Jato".
Ele relatou "conversa tensa com representantes da Odebrecht em escritório de advocacia que atendia a ambas as empresas".

Moro converte custódia temporária de Aldemir Bendine em prisão preventiva

O juiz federal Sérgio Moro colocou ontem o ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine em prisão preventiva. O magistrado acolheu o pedido do Ministério Público Federal e converteu a custódia temporária de Bendine em regime por tempo indeterminado.
A decisão de Moro alcança ainda os irmãos André Gustavo e Antonio Carlos Vieira da Silva. Bendine foi preso na quinta-feira passada, na Operação Cobra, 42ª fase da Lava Jato.
"Na busca e apreensão efetuada na residência de Aldemir Bendine, em São Paulo, foram encontradas anotações que corroboram o depoimento dos colaboradores e revelam que, de fato, Aldemir Bendine informava-se ativamente sobre o arrolamento da dívida da Odebrecht que baseou seu pedido inicial de propina a Fernando Reis (executivo da Odebrecht), por meio de André Gustavo", informa o Ministério Público Federal.