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Congresso Nacional

- Publicada em 04 de Julho de 2017 às 17:34

Aécio Neves diz que é vítima de 'trama ardilosa'

Aécio Neves fez seu primeiro discurso em retorno ao Senado

Aécio Neves fez seu primeiro discurso em retorno ao Senado


JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO/JC
Após 46 dias fora do Congresso Nacional, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) fez seu primeiro discurso ontem. Em sua defesa, não fez citação ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, mas afirmou ser vítima de uma "trama ardilosa" e que seus familiares foram usados como "massa de manobra" por pessoas com "ausência de caráter".
Após 46 dias fora do Congresso Nacional, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) fez seu primeiro discurso ontem. Em sua defesa, não fez citação ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, mas afirmou ser vítima de uma "trama ardilosa" e que seus familiares foram usados como "massa de manobra" por pessoas com "ausência de caráter".
O senador também fez a defesa do governo do presidente Michel Temer (PMDB). "Fui eu, na condição de presidente do partido, que condicionou nosso apoio ao cumprimento dessa agenda (de reformas)", afirmou.
O tucano esteve afastado por determinação do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 18 de maio, após ser acusado de corrupção passiva e obstrução de Justiça. Já no dia 30 deste mês, o ministro Marco Aurélio Mello, do STF, determinou o restabelecimento da situação jurídico-parlamentar.
O senador mineiro foi denunciado ao STF pelo procurador-geral da República com base na delação dos empresários do Grupo J&F.
O tucano é acusado de corrupção passiva pelo suposto recebimento de R$ 2 milhões em propina da JBS e por obstrução da Justiça por tentar impedir os avanços da Lava Jato. Janot pediu a abertura de um novo inquérito para investigar o crime de lavagem de dinheiro. No total, Aécio responde a nove inquéritos, além desse último pedido: cinco ligados às delações da Odebrecht, dois ligados aos delatores da JBS, e outros dois sobre o esquema de corrupção em Furnas e a suspeita de intervenção durante a CPI dos Correios, em 2005.
Antes do discurso, o senador participou de reunião da bancada com o presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati. Embora correntes do partido ligadas aos deputados e aos tucanos de São Paulo defendam seu afastamento definitivo da presidência do partido, Aécio quer ganhar tempo até passar a votação do recurso pedindo a cassação de seu mandato no Conselho de Ética do Senado e a votação da denúncia contra o presidente Michel Temer, na Câmara dos Deputados, para que a decisão seja tomada.
 

Em reunião com a bancada, tucano avisa que, por ora, não reassume a presidência do PSDB

Em almoço com a bancada do PSDB, Aécio Neves informou aos correligionários que não pretende reassumir neste momento a presidência nacional da legenda.
Candidato presidencial do partido em 2014, Aécio se afastou do comando da legenda um dia após ser divulgada a informação de que ele havia sido delatado por Joesley Batista e teria recebido R$ 2 milhões do empresário em espécie.
Na primeira conversa do senador Aécio com o presidente interino do PSDB, Tasso Jereissatti, e a bancada de senadores, foi cobrada a sua posição sobre as relações do PSDB com o governo Michel Temer (PMDB).
"Temos recebido um estímulo muito grande das ruas para sair do governo. Como vamos ficar?", provocou o senador Cássio Cunha Lima, vice-presidente do Senado. Jereissatti foi na mesma linha e reafirmou sua posição a favor do rompimento. "Estou chegando hoje, vou ouvir todo mundo e vamos discutir", respondeu Aécio.
Jereissatti também disse que ele ficasse a vontade para reassumir a presidência, mas Aécio disse que ele continua. "Nosso presidente é você. Você continua", disse o senador mineiro. Depois do recesso parlamentar, o PSDB definirá se antecipa uma convenção para outubro ou novembro.
O almoço de ontem foi o primeiro encontro político de Aécio desde sua chegada ao Parlamento. Segundo parlamentares presentes na reunião, Aécio disse que não tem objetivo de retomar o comando da legenda, mas não deixou claro se esse afastamento será definitivo.
Principais pré-candidatos presidenciais dos tucanos para 2018, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o prefeito da capital paulista, João Doria, querem promover imediatamente uma renovação da direção da legenda, hoje dominada por nomes mais alinhados com o mineiro.
Em encontro com dirigentes do PSDB pela manhã, em sua residência, Aécio Neves detalhou sua volta ao mandato depois de 46 dias fora do Senado. Na chegada ao Congresso para registrar presença, ele evitou conversar com jornalistas.