Título de Cidadão de Porto Alegre para general Etchegoyen cria polêmica no Legislativo

Aprovada na sessão desta segunda-feira, a votação da concessão de título de Cidadão de Porto Alegre ao general Sergio Etchegoyen, atual ministro-chefe de Segurança Institucional do governo Michel Temer (PMDB), causou divergência entre os vereadores.

O projeto teve forte oposição dos vereadores de esquerda, que subiram à tribuna para criticar a proposição. Fernanda Melchionna (PSOL) se manifestou contrária à honraria por Etchegoyen ter se posicionado contra a Comissão da Verdade, criada para analisar os crimes cometidos na ditadura militar. O general criticou a comissão após ela apontar seu pai, general Leo Guedes Etchegoyen, como um dos responsáveis por violações de direitos humanos durante o período. Já Roberto Robaina (PSOL) criticou o PP, partido da vereadora Mônica Leal - autora do homenagem -, dizendo que o simbolismo de a Câmara conceder o título a Etchegoyen seria "avalizar um governo corrupto".

Outros vereadores consideraram que, mais do que ser uma homenagem a Etchegoyen, a questão principal seria a tradição da aprovação do título de cidadão em respeito ao vereador proponente, e que a Câmara teria histórico de galardoar indivíduos independentemente de ideologias. João Bosco Vaz (PDT) sustentou essa ideia relembrando o caso da concessão da homenagem ao ex-jogador do Internacional Falcão, que também foi alvo de controvérsia política.

De acordo com Mônica, o título ao general reconhece sua participação na vida pública da Capital, destacando títulos recebidos por ele, como Ordem do Mérito Militar, Ordem do Mérito da Defesa, Ordem do Mérito Naval, Ordem do Mérito Aeronáutico e Ordem do Mérito do Ministério Público Militar.

Por fim, o projeto foi aprovado com 26 votos favoráveis e três contrários, dos 36 vereadores da Casa.