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Opinião

- Publicada em 10 de Julho de 2017 às 15:19

O Estado numa encruzilhada

Há duas décadas, venho afirmando que o Estado, exceto num período governamental, vinha gerando altos déficits e, com isso, aumentando sua dívida, e que a despesa previdenciária era alta e crescente. Independentemente disso, desde 2012, afirmei que o Estado vinha concedendo reajustes salariais generalizados, muitos deles justíssimos, mas sem a consistência financeira necessária para serem honrados pelo futuro governo, o atual. Isso porque estava formando despesa de caráter continuado sem que dispusesse de receita com essa característica para o atendimento desse compromisso no futuro.
Há duas décadas, venho afirmando que o Estado, exceto num período governamental, vinha gerando altos déficits e, com isso, aumentando sua dívida, e que a despesa previdenciária era alta e crescente. Independentemente disso, desde 2012, afirmei que o Estado vinha concedendo reajustes salariais generalizados, muitos deles justíssimos, mas sem a consistência financeira necessária para serem honrados pelo futuro governo, o atual. Isso porque estava formando despesa de caráter continuado sem que dispusesse de receita com essa característica para o atendimento desse compromisso no futuro.
Isso foi possível ao governo passado, porque usou R$ 7 bilhões dos depósitos judiciais, que são finitos, o que possibilitou conceder 60% de aumento nominal na folha, quando a receita ordinária aumentou 40%. Soma-se a isso a atual recessão econômica, a maior desde 1900, que reduziu a arrecadação.
Apesar de todos os ajustes, o atual governo se encontra numa encruzilhada. Se não assinar o novo acordo da dívida com a União, o Estado formará déficits anuais de R$ 5 bilhões entre 2018 e 2022, o que levará ao atraso de mais de dois meses nos salários.
Em suma, o Estado quebrará de vez. O grande problema é que a União faz algumas exigências para a assinatura desse acordo. Em troca, oferece algum desconto nas prestações da dívida, integral por três anos, e crescente por mais três, a possibilidade de obtenção de algum empréstimo para cobrir o déficit anual remanescente, que será ainda superior a R$ 1,5 bilhão.
E entre as exigências está a privatização de estatais na área de energia, para o que necessita de plebiscito, que a oposição na Assembleia Legislativa já inviabilizou para este ano. Esse acordo pode não ser o melhor dos mundos, mas só ele evitará o pior. Os que estão apostando no "quanto pior melhor" para ganhar a eleição, uma vez no governo, terão que fazer as mesmas políticas, porque o déficit não some só porque trocam os governantes.
Economista
 
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