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Internacional

- Publicada em 13 de Julho de 2017 às 15:15

Nobel da Paz, escritor e ativista Liu Xiaobo morre aos 61 anos

Pacifista virou símbolo do movimento de 1989 na Praça da Paz Celestial

Pacifista virou símbolo do movimento de 1989 na Praça da Paz Celestial


ISAAC LAWRENCE/ISAAC LAWRENCE/AFP/JC
O Nobel da Paz Liu Xiaobo, um símbolo das esperanças do movimento democrático de 1989 na Praça da Paz Celestial na China, morreu na prisão nesta quinta-feira, após uma batalha contra o câncer.
O Nobel da Paz Liu Xiaobo, um símbolo das esperanças do movimento democrático de 1989 na Praça da Paz Celestial na China, morreu na prisão nesta quinta-feira, após uma batalha contra o câncer.
Dessa forma, tornou-se o segundo Nobel da Paz a morrer em privação de liberdade - o primeiro foi o pacifista alemão Carl von Ossietzky, em 1938, falecido em um hospital enquanto estava detido pelos nazistas. Liu tinha 61 anos e cumpria sentença de 11 anos de prisão por "incitar a subversão". Desde junho estava em liberdade condicional para tratar da saúde. Nos últimos 28 anos, passou praticamente entrando e saindo da prisão.
Liu foi preso no fim de 2008 por seu papel na elaboração e promoção de um manifesto, o qual pedia uma transição política pacífica. Escritor e crítico literário, abordava em seus textos o valor da liberdade individual e da resistência pacífica, mas não podia publicar na China - a censura vetava qualquer menção ao nome dele na imprensa local e na internet. Em 2010, quando o Nobel lhe trouxe aclamação internacional, Liu era praticamente desconhecido em seu próprio país. O governo o descrevia como um criminoso e qualificava os pedidos internacionais pela libertação como uma interferência no Judiciário.
Na cerimônia de premiação em Oslo, Liu foi representado por uma cadeira vazia. O prêmio enfureceu autoridades chinesas. Além de críticas ao governo da Noruega, restringiram importações de salmão do país europeu, embora o Comitê do Nobel seja independente. A China ainda colocou a mulher de Liu, a poeta Liu Xia, sob prisão domiciliar. Após a morte do ativista, o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, exortou a China a libertá-la e deixá-la sair do país, caso queira.
Em 1989, quando estudantes protestaram na Praça da Paz Celestial por reformas democráticas, Liu era pesquisador visitante na Universidade Columbia, em Nova Iorque. Pegou um avião para participar dos protestos. Na praça, ajudou a organizar uma greve de fome e chegou a participar de uma delas. Com os tanques e soldados se aproximando do local, ajudou a persuadir os estudantes restantes a evitar mais mortes. Em vez de se exilar, como outros líderes do protesto, seguiu em Pequim, onde acabou preso por ser um "organizador fundamental da insurreição contrarrevolucionária" e levado a uma prisão de segurança máxima. 
Quando soube do Nobel da Paz, Liu chorou, segundo a mulher, e dedicou o prêmio a "todas as almas perdidas" dos protestos na Praça da Paz Celestial. Liu deixa a mulher, com quem se casou em 1996 em um campo de trabalhos forçados, e um filho, Liu Tao, de um casamento anterior.
 
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