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- Publicada em 30 de Julho de 2017 às 21:35

Câmara de Porto Alegre critica fim de isenções na integração do transporte público

Gratuidade na segunda passagem só será mantida para estudantes

Gratuidade na segunda passagem só será mantida para estudantes


Bruna Oliveira/Especial/JC
A semana passada foi repleta de discussões entre porto-alegrenses sobre o transporte público municipal. Na terça-feira, a prefeitura da Capital entregou à Câmara de Vereadores um pacote com seis projetos de lei que alteram as regras em vigor para usuários e permissionários do transporte coletivo de Porto Alegre. Na quinta-feira, mais uma surpresa - um decreto municipal acabou com a gratuidade na segunda passagem de ônibus, com exceção da integração para estudantes. O fim das isenções na integração indignou vereadores tanto da base como da oposição ao governo de Nelson Marchezan Júnior (PSDB).
A semana passada foi repleta de discussões entre porto-alegrenses sobre o transporte público municipal. Na terça-feira, a prefeitura da Capital entregou à Câmara de Vereadores um pacote com seis projetos de lei que alteram as regras em vigor para usuários e permissionários do transporte coletivo de Porto Alegre. Na quinta-feira, mais uma surpresa - um decreto municipal acabou com a gratuidade na segunda passagem de ônibus, com exceção da integração para estudantes. O fim das isenções na integração indignou vereadores tanto da base como da oposição ao governo de Nelson Marchezan Júnior (PSDB).
Em 30 dias a contar da publicação do decreto, a segunda passagem de ônibus paga com o cartão TRI/SIM será tarifada em R$ 2,02, ou seja, 50% do valor da tarifa. A prefeitura afirma que a mudança se dá na busca por um menor impacto no reajuste da passagem. Segundo a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), R$ 0,51 do preço da tarifa de ônibus se devem à gratuidade na integração.
A alteração fez com que o prefeito fosse criticado nas redes sociais. Internautas recordaram uma postagem na página do Facebook de Marchezan de 23 de outubro de 2016, na qual o então candidato diz que seu oponente na campanha à prefeitura, Sebastião Melo (PMDB), o acusa de acabar com a segunda passagem gratuita se eleito. A verdade, na imagem publicada pelo tucano, é que ele vai "melhorar o transporte público, trazendo pontualidade, qualidade e segurança para o passageiro de ônibus".
Líder do governo na Câmara, o vereador Cláudio Janta (SDD) reclama por nem ele, nem a sociedade terem sido consultados em relação às medidas. "Nas conversas com o núcleo do governo dedicado à discussão destas questões, jamais cogitou-se deixar os cobradores de ônibus sem uma atividade nem manter veículos circulando com idosos, crianças e pessoas com deficiência sem o suporte do segundo tripulante", critica, referindo-se às propostas encaminhadas ao Parlamento municipal. O parlamentar afirma, ainda, que a retirada de "direitos adquiridos pelos aposentados e estudantes" jamais foi tratada.
Sobre a segunda passagem, o líder do governo revela que nunca defendeu acabar ou tarifar a segunda passagem, "que assegura o transporte de milhares de pessoas", e sim a revisão do tempo de intervalo entre viagens. "Os trabalhadores, estudantes, idosos e pessoas com deficiência não podem ser penalizados", destaca. Janta acredita que há necessidade de revisão no sistema de transporte em diversos pontos, porém de forma que faça diferença na qualidade e na segurança, e não na perda de direitos.
Outro vereador que se pronunciou publicamente a respeito é Marcelo Sgarbossa (PT), da oposição, tradicionalmente contrário ao aumento nos preços das passagens e favorável ao investimento em transporte coletivo ou não motorizado. "Para ampliar o faturamento das empresas de ônibus, (o governo) corta direitos das parcelas mais vulneráveis da população", avalia. O parlamentar salienta que, mesmo se aprovado o pacote de propostas da prefeitura, o município não se compromete a não reajustar ao valor da tarifa.
Sgarbossa lembra que, enquanto reduz as gratuidades para os usuários, Marchezan mantém as isenções de impostos para os empresários de ônibus. "Foram R$ 18 milhões anuais em isenção, com a promessa de que não haveria aumento no valor da passagem", recorda.
O parlamentar nega, também, que o elevado valor seja culpa das isenções ou da existência de cobradores no quadro de funcionários. Ele destaca a auditoria realizada pelo Ministério Público de Contas em 2013, que descobriu uma série de irregularidades, como lucros indevidos e indícios de superfaturamento em insumos e no cálculo da tarifa. "Até ônibus fora de circulação foram considerados, aumentando a passagem em R$ 0,20."
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