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Carnaval

- Publicada em 20 de Julho de 2017 às 15:00

Imperadores do Samba pode sair da Padre Cacique

 Audiência de conciliação na Justiça está marcada para 8 de agosto

Audiência de conciliação na Justiça está marcada para 8 de agosto


JONATHAN HECKLER/JC
Com a sua quadra interditada desde o final de junho, a Imperadores do Samba pode ter que sair da avenida Padre Cacique. Segundo o Ministério Público (MP), a escola de samba, campeã do Carnaval 2017 de Porto Alegre, estava descumprindo um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) estabelecido em 2013 junto ao município, no qual concordou em realizar apenas uma festa por mês, com temática carnavalesca. A área é cedida pela prefeitura da Capital.
Com a sua quadra interditada desde o final de junho, a Imperadores do Samba pode ter que sair da avenida Padre Cacique. Segundo o Ministério Público (MP), a escola de samba, campeã do Carnaval 2017 de Porto Alegre, estava descumprindo um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) estabelecido em 2013 junto ao município, no qual concordou em realizar apenas uma festa por mês, com temática carnavalesca. A área é cedida pela prefeitura da Capital.
O presidente da Imperadores do Samba, Rodrigo Costa, conta que a escola está buscando apoio e resolvendo a questão juridicamente. "Para nós, é a pior coisa neste momento, porque precisamos da quadra liberada para angariar recursos para o Carnaval, já que a sugestão da prefeitura é que a festa seja paga pela iniciativa privada", afirma.
Além da preocupação de pagar a realização do Carnaval, a Imperadores precisa alugar tendas para cobrir a quadra quando há eventos desde as obras da Copa do Mundo de 2014, nas quais a prefeitura acabou retirando a lona existente como parte das execuções ocorridas na época. Juntamente com contas como água e luz, o gasto mensal aproximado da escola de samba é de R$ 8 mil.
Costa explica que o problema com o MP se deu porque recentemente houve conflito de datas e, em vez de ser feito apenas um evento no mês, foram feitos dois na mesma semana. No entanto nega que a temática não fosse carnavalesca. "Todos os nossos eventos são de Carnaval ou, ao menos, em prol do Carnaval. Só não tocava música carnavalesca", explica.
No dia 8 de agosto, haverá uma audiência de conciliação, com a presença de representantes da Imperadores, MP e prefeitura. "Se Deus quiser, seremos liberados, mas, independentemente disso, esperamos que a prefeitura não nos penalize dessa forma, tirando-nos da Padre Cacique", destaca o presidente.
Caso a cessão da prefeitura seja rescindida, Costa alega que a escola de samba não tem para onde ir. "Não estamos mensurando isso. Acreditamos que vamos permanecer aqui. Temos a maior torcida da cidade, desfilamos com 2 mil componentes, e metade das pessoas que gostam de Carnaval torce por nós", observa, admitindo que a localização geográfica ajuda no apoio. 

Segundo promotora, problemas têm sido recorrentes

A promotora de Justiça do Meio Ambiente de Porto Alegre, Ana Maria Moreira Marchesan, relata que o histórico referente a problemas com a Imperadores é grande. "Essa escola de samba descumpre reiteradamente a legislação municipal, tanto que, há cinco anos, chegou a ter uma ordem de interdição, que não foi respeitada", declara. Na época, chegou a ser expedido mandado de busca e apreensão dos equipamentos sonoros da Imperadores, depois revogado pela Justiça.
Ana Maria, que já morou no entorno da Padre Cacique, lembra que os moradores se incomodam muito com o barulho gerado pela Imperadores e pelas outras duas escolas de samba que atuam no local, a Praiana e a Banda do Saldanha, além do Estádio Beira-Rio, ao lado das quadras. "É um perfeito inferno, porque, quando não tem barulho de um, tem de outro", avalia.
Depois de cinco ou seis reuniões, em outubro de 2013, foi celebrado um acordo entre as três escolas de samba e o município, no qual foram estabelecidos dias e horários adequados à realidade de cada escola, tipo de evento e volume sonoro. "Neste ano, começaram a pipocar várias reclamações na Promotoria em relação à Imperadores, que estava fazendo festa todo fim de semana, uma ou duas vezes. Às vezes, para universidades, que não têm nada a ver com Carnaval. O volume era elevado, e os horários, elevadíssimos", conta.
As festas tinham eventos no Facebook, usados como provas pelo MP. "Entramos com uma ordem para a cessação das atividades, e eles não a respeitaram. Aí, tivemos que chegar a esse ponto de acorrentar a sede com cadeado", lamenta. Mesmo assim, a promotora garante que um acordo é de interesse do MP, desde que seja cumprido.