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Geral

- Publicada em 18 de Julho de 2017 às 20:10

UPF adia pagamento de mensalidade de alunos e neutraliza danos do Fies

Patrícia Comunello
Atualizada às 10h, em 1/8/2017.
Atualizada às 10h, em 1/8/2017.
O reitor da Universidade de Passo Fundo (UPF), José Carlos de Souza, admite. "Passamos por um período de dificuldades que quase superamos. Os alunos voltaram depois de dois anos difíceis", conta Souza, ao participar do programa de webvídeo do Jornal do Comércio, Da Redação.  
Os anos difíceis foram 2015 e 2016. A causa da depressão, da qual a UPF não é a única a sofrer no mercado gaúcho de universidades comunitárias e confessionais, foi a reviravolta na oferta de recursos do programa de Financiamento Estudantil (Fies), criado e lastreado pelo governo. "O Fies não acompanhou mais a demanda de alunos, e eles desistiram da instituição", descreve o reitor. A perda chegou a 10% das matrículas. Em 2015, 1715 alunos haviam se habilitado ao programa e apenas 260 conseguiram vagas. 
Foi aí que a UPF resolveu agir. O reitor diz que a instituição percebeu que o rombo viria e resolveu criar um programa próprio chamado de Plano de Auxílio Estudantil (PAE) UPF. "O aluno paga a metade do valor da mensalidade e quita o saldo após se formar. Entendemos que seria prudente oferecer a modalidade sem nenhum juros para manter o aluno conosco", detalha Souza, que ocupa o cargo pelo segundo mandato.
Na entrevista em vídeo, o reitor diz que o programa próprio atraiu mais alunos. Eram 31% de matrículas no Fies, que só encolheu, e agora são 30% a 31% dos alunos no PAE. O programa prevê que o aluno começará a quitar o saldo um ano após se formar, incluindo a correção das mensalidades no período de uso do PAE. "Se não tivesse o programa, o aluno não estaria mais no curso. Sem ele, teríamos de ter encolhido a infraestrutura. Estou falando de mais de 60 cursos e nove campi." Souza garante que a UPF manteve o que tinha. 
Mesmo as mudanças recentes anunciadas pelo Ministério da Educação (MEC) não devem reverter a desconfiança e baixa do Fies, diz o reitor. Uma das medidas foi prever que o beneficiário pagará parte do passivo após se formar com desconto de seu salário (um consignado do Fies). "Ficou pior do que era. O governo não tem recursos. O ministro fala em Fies mais fortalecido. Não acreditamos", opina. Para o reitor, a ação do governo contraria a meta do Plano Nacional de Educação (PNE), de atingir 10 milhões de alunos no Ensino Superior até 2020. "O Fies era a âncora para isso."
Souza avalia que a estratégia adotada pela UPF poderia servir de exemplo a outras com mesmo perfil e que também sofreram e ainda estão em dificuldades. "Quem não fizer alguma coisa vai ter de reduzir mesmo." Há casos de universidades que perderam metade do número alunos nos anos recentes. Informações apuradas no setor indicam que muitas estão com estruturas ociosas, estão tendo de demitir professores. Até serviços que operam nos campi sentem a queda, como cafeterias e serviços de xerox que estão tendo de fechar devido à queda no fluxo.
Diferentemente de universidades e faculdades ligadas ao setor privado de mercado - que está listado em bolsa de valores e tem investidores estrangeiros -, o ramo comunitário como a UPF tem restrições estatutárias para fusões ou venda. Ou seja, a solução está dentro dos campi. A concorrência também aumentou e ainda mais com a rivalidade entre o setor filantrópico e o de mercado. O que é verificado tanto em Porto Alegre como no interior, no quintal da própria UPF, onde operam a Imed e a Anhanguera.    
Em 2017, outra novidade foi a retomada da Jornada Literária de Passo Fundo, que havia sido cancelada em 2015 devido à falta de apoio público. O evento é bianual. Este ano o evento volta de 2 a 6 de outubro e com patrocínio e apoios do setor privado. E terá novidades, contou Souza, como maior interação do público com escritores. "Vão ocorrer as noites boêmios em bares para contagiar a cidade sobre literatura. Vamos levar a cultura para a rua." 
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