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Geral

- Publicada em 06 de Julho de 2017 às 22:36

Projeto-piloto quer entender questões culturais que fazem o Estado ser líder em suicídios

Suzy Scarton
O Rio Grande do Sul é o estado com os maiores índices de suicídios no Brasil. Por ano, são cerca de 1,1 mil casos, gerando uma taxa de aproximadamente 10 óbitos por 100 mil habitantes, o dobro da média nacional. Oficialmente, foram mais de 3,9 mil tentativas registradas em 2016, embora ainda haja baixa notificação. Estima-se que ocorra um caso de suicídio efetivado a cada dez tentativas.
O Rio Grande do Sul é o estado com os maiores índices de suicídios no Brasil. Por ano, são cerca de 1,1 mil casos, gerando uma taxa de aproximadamente 10 óbitos por 100 mil habitantes, o dobro da média nacional. Oficialmente, foram mais de 3,9 mil tentativas registradas em 2016, embora ainda haja baixa notificação. Estima-se que ocorra um caso de suicídio efetivado a cada dez tentativas.
Pensando nisso, a Secretaria Estadual da Saúde planeja implantar um projeto-piloto para a criação de um observatório de análise da situação, que propõe a imersão de técnicos e coordenadores do Comitê Estadual de Promoção da Vida e Prevenção ao Suicídio em uma região específica a ser definida pela pasta. A intenção é diminuir não só o número de suicídios consumados, mas também o de tentativas.
Para Claudia Cruz, membro do comitê, é fundamental entender que o suicídio é causado por diversos fatores. "Nunca é um único fato, a perda de um emprego, o término de um relacionamento. Geralmente, essa é a gota d'água para uma série de fatores que nem sempre são visíveis, influenciados por questões sociais, culturais e biológicas", explica. A partir da observação, será possível determinar diretrizes e elaborar planos de prevenção.
Com a imersão desses profissionais de saúde em uma determinada região, eles conversarão com toda a rede de proteção, envolvendo as prefeituras e suas secretarias, e também a comunidade em geral. "A intenção é montar um plano que possa ser adaptado considerando as questões regionais", descreve. Por ser um tema tão complexo, Claudia ressalta a importância de participação multissetorial. "Um professor que percebe um aluno em níveis de risco tem de saber como ajudá-lo, para quem encaminhá-lo", exemplifica.
A psicóloga explica que muitos fatores colocam o Rio Grande do Sul como estado com maior frequência de suicídios. Entre eles, a questão cultural do suicídio, que é socialmente ensinado. "Se, em uma família, alguém passa por um problema e vê a morte como solução, acaba passando isso para quem está ao redor. O suicídio entra para o campo de possibilidades. Chamamos de suicídio contagioso, quando as pessoas imitam um comportamento se estão na mesma situação", relata.
De acordo com Claudia, os sintomas começam com automutilação, ideias frequentes de morte e pensamentos suicidas, e passam para um segundo nível, de elaboração de um plano e de tentativa efetiva. "É importante deixar claro que a pessoa tem saída. Quando ela está nessa situação, acha que não tem, mas sempre tem", argumenta.
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