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Economia

- Publicada em 27 de Julho de 2017 às 19:25

Feriado adia em um dia anúncio da GM em Gravataí

Será a terceira ampliação da fábrica desde 2000 e integra expansão no País

Será a terceira ampliação da fábrica desde 2000 e integra expansão no País


CLAITON DORNELLES /JC
Patrícia Comunello
Um feriado municipal acabou adiando em um dia a oficialização do investimento de R$ 1,5 bilhão da General Motors (GM) no complexo de Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre. A agenda acertada entre a montadora e o governo gaúcho previa que a solenidade seria em 2 de agosto, dia de Nossa Senhora dos Anjos, padroeira da cidade. Com isso, a cerimônia teve de ser transferida para as 10h do dia 3, nas dependências da fábrica, às margens da Freeway. O presidente da GM no Mercosul, Carlos Zarlenga, vem para o evento. Não haverá ato no Palácio Piratini, em Porto Alegre.
Um feriado municipal acabou adiando em um dia a oficialização do investimento de R$ 1,5 bilhão da General Motors (GM) no complexo de Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre. A agenda acertada entre a montadora e o governo gaúcho previa que a solenidade seria em 2 de agosto, dia de Nossa Senhora dos Anjos, padroeira da cidade. Com isso, a cerimônia teve de ser transferida para as 10h do dia 3, nas dependências da fábrica, às margens da Freeway. O presidente da GM no Mercosul, Carlos Zarlenga, vem para o evento. Não haverá ato no Palácio Piratini, em Porto Alegre.
O prefeito Marco Alba (PMDB), ansioso por este dia, admite que até preferia que o anúncio ocorresse no feriado como chegou a ser cogitado. O problema, lembra Alba, é que não haveria atividade na montadora. "Eles alegaram que a unidade estaria fechada. Mas seria interessante para a cidade, daria misticismo para a data. É dia de missa e procissão de rua da padroeira", comenta o prefeito. Dia 2 ou 3, o fato é que o anúncio é encarado como "meganotícia" por Alba. "É simbólico no meio da turbulência e do desânimo na economia. Gravataí vai na contramão e retoma a motivação. Tomara que sirva de exemplo para outras empresas", comemora o peemedebista, que admite. "Já era a hora." Será a terceira ampliação da unidade, que começou a ser construída em 1997 e colocou o primeiro carro no mercado em julho de 2000.  
Em 2015, a GM anunciou o plano de investimento para o País, projetado em R$ 6,5 bilhões e para desenvolvimento de novos produtos e capacidade fabril. Sabia-se que a unidade de Gravataí, considerada uma das mais eficientes no mundo, estaria no pacote. A crise, que gerou forte queda nas venda de automóveis, chegou a estremecer o plano em 2016. Houve adiamento de anúncios, mas não da intenção. A negociação com o governo gaúcho entrou em linha há um ano, mas se intensificou nos meses recentes. 
O investimento envolve uma nova linha de carro, seguindo modelo de camionete SUV e que terá plataforma mundial, com exportação para a América Latina e podendo abastecer outros mercados pelo mundo. A instalação atual da fábrica não deve sofrer ampliação física. Serão instalados novos maquinários para o desenvolvimento e fabricação do modelo. Obras físicas devem ocorrer em unidades de sistemistas que estão no Complexo Industrial Automotivo de Gravataí (Ciag) e de outros que podem ser agregados, devido a fornecimento de materiais.  
Em Gravataí, o prefeito já projeta efeitos do anúncio. Entre eles, a ativação de quatro a cinco empreendimentos imobiliários, entre condomínios fechados e prédios. "A GM vai tirar a apatia. Pode ter certeza que vai ativar investidores da área imobiliária." O complexo tem incentivos fiscais municipais aprovados em lei de 1996. São isenções de tributos, como de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), que vai até 2026, e Imposto sobre Serviços (ISS), voltado principalmente a serviços de construção. Alba não tem o valor estimado de renúncia, pois alega que não sabe em detalhes como será o projeto e obras, mas "é muito insignificante em relação ao retorno gerado em postos de trabalho e ICMS". "Vamos ter noção mais clara da repercussão após o anúncio."
O complexo da GM responde por 50% do retorno do imposto estadual para o município. Este ano serão repassados cerca de R$ 100 milhões. O prefeito lembra que a crise afetou a receita geral nos anos recentes, não só pela desaceleração em veículos, mas outros setores da indústria. De 2013 a 2016, primeiro mandato do prefeito reeleito, R$ 300 milhões deixaram de irrigar os cofres da prefeitura, entre verbas locais, estaduais e federais. "Mas de 2002 a 2012, a receita cresceu 16% ao ano, enquanto a inflação foi de 6%. No meu mandato, empatamos."
No plano estadual, a GM vai usufruir de incentivos do Fundopem e programa Integrar-RS, que adia o recolhimento de ICMS gerado na produção dos novos modelos. Para a terceira ampliação - as outras duas ocorreram em 2004 e 2010 -, houve ainda a aprovação de lei que estende incentivos a fornecedores de ferramental que estejam no Estado, mas fora do Ciag, o que animou o setor de máquinas e equipamentos. A fábrica produz hoje os modelos Onix e Prisma, com capacidade instalada de montar 380 mil unidades por ano. São pouco mais de 6 mil empregos no complexo, 2,5 mil diretos e o restante indiretos.
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