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Política Monetária

- Publicada em 26 de Julho de 2017 às 22:21

Banco Central corta Selic para 9,25% ao ano

A despeito do aumento das incertezas sobre o andamento das reformas estruturais, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu ontem, por unanimidade, reduzir a Selic (a taxa básica de juros) em 1 ponto percentual, de 10,25% para 9,25% ao ano. O corte foi o sétimo consecutivo e coloca a Selic novamente em um dígito após quase quatro anos. Este é o menor patamar para a taxa desde agosto de 2013, quando estava em 9% ao ano.
A despeito do aumento das incertezas sobre o andamento das reformas estruturais, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu ontem, por unanimidade, reduzir a Selic (a taxa básica de juros) em 1 ponto percentual, de 10,25% para 9,25% ao ano. O corte foi o sétimo consecutivo e coloca a Selic novamente em um dígito após quase quatro anos. Este é o menor patamar para a taxa desde agosto de 2013, quando estava em 9% ao ano.
A decisão era largamente esperada pelos economistas do mercado financeiro. De um total de 41 instituições consultadas, 39 esperavam que fosse feito corte de 1 ponto percentual da Selic, enquanto duas projetavam redução de 0,75 ponto percentual.
No comunicado que acompanhou a decisão, a instituição reconhece que há aumento das incertezas sobre o andamento das reformas estruturais. Mesmo assim, os diretores do BC defendem que há espaço para a continuidade da flexibilização da política monetária.
"O Copom ressalta que a manutenção das condições econômicas, até este momento, a despeito do aumento de incerteza quanto ao ritmo de implementação de reformas e ajustes na economia, permitiu a manutenção do ritmo de flexibilização nesta reunião", cita o comunicado divulgado pelo comitê.
O BC, porém, não se compromete com a continuidade do ritmo de corte da taxa de juros nas próximas reuniões e diz que isso só será possível se as condições do cenário básico avaliado pela instituição não forem alteradas. "Para a próxima reunião, a manutenção deste ritmo dependerá da permanência das condições descritas no cenário básico do Copom e de estimativas da extensão do ciclo", cita o documento. "O ritmo de flexibilização continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação", completa o comunicado.
No documento, o BC também atualizou suas projeções para a inflação. No cenário de mercado - que utiliza expectativas para câmbio e juros do mercado financeiro -, o BC alterou sua projeção para o IPCA em 2017 de 3,8% para 3,6%. No caso de 2018, a expectativa foi de 4,5% para 4,3%.

Pelo Twitter, Michel Temer comemora a decisão do Copom

Temer destacou o recuo da inflação

Temer destacou o recuo da inflação


ANTONIO CRUZ/ANTONIO CRUZ/ABR/JC
Poucos minutos depois de o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciar a redução da taxa básica de juros de 10,25% ao ano para 9,25% ao ano, o presidente Michel Temer usou o Twitter para comemorar a decisão. "Juros abaixo de um dígito pela 1ª vez em 4 anos. Menor inflação em uma década. Com responsabilidade, estamos mudando o Brasil para melhor", escreveu.
Temer destacou ainda que a redução dos juros incentiva investimentos produtivos que geram mais empregos. "Com trabalho, estamos colocando a economia nos trilhos."
Em linha com o mercado, interlocutores do presidente esperavam a redução de 1 ponto percentual na Selic. O discurso oficial é que o Banco Central é independente, mas auxiliares não escondiam que mais um corte na taxa de juros seria um bom elemento para que o governo mantenha o discurso de retomada e de que segue trabalhando independente das crises.

Fiergs, Fiesp e SPC avaliam a decisão

  • A decisão anunciada ontem pelo Copom foi recebida com cautela pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs). "Devido à extensão e à profundidade da recessão, o Copom poderia ter acelerado o ritmo de queda da taxa. Mas, mais uma vez, o descontrole das finanças públicas acaba sendo um obstáculo para uma redução maior. Saída via aumento de impostos não soluciona o problema, apenas agrava a crise da economia real", destaca o presidente da Fiergs, Gilberto Petry.
  • A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) avalia que, ao cortar a taxa básica de juros em um ponto percentual, o BC está reduzindo o indicador em ritmo "muito mais devagar do que poderia". "A inflação está em queda, e a projeção do mercado é de que o IPCA deve encerrar o ano em 3,3%, abaixo da meta do Banco Central, de 4,5%. Além disso, a retomada do crescimento é fraca. O emprego não está reagindo. Continuamos com 14 milhões de desempregados", avalia o presidente da Fiesp, Paulo Skaf. 
  • Para o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), o corte da Selic foi positivo. "O espaço para queda nas taxas de juros é mais confortável, uma vez que tanto os preços livres quanto os preços administrados têm rodado abaixo da meta oficial. Na última vez em que a Selic estava em um dígito, a inflação estava sendo puxada para baixo de maneira artificial pelos preços administrados, enquanto os preços livres permaneciam significativamente acima da meta", diz o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior. 

Com redução, poupança supera ganho da maioria dos fundos

A queda da taxa básica de juros para 9,25% ao ano tornou a poupança mais atrativa que a maioria dos fundos de investimento de renda fixa, de acordo com simulações feitas pela Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).
O Copom (Comitê de Política Monetária) reduziu ontem a Selic em 1 ponto percentual, em linha com o esperado pelo mercado. A decisão do BC foi tomada diante de um cenário de inflação comportada e em uma tentativa de reanimar a atividade econômica do País.
As contas da Anefac mostram que a poupança ganha dos fundos de renda fixa em qualquer cenário se o resgate for feito em até seis meses. Isso acontece, porque a caderneta, que rende TR (Taxa Referencial) mais 6,17% ao ano, é isenta de Imposto de Renda (IR). Já os fundos são tributados segundo tabela regressiva, com alíquotas que começam em 22,5% e vão caindo até alcançar 15% - para aplicações acima de dois anos.
A Anefac estima o rendimento mensal da poupança em 0,55% com a Selic a 9,25% ao ano. Segundo a associação, os fundos só ganham da poupança se tiverem taxa de administração de 0,5% ao ano e se o investidor esperar pelo menos seis meses para resgatar o dinheiro. Se a taxa subir para 1%, o fundo só ganha se o resgate for feito após dois anos - se ocorrer entre um e dois anos, a rentabilidade é igual à da poupança.
Algumas aplicações de renda fixa também perdem a atratividade em relação à caderneta com a Selic a 9,25% ao ano. Com remuneração de 80% do CDI (Certificado de Depósito Interfinanceiro, taxa de juros nos empréstimos entre bancos), o CDB tem rentabilidade de 7,16% em um ano, a mesma do Tesouro Selic. A poupança tem ganho de 7,83%.
Se a rentabilidade subir para 90% do CDI, o ganho do CDB vai a 8,10% em um ano. O título bancário tem incidência de Imposto de Renda e segue tabela regressiva, que começa em 22,5% e vai caindo gradativamente até alcançar 15%.
No caso da LCI/LCA (Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio, respectivamente), a taxa de retorno fica atrativa por causa da isenção de IR para pessoas físicas. Se o investidor conseguir uma taxa de 80% do CDI, a remuneração será de 8,95%. Se a taxa for de 90% do CDI, o retorno sobe para 10,12%.