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Economia

- Publicada em 26 de Julho de 2017 às 22:21

Desemprego aumenta e atinge 195 mil pessoas na Região Metropolitana de Porto Alegre

Reforma trabalhista deve alterar os próximos cenários, afirma FEE

Reforma trabalhista deve alterar os próximos cenários, afirma FEE


/MARCELO G. RIBEIRO/JC
Adriana Lampert
A taxa de desemprego na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) inflou de 10,3% em junho de 2016 para 11% em junho de 2017, quando 195 mil pessoas estavam em busca de uma vaga no mercado. Também houve aumento na parcela de integrantes da População Economicamente Ativa (PEA) que procuram por trabalho há mais de um ano. Na comparação com maio deste ano, a queda na ocupação foi de -7,8% em junho. Os dados são da última Pesquisa de Emprego de Desemprego (PED) na RMPA, divulgada ontem pela Fundação de Economia e Estatística (FEE) pela economista Iracema Castelo Branco.
A taxa de desemprego na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) inflou de 10,3% em junho de 2016 para 11% em junho de 2017, quando 195 mil pessoas estavam em busca de uma vaga no mercado. Também houve aumento na parcela de integrantes da População Economicamente Ativa (PEA) que procuram por trabalho há mais de um ano. Na comparação com maio deste ano, a queda na ocupação foi de -7,8% em junho. Os dados são da última Pesquisa de Emprego de Desemprego (PED) na RMPA, divulgada ontem pela Fundação de Economia e Estatística (FEE) pela economista Iracema Castelo Branco.
Somente no setor de serviços, que é o que mais emprega, houve retração de 116 mil vagas - o equivalente a -11,8% de pessoas ocupadas nesta atividade, se comparado com o contingente de junho do ano passado. Fora o comércio, que absorveu 8 mil profissionais neste período (com variação positiva de 2,5% na taxa de ocupação), os demais setores também reduziram a força de trabalho, com menos 12 mil (-9,8%) pessoas ocupadas na construção civil e outros 19 mil indivíduos (-7,1%) fora da indústria de transformação.
A redução destas ocupações se dá entre os assalariados (-112 mil pessoas ou -9,4%) e também no setor público, que, atualmente, conta com menos 40 mil pessoas (-20%). "No setor privado, a redução é de 72 mil pessoas (-7,2%), sendo que 42 mil destes empregos eram com carteira assinada e 30 mil sem carteira", destaca Iracema.
"Estes são cenários que vêm se repetindo a vários meses", observa Iracema. Já a posição na ocupação entre autônomos (com acréscimo de 1 mil pessoas) e o emprego doméstico (que perdeu outros 1 mil trabalhadores) ficou relativamente estável. As demais posições tiveram redução de 21 mil pessoas (-11,2%). A economista observa que no final de 2016 e início de 2017 o ritmo de queda entre os ocupados havia desacelerado. "Porém as retrações voltaram a ocorrer em maior escala, e a tendência para os próximos 12 meses é de que o cenário do mercado de trabalho siga apresentando dados negativos."
Considerando também o contingente de pessoas com idade ativa que está fora da PEA, a atual taxa de participação no mercado seria ainda menor, pontuam os economistas responsáveis pela PED-RMPA. "A taxa de desemprego não cresce porque a saída de pessoas do mercado de trabalho está no mesmo ritmo da queda da ocupação", explica Iracema. Isso significa que, se fosse recalculada (somando as pessoas com idade ativa, mas que não trabalham e nem estão à procura de emprego), a taxa de desocupados (ou desempregados) na RMPA seria de 26% da PEA. Em maio deste ano também ocorreu diminuição de 4,3% na renda de ocupados (sendo 0,3% para assalariados) frente ao mesmo período no ano passado. Neste grupo, os trabalhadores autônomos foram os que sofreram uma retração maior (de -10,4%) nos seus rendimentos médios reais. "Estes profissionais são os que vem perdendo renda de forma mais intensa nos últimos meses", reforça Iracema.
A massa de rendimentos que circula na economia também enxugou. No caso dos assalariados, ficou em -12,1% e para ocupados a retração foi de -10,8%. "Com a taxa de desemprego aumentando, e as pessoas aceitando trabalhar por uma renda menor, o reflexo é a queda contínua do rendimento médio e da massa de rendimentos", ressalta a economista da FEE. Iracema lembra que, com isso, a circulação de renda no mercado diminui - o que impede o crescimento da economia através do consumo.
Com a aprovação da reforma trabalhista, que passa a vigorar em novembro, deverão ocorrer mudanças na composição dos empregos e ocupações do mercado, frisa Iracema. "A princípio, pode-se ter uma melhora no nível ocupacional, porém os indicadores de renda, jornada e posição da ocupação podem vir a seguir em caminho oposto", destaca a economista do Dieese, Ana Paula Sperotto, referindo-se às 11 modificações previstas pela nova lei, que devem interferir no mercado. 
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