O aumento
anunciado pelo governo federal nesta quinta-feira (20) das alíquotas do Programa de Integração Social (PIS) e a da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para a gasolina, o etanol e o diesel segue gerando críticas por parte das entidades que representam o setor empresarial gaúcho.
Em nota, o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Gilberto Porcello Petry, disse desaprovar a decisão. "O aumento ocorre porque houve gastos adicionais não previstos com a liberação de emendas parlamentares. Com isso, desestruturou o orçamento que estava previsto já com um déficit grande", diz Petry.
Para Petry, isso representa elevação dos custos da logística, retração no consumo, queda na renda real da população e atraso na recuperação da economia. "Toda a cadeia produtiva sofrerá algum impacto. Os combustíveis representam 40% do valor do frete rodoviário. Para os consumidores, a repercussão será sentida na menor renda disponível para o consumo. Por fim, passaremos a esperar taxa de inflação e juros mais elevados", diz.
O presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, também criticou o aumento, afirmando que o "aumento de imposto é um grave erro e será pago por toda a sociedade". Segundo Bohn, a entidade está "indignada": "enquanto adiamos a reforma da previdência, cujo déficit anual chega a R$ 300 bilhões, o governo busca atalhos para conseguir cumprir uma meta fiscal que já é deficitária".
A avaliação da Fecomércio-RS é de que os valores de PIS/Cofins sobre gasolina e diesel vão praticamente dobrar. Na gasolina, deve haver aumento de cerca de R$ 0,40 e no diesel mais de R$ 0,20. "Aumentar tributos em bens de consumo e insumos fundamentais, como é o caso dos combustíveis, em meio à situação econômica atual, é extremamente danoso para a sociedade brasileira”, critica Bohn. Ele explica que o aumento do diesel se espalha pelo preço de todos os bens e serviços que dependem de transporte e o aumento da gasolina afeta diretamente o bolso das pessoas.
De acordo com os ministérios do Planejamento e Fazenda, a expectativa com as mudanças nos impostos é arrecadar R$ 10,4 bilhões.