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MERCADO IMOBILIÁRIO

- Publicada em 23 de Julho de 2017 às 22:22

Oferta sobe e preços de aluguéis caem na Capital

Número de imóveis para alugar cresceu 20,5% em um ano, diz Secovi

Número de imóveis para alugar cresceu 20,5% em um ano, diz Secovi


FREDY VIEIRA/JC
O aumento acelerado na oferta de imóveis residenciais para locação na Capital, aliado à queda do IGP-M - indíce que corrige os aluguéis -, tornou o cenário de locações um terreno fértil para locatários e árduo para os locadores. Apenas entre maio do ano passado e maio de 2017, o número de imóveis residenciais colocados para locação em Porto Alegre cresceu 20,5%, de acordo com levantamento feito pelo Sindicato da Habitação do Estado (Secovi). Em 12 meses, foram cerca de 1,2 mil apartamentos a mais no mercado. Com tanta oferta, o tempo médio para que o dono do imóvel consiga um inquilino passou de 8 para 11 meses no período - mais do que o dobro do tempo médio registrado há cinco anos, de 4,8 meses. A oferta de imóveis no mesmo período aumentou 164%.
O aumento acelerado na oferta de imóveis residenciais para locação na Capital, aliado à queda do IGP-M - indíce que corrige os aluguéis -, tornou o cenário de locações um terreno fértil para locatários e árduo para os locadores. Apenas entre maio do ano passado e maio de 2017, o número de imóveis residenciais colocados para locação em Porto Alegre cresceu 20,5%, de acordo com levantamento feito pelo Sindicato da Habitação do Estado (Secovi). Em 12 meses, foram cerca de 1,2 mil apartamentos a mais no mercado. Com tanta oferta, o tempo médio para que o dono do imóvel consiga um inquilino passou de 8 para 11 meses no período - mais do que o dobro do tempo médio registrado há cinco anos, de 4,8 meses. A oferta de imóveis no mesmo período aumentou 164%.
Leandro Hilbk, vice-presidente de locações do Secovi, avalia que o aumento da oferta é reflexo de diferentes situações, como redução da renda e do emprego, por exemplo, que levam mais pessoas a dividirem um aluguel ou mesmo retardarem a saída da casa dos pais. E também do lançamento de novos empreendimentos. Como parte dos projetos foi iniciado antes do aprofundamento da crise, eles começaram a se materializar nos últimos anos.
"Mesmo com cenário econômico adverso, esses empreendimentos precisavam ser concluídos e entregues. Até mesmo por questões contratuais", explica Hilbk, ressaltando que boa parte desses apartamentos entregues são de investidores que compraram justamente para locação posterior.
Com tanta oferta, a balança tem ficando favorável aos locatários na hora de negociar valores, por exemplo. O levantamento do Secovi indica que o valor médio dos aluguéis caiu 5,1%, mas em algumas regiões os preços chegaram a se retrair acima dos 20%, como nos bairros Praia de Belas e São Geraldo. Somados, esses dois fatores estão pressionando o valor dos aluguéis para baixo, até com queda maior do que do índice usado como referência nos contratos de locação. Nos últimos 12 meses o IGP-M foi de -0,78%, e o valor dos aluguéis medidos pelo FipeZAP, do portal Zap Imóveis, teve queda de 0,81%.
Gerente de Inteligência de Mercado do Zap, Cristiane Crisci ressalta que Porto Alegre passa por um processo de verticalização e teve volume significativo de apartamentos lançados de 2009 a 2014. Como um empreendimento fica pronto, em média, em três anos, muitos apartamentos novos foram adicionados ao mercado residencial de 2012 a 2017. Se comparada com as outras capitais da região Sul, Porto Alegre se diferencia no que diz respeito a imóveis de locação, assegura Cristiane.
"Nos últimos 12 meses, enquanto Florianópolis e Curitiba tiveram crescimento de 23% e 26% neste item, respectivamente, o número de apartamentos usados para locação em Porto Alegre cresceu 47%", revela a executiva ao comentar as ofertas do portal.
Carlos Eduardo Ruschel, diretor-superintendente da Crédito Real, que atua em Porto Alegre desde 1933, calcula que a oferta de imóveis para locação na imobiliária chegou a subir 30% nos últimos meses. Além de mais captação, explica Ruschel, também impacta neste número o fato de os proprietários estarem colocando o mesmo imóvel em mais imobiliárias, por necessidade e estratégia.
"Tem muita gente que morava sozinha voltando para a casa dos pais ou amigos se juntando para dividirem apartamento e reduzir custos. Manter ou fechar contratos está favorável ao locatário", observa Ruschel.
Entre as propostas que surgem nas conversas entre imobiliárias, pretendentes e proprietários de imóveis, conta o executivo, estão o prazo de carência no primeiro aluguel (que facilita para quem quer migrar de um imóvel mais caro para outro mais barato) e o escalonamento de valores (onde o aluguel começa menor e aumenta, aos poucos, até um determinado valor), o qual proporciona um prazo para que o inquilino possa regularizar algumas contas da mudança, por exemplo.
Na Imobiliária Coliseu, diz Sérgio Canarin, diretor de negócios da empresa, o acelerado mercado de locações veio acompanhado da retração nas vendas nos últimos três anos, especialmente. "Isso acabou determinando uma mudança de estratégia na imobiliária, que chegou a ter 60% dos negócios a partir de locação e 40% das vendas. Hoje, 90% vêm das locações", estima Canarin.
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Mais espaço, menos custo e outro apartamento vago

Lucas Lucena economiza R$ 250,00 por mês com troca de apartamento

Lucas Lucena economiza R$ 250,00 por mês com troca de apartamento


FREDY VIEIRA/FREDY VIEIRA/JC
Até o começo do ano o gerente de casa noturna Lucas Lucena, 26 anos, morava em apartamento de um quarto separado em dois por uma divisória e compartilhado com uma amiga. Achou que estava caro, entregou o imóvel e foi dividir um apartamento maior, já alugado por outro amigo, e mais barato. Conseguiu economizar cerca de R$ 250,00 por mês e diz que o imóvel que locava até abril segue vazio. "De vez em quando olho no site da imobiliária e vejo que ele ainda está sendo anunciado", comenta.
Imóveis anunciados por longo tempo tem sido uma constante, asseguram imobiliárias e proprietários como Gertrudes Mentz Martins, 69 anos, moradora do bairro Cristo Redentor, onde também possui dois imóveis para alugar. Ela chegou a ficar um ano com os dois vazios ao mesmo tempo, o que a obrigou a usar de uma poupança para arcar com os custos de manutenção dos imóveis. Somente com condomínio e IPTU, teve de desembolsar mais de R$ 6 mil neste período. "Consegui alugar depois de muito tempo. Para isso, tive de reduzir o valor dos aluguéis e ainda fazer melhorias em um deles. Ou seja, mais um custo e sem estar recebendo nada mensalmente", ressalta.

Salas e espaços comerciais seguem a mesma tendência do mercado

Empresas fechando, reduzindo abrangência ou eliminando alguns pontos de venda para equilibrar custos determinaram ao mercado de locações comerciais cenário idêntico ao registrado no segmento residencial. Ao menos até o momento, porém, em menor proporção. Em maio de 2016, havia 5.376 unidades comerciais disponíveis para alugar em Porto Alegre, número que avançou para 5.842 no mesmo mês deste ano (alta de 7,4%), de acordo com levantamento feito pelo Sindicato da Habitação do Estado (Secovi).
Leandro Hilbk, vice-presidente de locações da entidade, considera que apesar do atual cenário político e econômico instável desacelerando projetos de investimentos, ampliação e novos negócios, houve um volume grande de empreendimentos empresariais lançados na cidade em pouco tempo.
"Rapidamente consigo visualizar pelo menos 10 novos centros de compra, lojas e salas comercias colocados para locação nos últimos dois anos ou menos. Alguns de maior porte, outros de menor tamanho, muitos deles hoje vazios ou quase", diz Hilbk.