Rio Grande do Sul promete reforço técnico para ampliação do Susaf-RS

Criado há seis anos e atualmente válido em 21 cidades, o Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf-RS) deve se expandir em breve no Estado. De acordo com dados divulgados ontem, durante o Seminário Susaf-RS, na Assembleia Legislativa, cerca de 250 localidades já solicitaram adesão e aguardam liberação da Secretaria da Agricultura.

Segundo o responsável pela pasta, secretário Ernani Polo, nos próximos dias haverá assinatura cooperação técnica com a Emater para disponibilizar cerca de 70 técnicos para orientação e organização dos serviços municipais de inspeção.

Basicamente, o sistema permite a comercialização de produtos de origem animal fora das fronteiras de seus municípios, o que hoje beneficia 34 agroindústrias familiares. Nessas empresas, após a adesão, de acordo com os proprietários, houve um incremento da produção, da arrecadação e criação de novos postos de trabalho, além do fortalecimento da chamada sucessão no campo, estimulando a permanência do pequeno produtor trabalhando, junto com sua família, em sua propriedade.

"Se por um lado o município precisa investir na contratação de técnicos, por outro ele terá um aumento na sua arrecadação de impostos", acredita Edegar Pretto, presidente da Assembleia e autor do projeto que criou o Susaf, em 2011.

Durante o evento, proprietários de oito agroindústrias localizadas em municípios que aderiram ao sistema integraram uma mesa de debates sobre o tema. Localizada em Salvador do Sul, o primeiro município gaúcho a aderir ao Susaf, a Granja Ovo Urbano encontrou na nova legislação uma porta para abandonar a clandestinidade. "Temos ainda que fazer adequações na produção, mas podemos vender com tranquilidade em todo o Rio Grande do Sul. Para nós, pequenos, o Susaf representa a possibilidade de sobrevivência no mercado", disse Volnei Rauber, proprietário da agroindústria.

No Frigorífico Specht, também Salvador do Sul, a adesão ao sistema permitiu triplicar a produção, segundo André Mallmann, proprietário da empresa. Ele afirmou que as orientações dos fiscais ajudaram a ampliar a produção sem aumentar o número de funcionários. "Em uma pré-auditoria, o fiscal nos orientou a mudar a linha de abate. Confesso que me assustei, mas um ano depois fui, pessoalmente, agradecer, pois a alteração nos ajudou muito", disse Mallman.