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Economia

- Publicada em 11 de Julho de 2017 às 19:00

Alpargatas volta a atrair interesse de grandes fundos

Dona das marcas Havaianas e Osklen teria valor de R$ 6,5 bilhões

Dona das marcas Havaianas e Osklen teria valor de R$ 6,5 bilhões


AMANDA PEROBELLI/AMANDA PEROBELLI/ESTADÃO/JC
Com a saída da Cambuhy Investimentos e da Itaúsa da negociação para a compra da Alpargatas, dona das marcas Havaianas e Osklen, o mercado começa a especular sobre os possíveis interessados no ativo. De acordo com uma fonte, dois fundos de investimento americanos - o Carlyle e o Advent - surgem como principais candidatos. A J&F é dona de 86% das ações da Alpargatas.
Com a saída da Cambuhy Investimentos e da Itaúsa da negociação para a compra da Alpargatas, dona das marcas Havaianas e Osklen, o mercado começa a especular sobre os possíveis interessados no ativo. De acordo com uma fonte, dois fundos de investimento americanos - o Carlyle e o Advent - surgem como principais candidatos. A J&F é dona de 86% das ações da Alpargatas.
O Advent já havia olhado o ativo, antes mesmo da Cambuhy, mas acabou desistindo de fazer uma oferta por conta do preço que os irmãos Batista pediam. A oferta feita pela Cambuhy, e recusada pelos Batista, ficou entre R$ 3,3 bilhões e R$ 3,5 bilhões. O Carlyle também chegou a se interessar pelo ativo. "A Cambuhy acabou tendo exclusividade nas conversas com a J&F, mas como o negócio não andou, os fundos norte-americanos podem voltar a olhar a Alpargatas, que é considerada um dos melhores ativos do grupo J&F, e muito atraente especialmente para fundos de equity", diz a fonte. Procurados, o Advent informou que oficialmente desistiu do negócio. O Carlyle não se pronunciou.
Também, segundo fontes do mercado, podem voltar à disputa fundos que ficaram para trás quando a Alpargatas foi comprada pela J&F da Camargo Correa, em 2015, por R$ 2,7 bilhões. Entre os derrotados naquela ocasião estavam as gestoras Pátria, Península (do empresário Abílio Diniz) e Tarpon. Os dois últimos, inclusive, planejavam formar um consórcio para a compra. Procurados, o Pátria informou que não comenta sua estratégia de investimentos ou desinvestimentos. A Peninsula informou que não comenta rumores de mercado. O Tarpon não se pronunciou.
Os recursos utilizados pela J&F na aquisição da Alpargatas foram emprestados pela Caixa Econômica Federal (CEF). Pelo volume elevado, o Tribunal de Contas da União (TCU) abriu um processo para examinar a regularidade desse empréstimo aos irmãos Batista. Isso porque o banco público financiou 100% da compra, uma operação que causou estranheza ao mercado, já que não é comum um único agente financeiro cobrir integralmente o valor de um negócio desse vulto. O empréstimo tem prazo de sete anos, com dois de carência, que vencem neste ano.
Um relatório da Guide Investimentos mostra que, à época, a J&F pagou 12,8 vezes o Ebitda (lucro antes de juros, amortizações e impostos) da Alpargatas. Empresas do setor são negociadas a valores menores, entre 8 e 10 vezes o Ebitda, segundo a Guide.
Um consultor avalia, entretanto, que as negociações agora tendem a ficar mais duras. "A Cambuhy questionou os resultados apresentados pela Alpargatas, e estes fundos também vão querer esmiuçar os números da empresa, o que pode levar tempo. Além disso, como há discordância em torno do preço, a tendência é que a discussão se alongue", diz o consultor.
O mercado avalia que a Alpargatas é o ativo mais valioso do grupo J&F. Tem boas marcas, como a Havaianas, com forte presença no exterior; não faz parte do negócio de "carne" do grupo, o que não necessitaria da avaliação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade); e não estaria "contaminada" por práticas de corrupção reveladas com a delação dos controladores da J&F. Levantamento feito pela Economática mostra que a Alpargatas tem valor de mercado de R$ 6,5 bilhões.
 
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