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- Publicada em 27 de Julho de 2017 às 18:25

A transmissão da fé às novas gerações

As contínuas mudanças de nossa época produzem tanto fortalecimento quanto vulnerabilidade. Novas tecnologias aproximam e distanciam, conectam e isolam. A emergência da subjetividade possibilitou também o individualismo. O ser humano se acha autossuficiente e nega qualquer hierarquia, rompe com o transcendente e a tradição, vacila diante dos sentimentos de pertença à religião, à comunidade e à família. Nesse contexto, as pessoas procuram a religião de forma privatizada, não mais através da família e da comunidade.
As contínuas mudanças de nossa época produzem tanto fortalecimento quanto vulnerabilidade. Novas tecnologias aproximam e distanciam, conectam e isolam. A emergência da subjetividade possibilitou também o individualismo. O ser humano se acha autossuficiente e nega qualquer hierarquia, rompe com o transcendente e a tradição, vacila diante dos sentimentos de pertença à religião, à comunidade e à família. Nesse contexto, as pessoas procuram a religião de forma privatizada, não mais através da família e da comunidade.
Cresce uma espiritualidade sem compromisso com a vida, um culto sem envolvimento com a ética e uma religiosidade que coloca a pessoa no centro das relações com o sagrado. A prioridade é a felicidade individual e imediata. A transmissão da fé às novas gerações não é mais um pressuposto.
O Documento de Aparecida alerta que "nossas tradições culturais já não se transmitem de uma geração à outra com a mesma fluidez que no passado". Isso afeta, inclusive, a experiência religiosa e alcança a própria família que, como lugar do diálogo e da solidariedade intergeracional, foi um dos veículos mais importantes da transmissão da fé. Assim, muitos catequistas encontram crianças batizadas, mas que chegam à catequese sem conhecer sequer o sinal da cruz e as demais orações que outrora a família se encarregava de ensinar.
Diante da situação irregular de algumas famílias, do afastamento da vida comunitária e da vivência religiosa sem pertencimento, a catequese é concebida como mera instrução em vista dos sacramentos do Batismo, da Crisma e da Eucaristia. Nas paróquias participam pessoas unidas sem o vínculo sacramental, outras estão numa segunda união, e há aquelas que vivem sozinhas sustentando os filhos. Outras configurações também aparecem, como avós que criam netos ou tios que sustentam sobrinhos. Crianças são adotadas por pessoas solteiras ou por pessoas do mesmo sexo, que vivem em união estável. Percebe-se, portanto, que precisamos de uma nova iniciação cristã, capaz de formar discípulos de Jesus Cristo entre as crianças, jovens e suas famílias.
É preciso esclarecer comunidades e famílias que a catequese não é um curso, mas um processo que não se limita à preparação para recepção dos sacramentos, mas se trata de introduzir alguém no caminho de Jesus Cristo. Intenciona-se que toda pessoa se torne discípula do Mestre e seja lavada, ungida e alimentada na Igreja, pelo próprio Senhor, conforme a proposta da Iniciação Cristã que a CNBB está desenvolvendo há muitos anos e que, em 2017, se intensificou como tema central da Assembleia Nacional dos Bispos do Brasil. Vale a pena conferir o Documento 107, resultado de amplo debate, chamado "Iniciação Cristã: itinerário para formar discípulos missionários".
Somente com uma nova formação cristã é que os grandes desafios da família atual podem ser enfrentados. É urgente, por exemplo, um processo de iniciação capaz de acentuar o sentido de um matrimônio pautado pelo amor, que é reflexo do amor existente na Santíssima Trindade e o de Cristo pela Igreja (Ef 5,25-33). E o fato de acolher com misericórdia as famílias em dificuldades não isenta a comunidade cristã de educar os fiéis para uma proposta de família que rejeite o divórcio, a traição, o abandono dos filhos e a ideologia de que o casamento entre homem e mulher esteja superado. Urge anunciar as verdades de Jesus Cristo, diante do mundo onde tudo é relativo.
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