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Porto Alegre, quarta-feira, 19 de julho de 2017. Atualizado �s 21h34.

Jornal do Com�rcio

Panorama

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Show

Not�cia da edi��o impressa de 20/07/2017. Alterada em 19/07 �s 17h07min

Raiz musical: Milton Nascimento apresenta show em Porto Alegre

Milton Nascimento apresenta em Porto Alegre novo show

Milton Nascimento apresenta em Porto Alegre novo show


NATHALIA PACHECO/NATHALIA PACHECO/DIVULGA��O/JC
Cristiano Vieira
É na raiz do chão, da terra do interior do Brasil, que Milton Nascimento encontra eco para uma reflexão do mundo por meio da música. Seu novo show, Semente da Terra, marca seu retorno aos palcos após um ano sabático. Em Porto Alegre, a apresentação acontece nesta sexta-feira, às 21h, no Araújo Vianna. Ingressos entre R$ 140,00 e R$ 180,00, à venda na bilheteria do Teatro do Bourbon Country e pelo site www.ingressorapido.com.br.
Mais do que significar a nova turnê, Semente da Terra é o nome que Milton Nascimento recebeu de 37 lideranças espirituais da nação Guarani-Kaiowá em uma cerimônia realizada em 2010. O nome de batismo Guarani, concedido para pouquíssimas pessoas nascidas fora da tribo, surgiu a partir da percepção que os índios tiveram ao olhar uma foto de Milton.
Nenhuma das lideranças jamais tinha ouvido falar dele antes deste evento, que reuniu índios de várias etnias em Campo Grande (MS), onde Bituca (apelido do cantor nascido no Rio de Janeiro mas criado em Minas Gerais) se apresentou para sul-mato-grossenses e comunidades indígenas.
Mas a relação do artista com os índios começou muito antes deste episódio. "Foi ainda na década de 1970, em São Paulo. Conheci um grupo de índios quando estava num show do Jards Macalé e, depois disso, passei a acompanhar tudo mais de perto. Até que, no início dos anos 1990, fiz uma viagem até o Acre, onde tive contato com a tribo Ashninka. Essa experiência culminou no disco Txai, que foi todo voltado para a luta ao lado das alianças dos povos da floresta", relembra Nascimento.
Além de Txai, o cantor lançou projetos aclamados pela mídia e que, ao mesmo tempo, despertavam na opinião pública um forte apelo social: é o caso de Missa dos Quilombos (comunidade afro), Levantadores do chão (trabalhadores sem terra), Pietá (mulheres) e Ser tão Minas Gerais (crianças).
Enquanto cantava pelo mundo seus grandes sucessos, Nascimento nunca deixou de lado a mensagem social de sua música. Atualmente, o foco são os indígenas. "Nossa intenção é chamar a atenção ao tema novamente, em especial no Mato Grosso do Sul. E quanto mais as pessoas falarem, debaterem e se informarem sobre os índios, mais atenção os Guarani-Kaiowá vão receber", acredita Nascimento.
Conforme explica, é preciso mobilizar a sociedade sobre a atual realidade dos Guarani-Kaiowá. "Os governantes devem dedicar mais carinho a essa questão - eles sim, possuem uma responsabilidade muito maior. Tenho dito para as pessoas que querem se informar sobre o assunto assistir ao filme Martírio e ler o livro Os fuzis e as flechas", avisa ele. Documentário dirigido por Vincent Carelli em 2016, Martírio mostra o cenário desolador dos índios na luta contra o agronegócio predador. Já Os fuzis e as flechas, livro do jornalista Rubens Valente Soares, resgata as mortes de índios ocorridas na ditadura (1964-1985).
Como não poderia deixar de ser, este componente indígena, social, está presente nos shows do cantor. A forte conotação política e social integrou suas três últimas turnês: Uma Travessia (2012), Linha de frente - em parceria com Criolo (2014), e Tarde (2015). "Esse momento não reflete somente minha atuação como músico, ele reflete sobre todos os brasileiros. Todo mundo é atingido. Este show traz uma espécie de reflexão sobre os dias atuais", completa ele.
Com direção musical de Wilson Lopes (que também toca violão), o show conta ainda com a presença de seu irmão, Beto Lopes (sete cordas), do baterista Lincoln Cheib, além do contrabaixo de Alexandre Ito, dos vocais de Barbara Barcellos, do piano de Kiko Continentino e dos metais de Widor Santiago. 
Entre as canções do setlist estão O que será (Chico Buarque); Clube da Esquina 2 (Milton, Lô Borges e Márcio Borges); e O cio da terra (Milton e Chico Buarque). A turnê também celebra os 50 anos do revolucionário disco Milton Nascimento, lançado em 1967. Meio século de música, política e discursos - uma mistura tão essencial ainda nos dias atuais.
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