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Porto Alegre, quarta-feira, 12 de julho de 2017. Atualizado �s 22h01.

Jornal do Com�rcio

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Teatro

Not�cia da edi��o impressa de 13/07/2017. Alterada em 12/07 �s 17h14min

Revolta dos mortos: Os Insepultos, o musical estreia hoje em Porto Alegre

Os insepultos, o musical, estreia hoje

Os insepultos, o musical, estreia hoje


MARIANA CARLESSO/JC
Luiza Fritzen
Transferida do papel para o palco, a obra Incidente em Antares, do gaúcho Erico Verissimo, se transforma em um musical que estreia hoje, em Porto Alegre. Trata-se de Os Insepultos, o musical, com apresentações no Teatro Barbosa Lessa do Centro Cultural CEEE Erico Verissimo (Rua dos Andradas, 1.223), a partir das 20h. Os ingressos custam entre R$ 20,00 e R$ 30,00.
O espetáculo, inédito, é criação da Actemus - Academia de Teatro Musical de Porto Alegre, que forma a sua primeira turma do Curso de Formação em Teatro Musical, após dois anos de estudo sobre as técnicas do gênero. O elenco é composto por Neil Collins, Fernando Queiróz, Regina Perez, Fabíola Barreto, Luísa de Deus, Thainan Rocha, Carolina Fabris, Marina Pizatto e pelos artistas convidados Daniel Debiagi, Juliano Quites e Boni Rangel.
Escrito em 1971, Incidente em Antares se passa em 11 dezembro de 1963, dia de greve geral em uma cidade. Localizado no interior do Rio Grande do Sul, sem fornecimento de luz e sem telefone, o município não pode enterrar seus mortos, pois os coveiros também aderem à paralisação. Quando sete pessoas morrem, os não enterrados (portanto, insepultos) resolvem acertar as contas com os vivos e decidem infernizar a vida dos familiares.
A adaptação para o teatro foi feita por Arthur Pinto, que optou por utilizar a segunda parte da obra, que foca na questão da greve e dos defuntos. O livreto ganhou sua musicalidade com canções originais e melodias criadas por Annhy Colla, criando o típico teatro musical com diálogos recitados, falas e cantos.
Professora na Actemus, Cíntia Ferrer dirige o espetáculo. Para ela, um dos maiores desafios da montagem foi transformar a história em melodias e compassos que se encaixassem em pouco mais de uma hora de apresentação. "A minha preocupação maior era que ritmos que nós íamos usar que em poucos compassos comportassem mais frases para que não ficasse algo chato e longo", conta.
A solução foi encontrada pelo compositor e maestro Arthur Barbosa, que uniu ao espetáculo arranjos de ritmos latino-americanos, como habanera, milonga, tango, valseado e candombe. Presente em quase 90% do tempo, os sons suprem a falta de objetos no palco e são responsáveis por representar a intenção dos personagens - muitas vezes interpretados pelos mesmos atores.
As coreografias ficam por conta de Raul Voges, cujo trabalho teve como objetivo trazer uma linguagem contemporânea dos movimentos, pincelando a dança típica desses ritmos e dar espaço à coreografia cênica. A ficha técnica se completa com Ricardo Barpp e a fonoaudióloga Lígia Motta, responsáveis pela preparação vocal dos atores.
A formação mais completa dos atores é vista como uma necessidade do meio, como explica Cíntia. "Se o ator busca mais oportunidades de trabalho, deve ter no corpo as artes, do canto, da dança, da interpretação, do circo."
Segundo Cíntia, a unicidade da montagem se dá graças às conexões entre os professores durante dois meses. "Toda a produção foi feita junto, a equipe precisa estar conectada, um precisa entender o trabalho do outro, senão o espetáculo não funciona." Escrita há mais de 40 anos, a atualidade do texto é evidente. "Muitas questões políticas e sociais que perduram até o dia de hoje, como individualismo, direito dos trabalhadores, dominação das classes mais baixas pelas mais altas, estão no espetáculo", afirma a diretora.
Sobre o mercado de teatro musical em Porto Alegre, Cíntia acredita que o cenário é de crescimento. "O que tinha antes por aqui era teatro com música, não teatro musical, com falas em melodia" e completa "agora bebemos diretamente da fonte das técnicas e canções de musicais da Broadway, e aplicamos as experiências num musical totalmente gaúcho".
Os insepultos, o musical, tem sessões ainda sexta-feira e no sábado, às 20h, e sessão dupla no domingo, às 17h e às 20h. Na próxima semana, o espetáculo acontece dia 21 de julho, às 20h, e 22 de julho, em dois horários, às 17h e às 20h.
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