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Empresas & Negócios

- Publicada em 31 de Julho de 2017 às 11:57

C&A aposta cada vez mais na roupa sustentável

Paulo Correa classifica a varejista de moda de origem holandesa como a empresa mais inovadora do mundo em termos de posicionamento de marca

Paulo Correa classifica a varejista de moda de origem holandesa como a empresa mais inovadora do mundo em termos de posicionamento de marca


C&A/C&A/DIVULGAÇÃO/JC
Ao destacar o "grande valor" de ter autonomia em sua gestão, o presidente nacional da C&A, Paulo Correa, explica que isso somente é possível porque o posicionamento da marca é diferente em cada país. "No Brasil é mais jovem, fashion e dinâmica - e também mais agressiva em termos de marketing", define. Contando com 15 mil funcionários, 277 lojas físicas e atuação no e-commerce, a rede holandesa no Brasil representa a segunda maior operação da C&A no mundo, perdendo somente para a da Alemanha.
Ao destacar o "grande valor" de ter autonomia em sua gestão, o presidente nacional da C&A, Paulo Correa, explica que isso somente é possível porque o posicionamento da marca é diferente em cada país. "No Brasil é mais jovem, fashion e dinâmica - e também mais agressiva em termos de marketing", define. Contando com 15 mil funcionários, 277 lojas físicas e atuação no e-commerce, a rede holandesa no Brasil representa a segunda maior operação da C&A no mundo, perdendo somente para a da Alemanha.
Formado em Engenharia da Produção e com MBA pela The Fuqua School of Business, da Duke University (EUA), Correa passou por corporações como Capital One Financial Services e Company Inc. - onde iniciou sua transição para o varejo -, entre outras. Desde 2004, integra o time da C&A, e assumiu a presidência da empresa em 2015. "Ter oportunidade de propor e fazer coisas novas, em um ambiente superético, de valores como honestidade, carinho e respeito entre as pessoas, é gratificante", afirma. "Conheci muitas empresas na vida, e nunca vi nada igual como na C&A, onde a equipe tem conexão com a marca também no dia a dia", elogia.
JC Empresas & Negócios - O que faz da C&A Brasil a segunda maior no mundo?
Paulo Correa - Vários fatores ajudaram. O primeiro é que o mercado brasileiro, a longo prazo, cresce mais que os mercados europeus. Além disso, a C&A teve protagonismo grande no Brasil, com posicionamento jovem e inovador, conquistando ganho de market-share constante. E terceiro, porque o consumidor brasileiro começou a direcionar suas compras para lojas de departamento. Como a empresa ganhou muito market-share, também gerou o crescimento, fora o trabalho da C&A Brasil em expansão, que é intenso. Por último, pode-se dizer que é a empresa mais inovadora do mundo em termos de posicionamento da marca.
Empresas & Negócios - Pode-se afirmar que sustentabilidade é um dos diferenciais da marca?
Correa - Com certeza. Somos pioneiros em sustentabilidade no setor varejista, e temos este fator muito forte dentro das nossas metas para o futuro. Mas não só isso: temos a responsabilidade de mudar o setor no mercado. Um exemplo é que temos um código de conduta muito claro com os fornecedores, no qual sinalizamos quais são nossas expectativas, e implementamos um processo de auditoria muito bem estruturado. Em 2010, a C&A foi a primeira empresa do varejo de moda a assinar o Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo e assumiu compromissos públicos com a promoção de condições adequadas de trabalho. A empresa também se tornou signatária do pacto e mobilizou fornecedores para o tema, alcançando a adesão voluntária de 40 parceiros. Visitamos os fornecedores com frequência, vamos até as oficinas onde eles terceirizam o trabalho. Tem todo um processo de desenvolvimento. Avaliamos como estão tratando a parte fiscal, as relações de trabalho, as condições para os funcionários.
Empresas & Negócios - Há dois anos, a C&A passou a fazer parte da Better Cotton Initiative (BCI), criada para estimular uma produção mais sustentável do algodão. O que foi feito até agora?
Correa - Hoje, mais de 40% dos produtos disponíveis para venda na C&A Brasil são produzidos com algodão mais sustentável, que inclui Better Cotton, algodão reciclado e algodão orgânico. Em nossa plataforma de sustentabilidade, trabalhamos com três grandes pilares: produtos, matéria-prima e outros materiais (isso inclui toda a cadeia de fornecimento, considerando descarte de efluentes etc.) e vidas sustentáveis (considerando todos que participam da cadeia, quais são as condições de trabalho etc.). No caso do Better Cotton, já realizamos um processo de construção do produto com menor nível de consumo de água. Outra coisa é o não uso de pesticidas e as melhores condições de trabalho para quem está produzindo. No Brasil, estamos fazendo todo um trabalho com malharias para conseguir processos de algodão mais sustentável. No mais, a nossa meta é chegar, em 2020, com 100% do algodão oferecido nas lojas advindo de origem sustentável. Do total de produtos de algodão vendidos globalmente, 53% foram produzidos com algodão mais sustentável, incluindo orgânico e BCI.
Empresas & Negócios - A empresa foi a primeira rede de varejo de moda a ter uma loja eco. Existem outras no País?
Correa - A loja eco de Porto Alegre é exclusiva, mas há vários elementos presentes nesta unidade que já estão distribuídos em outras. Por exemplo, as lojas de rua de Ipanema e Leblon, no Rio de Janeiro, também possuem telhado verde. E, em todas as lojas da rede, usamos lâmpadas LED, que reduzem gasto de energia.
Empresas & Negócios - As operações da C&A no País estão distribuídas de que forma?
Correa - A maioria (80%) das unidades da C&A Brasil estão localizadas em shoppings, e somente 20% são lojas de rua. O que ocorre é que vamos nos posicionando à medida que o comportamento da sociedade vai evoluindo. Hoje, o comportamento de compra de loja de rua é diferente, e o shopping acaba ficando mais relevante em termos de oportunidade de expansão.
Empresas & Negócios - A crise afetou os negócios?
Correa - A sociedade brasileira se transformou nos últimos tempos, e as pessoas estão mais conscientes do que compram. Sabem que uma peça de roupa pode ser usada mais vezes, porque já não têm mais a capacidade de compra daquela primeira fase (de 2007/2008 e 2009), quando o País começou a aumentar o poder aquisitivo e o pessoal da classe C passou a ter acesso à moda de maneira mais fácil.
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