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palácio do planalto

- Publicada em 26 de Junho de 2017 às 18:10

Governo está 'na rota da superação', afirma presidente

Em uma tentativa de criar agenda positiva e com um tom otimista, o presidente Michel Temer afirmou, nesta segunda-feira, que não há plano B para o País e que é preciso seguir adiante. "Não há plano B. Há de seguir adiante. Nada nos destruirá. Nem a mim, nem aos nossos ministros", afirmou Temer a uma plateia de empresários e comerciantes.
Em uma tentativa de criar agenda positiva e com um tom otimista, o presidente Michel Temer afirmou, nesta segunda-feira, que não há plano B para o País e que é preciso seguir adiante. "Não há plano B. Há de seguir adiante. Nada nos destruirá. Nem a mim, nem aos nossos ministros", afirmou Temer a uma plateia de empresários e comerciantes.
Temer disse ainda que a população sabe que seu governo é de transição e que ele está consciente de que a pauta da Previdência não tem apelo eleitoral, mas precisa ser feita. "Estamos fazendo uma transição para quem vier depois encontrar o País nos trilhos", disse.
Apesar do tom otimista, interlocutores do presidente reconhecem que a pauta principal da Câmara no momento é aguardar o recebimento da denúncia contra o presidente, que deve ser apresentada entre esta segunda e a terça pelo procurador-geral, Rodrigo Janot.
Líderes da base aliada afirmaram não ser possível assegurar a rejeição da denúncia. Mesmo com uma coalizão estimada em cerca de 400 deputados, parlamentares ponderam que o teor da acusação formal e os seus desdobramentos podem influenciar o posicionamento dos congressistas, aumentando o risco de Temer sofrer um revés.
A denúncia é apresentada no Supremo Tribunal Federal e depois encaminhada para a Câmara, onde tramita na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) antes de seguir para o plenário. São necessários os votos de 172 dos 513 deputados para derrubá-la. Se aprovada por no mínimo dois terços da Casa, retorna ao Supremo. Caso a Corte aceite a acusação, o presidente se afasta do cargo obrigatoriamente por 180 dias.
Temer buscou mencionar medidas econômicas positivas, como a criação do teto dos gastos públicos para 20 anos, podendo ser revisado depois de 10 anos. "Daqui a 10 anos, talvez a arrecadação esteja correspondendo àquilo que se gasta", disse. "Não é sem razão que estamos colhendo resultados. Convenhamos, a inflação está abaixo da meta de 4,5%, a 3,52%", disse.
Ele lembrou ainda a viagem que fez na semana passada para a Rússia e para a Noruega, e disse que verificou "interesse extraordinário de empresários pelo Brasil". Temer citou ainda o Projeto Crescer, que vai permitir ampliação de investimentos nacionais e estrangeiros.
Em sua fala, o presidente destacou ainda a lei de responsabilidade das estatais, com fortalecimento das agências reguladoras, e citou a questão do pré-sal, em que há preferência da Petrobras. "Isso foi salientado em letras garrafais na Rússia e na Noruega", disse. "Ela terá preferência, mas não terá obrigatoriedade", destacou, afirmando que isso protege a Petrobras, que também visa ao lucro. 

Congresso diverge de Fernando Henrique sobre encurtar mandato

A defesa da renúncia do presidente Michel Temer (PMDB) feita pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em artigo publicado nesta segunda-feira na Folha de S.Paulo provocou reações imediatas no Congresso.
FHC defendeu que Temer tenha a "grandeza de abreviar o seu mandato". Como saída para a crise política, o ex-presidente sugere ainda que sejam convocadas eleições gerais.
Para o vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), o artigo de FHC não reforça o apoio de deputados tucanos à denúncia sobre Michel Temer, que foi apresentada ontem.
"A carta não servirá como alforria, a bancada já é livre para a tomada das suas decisões", disse Lima.
A manifestação de FHC foi publicada no momento em que era aguardada uma denúncia sobre o peemedebista por parte da Procuradoria-Geral da República.
O Ministério Público Federal concluiu ontem uma peça de acusação a Temer. Entre os pontos apresentados está a perícia do áudio em que o presidente foi gravado pelo empresário e delator Joesley Batista, do grupo J&F. A Polícia Federal concluiu, na sexta passada, que o material não sofreu edições.
Cunha Lima diz ainda que a crise que o País está vivenciando "era previsível". Segundo ele, a proposta de FHC para que sejam realizadas novas eleições conta com o seu apoio.
"Sempre acreditei ser uma opção muito melhor do que o impeachment", disse. Contudo o tucano diz não ver disposição de Temer em renunciar ao cargo nem disposição de integrantes do Congresso em abrir mão do mandato.
Deputado próximo a Temer, Beto Mansur (PRB-SP) classificou a proposta de FHC como "inviável", pois o tempo que levaria para colocá-la em prática chegaria ao início da campanha do ano que vem.
Para o deputado, Temer precisa se defender, e não seria positivo que ele antecipasse o fim do mandato. "Mantém o Michel. Não dá para trocar o Michel agora. Ele está aí cheio de denúncias, o Congresso não tem que encobrir nada. (Mas) ele tem o direito de se defender e quer se defender", afirmou Mansur.