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Política

- Publicada em 07 de Junho de 2017 às 19:42

Relator defende delações, e Gilmar Mendes ironiza

'Vossa excelência sabe que prefiro o anonimato', afirma Benjamin

'Vossa excelência sabe que prefiro o anonimato', afirma Benjamin


EVARISTO SA/EVARISTO SA/AFP/JC
O segundo dia de julgamento da chapa formada por Dilma
O segundo dia de julgamento da chapa formada por Dilma
Rousseff e Michel Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi marcado pelo embate entre o relator, ministro Herman Benjamin, e o presidente do TSE, Gilmar Mendes. O relator defendeu o uso de provas colhidas na Operação Lava Jato e citou trecho de voto de Mendes em 2015, quando era discutido o prosseguimento das investigações sobre a chapa. O presidente do TSE reagiu às declarações com ironia e chegou a dizer que um dos argumentos do relator era "falacioso".
Na manhã desta quarta-feira, os ministros do tribunal prosseguiram a análise de questões preliminares, iniciada na terça-feira. A sessão será retomada nesta quinta-feira, às 9h. O tribunal marcou sessões do julgamento até sábado.
Entre as preliminares discutidas nesta quarta-feira, está a questão sobre o uso e a legalidade de provas produzidas na Lava Jato, entre elas as informações prestadas por delatores. Benjamin defendeu que o tribunal considere as delações.
Como estratégia, o relator citou trechos do voto de Gilmar Mendes em 2015. Na ocasião, discutia-se a possibilidade de arquivamento do caso, mas o atual presidente do TSE mudou os rumos da investigação ao votar pela continuidade, alegando que os fatos narrados pelo PSDB, autor da ação contra a chapa, eram graves. "Puxa-se uma pena e vem uma galinha na Lava Jato", disse Mendes no passado.
"Na Justiça Federal, nós não trabalhamos com os olhos fechados", disse Benjamin, defendendo seu poder de chamar para o processo testemunhas não arroladas pelos requerentes. Mendes, por sua vez, rebateu Benjamin. Na primeira ofensiva, disse que o argumento do relator sobre testemunhas era "falacioso".
"Agora Vossa Excelência tem mais um desafio: manter o processo aberto e trazer a delação da JBS e talvez na semana que vem do (ex-ministro Antonio) Palocci", ironizou Gilmar Mendes, que interrompeu outras vezes o relator. Depois disso, os dois voltaram a trocar farpas. Mendes se gabou de ter sido o ministro que permitiu a continuidade da ação. "Em relação à ação, e essa ação realmente, eu digo sempre, só existe graças a meu empenho, modéstia às favas. Vossa Excelência hoje é relator e está brilhando aí na televisão do Brasil todo nesse caso...", disse Mendes.
"Vossa excelência sabe que eu prefiro o anonimato. Muito mais", interrompeu Benjamin. Outros ministros deram sinais de como se posicionarão sobre a obtenção de provas. Houve divergência sobre o poder de convocação de testemunhas pelo relator. Nesta quinta-feira, o ministro Herman Benjamin fará a leitura de seu voto, que tem 550 páginas.
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