Uma empresa no Centro de Genebra, na Suíça, fez a gestão de uma "conta conjunta" de dois ex-presidentes da Câmara presos, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O Ministério Público do país europeu repassou a procuradores brasileiros detalhes das transações de Alves, há um ano. Ele era investigado em Berna, capital da Suíça, desde fevereiro de 2016, por lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
Alves foi preso nesta terça-feira pela Polícia Federal, em desdobramento da Operação Lava Jato. Fontes europeias próximas ao caso confirmaram que ele, sozinho, num primeiro momento, foi descoberto com uma conta com depósitos que variavam entre
US$ 700 mil e US$ 1 milhão (entre R$ 2,3 milhões e R$ 3,3 milhões). O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, em junho de 2016, citou Alves em sua delação premiada, afirmando que teria dado propinas no valor de R$ 1,5 milhão para ele, entre 2008 e 2014. Um mês depois do início da investigação, no entanto, o ex-ministro pode ter transferido o dinheiro que mantinha nos bancos suíços para contas no Uruguai e Dubai.
A defesa de Alves alega que ele usou um escritório de advocacia no Uruguai para abrir a conta bancária em 2008, a Posadas&Vecino. A reportagem visitou o endereço da Posadas&Vecino em Genebra. O local é uma sala alugada em um escritório.