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Internacional

- Publicada em 18 de Junho de 2017 às 17:25

'Era um inferno autêntico', afirma sobrevivente de incêndio em Portugal

Pelo menos 47 vítimas morreram devido a bloqueio da estrada 236

Pelo menos 47 vítimas morreram devido a bloqueio da estrada 236


PATRICIA DE MELO MOREIRA/PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP/JC
"Não se via nada na estrada, porque estava tudo a arder. Era um inferno autêntico", descreve Maria de Fátima Nunes, moradora de Pedrógão Grande, região no Centro de Portugal, que conseguiu escapar do maior incêndio florestal da história do país. Até agora, autoridades já confirmaram 61 mortos - dos quais 47 perderam a vida na estrada nacional 236, tentando escapar das chamas - e 57 feridos no fogo que começou na tarde de sábado (manhã do Brasil). 
"Não se via nada na estrada, porque estava tudo a arder. Era um inferno autêntico", descreve Maria de Fátima Nunes, moradora de Pedrógão Grande, região no Centro de Portugal, que conseguiu escapar do maior incêndio florestal da história do país. Até agora, autoridades já confirmaram 61 mortos - dos quais 47 perderam a vida na estrada nacional 236, tentando escapar das chamas - e 57 feridos no fogo que começou na tarde de sábado (manhã do Brasil). 
Maria de Fátima e o marido foram algumas das centenas de pessoas que, diante da proximidade das labaredas, tentaram usar as rodovias da região para escapar. Com as altas temperaturas - cerca de 40 graus - e os ventos fortes, a estrada rapidamente também acabou tomada pelas chamas. "Fomos por lá, porque não se sabia que a estrada estava em perigo", explica Maria, com a voz embargada.
"Não se via nada. Era horrível. Os pinheiros começaram a cair para cima dos carros", descreve ela, que, assim como o marido, conseguiu escapar do carro e da estrada, apesar de queimaduras de primeiro e segundo graus nos braços e no pescoço. A moradora diz que houve pânico na estrada e que vários veículos acabaram batendo, diante da fumaça e das árvores incandescentes que tombavam. "Eu gritei para a senhora que estava no carro atrás de mim sair, mas ela não conseguiu", relata. Ela diz que perdeu documentos, dinheiro e quase todos os pertences com o incêndio.
O incêndio florestal na região de Leiria, próxima a Coimbra, já é o maior da história de Portugal, um país que tem tradição de ser castigado pelo fogo durante os meses mais secos do ano (entre maio e setembro). Chegou-se a cogitar que o fogo seria criminoso, mas a hipótese foi descartada pela Polícia Judiciária (PJ), responsável pela investigação.
Segundo a PJ, o incêndio começou com um raio que atingiu uma árvore em Pedrógão Grande. Com os ventos fortes, o clima seco e as altas temperaturas, as chamas rapidamente se alastraram às vilas vizinhas de Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pêra. Cerca de 900 bombeiros (muitos voluntários), e cerca de 300 viaturas trabalham no combate ao incêndio, que ainda não foi controlado.
Diante da tragédia, o presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, e o premiê, António Costa, foram até local acompanhar as operações. "Essa é uma realidade, nova, dura, e que vai exigir de todos nós muita consideração e atenção às famílias. A prioridade agora é combater o incêndio e auxiliar as famílias enlutadas", completou.
Diversos países europeus manifestaram solidariedade e pesar. Os governos de França e Espanha estão enviando auxílio material, sobretudo helicópteros, para combater o incêndio. Devido ao fogo, várias regiões ficaram isoladas, com as estradas cortadas, e também sem luz, telefone e internet devido ao derretimento dos cabos.
 
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