Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Saúde

- Publicada em 19 de Junho de 2017 às 22:43

Porto Alegre tem emergências fechadas na chegada do frio

Prefeitura sinaliza com contratações emergenciais, o que pode ajudar a desafogar superlotação em hospitais

Prefeitura sinaliza com contratações emergenciais, o que pode ajudar a desafogar superlotação em hospitais


JONATHAN HECKLER/JONATHAN HECKLER/JC
O frio do começo de semana em Porto Alegre antecipou os efeitos do inverno, que começa oficialmente amanhã, sobre a saúde dos moradores da Capital. E as emergências do município sofrem ainda mais dificuldades para dar conta da procura. Ontem, pelo menos duas das mais importantes emergências de Porto Alegre - a do Hospital de Clínicas e a do Conceição - estavam fechadas, atendendo apenas a casos de risco de morte. Quem buscava atendimento para doenças respiratórias, mais frequentes nesta época do ano, era direcionado para outros locais.
O frio do começo de semana em Porto Alegre antecipou os efeitos do inverno, que começa oficialmente amanhã, sobre a saúde dos moradores da Capital. E as emergências do município sofrem ainda mais dificuldades para dar conta da procura. Ontem, pelo menos duas das mais importantes emergências de Porto Alegre - a do Hospital de Clínicas e a do Conceição - estavam fechadas, atendendo apenas a casos de risco de morte. Quem buscava atendimento para doenças respiratórias, mais frequentes nesta época do ano, era direcionado para outros locais.
No Clínicas, o atendimento de emergência estava fechado desde a manhã. Segundo dados da assessoria, eram 110 pacientes adultos para 41 leitos, enquanto a ala pediátrica, com nove leitos, atendia 11 crianças. A situação tem enfrentado idas e vindas pelo menos desde o começo do mês, com frequente interdição à entrada de novos pacientes. Até o fechamento da edição, a unidade seguia fechada, e não havia previsão para a retomada normal do atendimento.
Durante a tarde, a dona de casa Beatriz Santos aguardava por informações da nora, que recentemente deu à luz e teve uma infecção na incisão feita para a cesariana. Segundo ela, foi preciso brigar para que o Clínicas aceitasse a paciente. "Não queriam deixar entrar, diziam que estava lotado. Só quando falamos que ela fez o parto aqui mesmo no Clínicas que levaram ela para dentro." Outro parente mantinha a criança temporariamente do lado de dentro da unidade, como forma de escapar do frio que fazia em Porto Alegre. "O pior é isso, a gente tem que ficar aqui na rua", lamentou.
A situação era igualmente precária no Hospital Conceição, na zona Norte. Durante a tarde, a reportagem do Jornal do Comércio esteve no local e constatou que a emergência só recebia pacientes de extrema urgência. A capacidade normal da ala é de 64 leitos, mas a situação teria se agravado na noite de domingo, quando 103 pacientes estavam no local. Ao final da tarde, a lotação havia diminuído para 84 internados, e a expectativa da assessoria de imprensa do Conceição era de que a emergência fosse reaberta no decorrer da noite de ontem.
Para quem precisava esperar por notícias de parentes, poucas opções estavam disponíveis. Vinda de Sertão Santana, na Região Metropolitana, uma filha aguardava por notícias da mãe, desenganada pelos médicos. A mulher, que pediu para não ser identificada, foi surpreendida pela proibição de ficar no interior da emergência, e disse ter peregrinado por diferentes setores do Conceição em busca de um lugar para a vigília, sem sucesso. "A gente veio de longe, onde vamos ficar? Vamos ter que dormir ao relento, porque não temos para onde ir", lamentou.
Contatada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) disse estar correndo contra o tempo para evitar que a situação se agrave ainda mais com a chegada do inverno. Na semana passada, foi aprovada pela Câmara da Capital a contratação emergencial de 70 profissionais de saúde, sendo 15 enfermeiros, 40 técnicos de enfermagem e 15 auxiliares de farmácia.
O reforço deve ser direcionado ao Hospital Materno Infantil Presidente Vargas e a unidades de pronto atendimento, e a expectativa é que o aumento da capacidade nesses locais ajude a desafogar as emergências lotadas. Os contratos têm previsão inicial para quatro meses, priorizando aprovados em concursos recentes do município. A SMS também garante que está em contato, desde a semana passada, com todos os hospitais conveniados ao município como forma de acompanhar a situação.

Ações da prefeitura tentam ampliar medidas de limpeza em hospitais

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) promove, no decorrer desta semana, uma série de ações para estimular a ampliação de medidas de desinfecção e limpeza em áreas próximas a pacientes nos hospitais de Porto Alegre. Devem ser promovidos testes de higiene e entrega de materiais de apoio para os profissionais de saúde, além da realização de atividades sociais.
As atividades estão programadas para os hospitais Divina Providência, Cristo Redentor, de Pronto Socorro e São Lucas, além do Complexo Hospitalar Santa Casa.

Hospital Vila Nova abre 33 novos leitos para pacientes do SUS

O Hospital Vila Nova inaugurou ontem mais 33 leitos, todos para atendimento de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). A cerimônia contou com a presença do prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior, e do secretário de Saúde Erno Harzheim. Com o reforço, a unidade passa a ter capacidade para quase 400 pacientes, incluindo os leitos flutuantes.
O hospital na zona Sul da Capital recebe internações para tratamento intensivo, clínica, cirúrgica, infectologia e saúde mental, além de pacientes oriundos do sistema prisional. A previsão é que os novos leitos recebam pacientes oriundos da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Moacyr Scliar e dos centros de atendimento dos bairros Cruzeiro, Bom Jesus e Lomba do Pinheiro.
Para atender à procura, devem ser contratados 24 técnicos de enfermagem, quatro enfermeiras, um médico e seis funcionários para nutrição, higienização, portaria e lavanderia. O custo mensal dos novos deve ser de cerca de R$ 120 mil.