Quem passou em frente ao Departamento Médico Legal (DML), do Instituto-Geral de Perícias do Estado (IGP), na avenida Ipiranga, em Porto Alegre, nesta quinta-feira, certamente sentiu um odor bem mais forte do que o normal, mesmo para o local. Isso porque as câmaras frigoríficas, onde são mantidos os corpos, estavam passando por limpeza, enquanto ocorria a troca de ventiladores e o conserto de um compressor.
Funcionários, que preferiram não se identificar e que estavam no DML quando o Jornal do Comércio foi até lá, confirmaram que o procedimento estava sendo realizado. Um deles também disse que sentir aquele odor é "normal, mas que nunca tinha sido tão forte".
O diretor-geral do IGP, Cleber Müller, esclareceu que uma força-tarefa de limpeza estava sendo realizada nesta quinta-feira. Devido a questões administrativas que envolvem a empresa terceirizada responsável pela higienização do necrotério, 96 cadáveres foram retirados das câmaras frias e armazenados em um caminhão frigorífico enquanto a limpeza era feita.
"Alguns dos corpos estão putrefatos, são de pessoas que não têm familiares e ficam ali muito tempo. O processo de retirada, de passar pelo corredor até chegar ao caminhão, causa esse cheiro desagradável", explicou. Assim que o procedimento terminar, os corpos retornarão às câmaras. A previsão do IGP é que a situação volte ao normal nesta sexta-feira.