Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.
BM usa força para desocupar prédio no Centro de Porto Alegre
BM usa força para desocupar prédio no Centro de Porto Alegre
MARIANA CARLESSO/JC
A Brigada Militar (BM) usou de força policial com bombas de gás, spray de pimenta e aparato ostensivo do Batalhão de Choque, na noite desta quarta-feira (14), para cumprir ordem de desocupação de prédio pertencente ao Estado, situado na zona central de Porto Alegre. O prédio fica na esquina das ruas Andrade Neves e General Câmara. Os integrantes da ocupação Lanceiros Negros já começaram a deixar o prédio com seus pertences. A ação da BM ocorreu de surpresa. A Justiça tinha autorizado a desocupação, mas não havia nem dia ou horário previsto.
Quer continuar lendo este e outros conteúdos sérios e de credibilidade?
Assine o JC Digital com desconto!
Personalize sua capa com os assuntos de seu interesse
Acesso ilimitado aos conteúdos do site
Acesso ao Aplicativo e versão para folhear on-line
Conteúdos exclusivos e especializados em economia e negócios
A Brigada Militar (BM) usou de força policial com bombas de gás, spray de pimenta e aparato ostensivo do Batalhão de Choque, na noite desta quarta-feira (14), para cumprir ordem de desocupação de prédio pertencente ao Estado, situado na zona central de Porto Alegre. O prédio fica na esquina das ruas Andrade Neves e General Câmara. Os integrantes da ocupação Lanceiros Negros já começaram a deixar o prédio com seus pertences. A ação da BM ocorreu de surpresa. A Justiça tinha autorizado a desocupação, mas não havia nem dia ou horário previsto.
No momento em que a polícia militar chegou, ocorria uma audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa com militantes do movimento da moradia e os próprios ocupantes da Lanceiros. O deputado Jeferson Fernandes (PT) e mais dois apoiadores da ocupação, que estavam em frente ao prédio no horário da operação, foram detidos. O deputado foi conduzido até o perímetro de isolamento e liberado por ter imunidade parlamentar. Por volta das 20h, a BM arrancou a porta do prédio à força. Bombas de efeito moral de gás lacrimogênio foram lançadas pelos brigadianos para evitar que populares e a imprensa se aproximassem. Mulheres grávidas e crianças, que não estavam protegidas, passaram mal por conta do efeito químico do gás que invadiu o prédio.
Priscila Alves, que mora há um ano e sete meses na ocupação Lanceiros Negros com seus filhos, disse que as famílias foram tratadas como "bichos" e "marginais". Ela afirmou ainda que apenas trabalhadores vivem no local e que a polícia foi extremamente irônica no momento da ação. "Eles [a polícia] entraram e debocharam da gente, perguntaram se a gente não queria sentar e pedir uma cerveja, porque achavam que a gente iria embora. Mas a gente não ia embora", disse. Priscila falou ainda que não houve tentativa de reagir por parte dos moradores.
O comandante do Comando de Policiamento da Capital (CPC) e que está à frente da operação, o coronel Jefferson de Barros Jacques, confirmou que os moradores agiram de forma pacífica, mas que "lamentavelmente" tiverem de usar a força para atender a ordem judicial com alguns apoiadores que resistiram à operação. Apesar disso, ninguém ficou ferido por ação dos policiais. Segundo o comandante, as pessoas retiradas poderão pernoitar no Centro Vida, para onde serão levados também seus objetos.
Apoiadores e organizadores do movimento cercaram a Av. Borges de Medeiros e Avenida Salgado Filho, no Centro e gritavam "recua polícia, recua, é o poder popular que tá nas ruas" e "que vergonha que vergonha deve ser, espancar trabalhador para ter o que comer" em repúdio aos policias e ao Batalhão de Choque. As vias foram bloqueadas e o trânsito de veículos foi desviado pela EPTC.
Advogados dos ocupantes buscaram suspender a ordem junto ao Tribunal de Justiça do Estado, mas a corte negou o recurso. Inicialmente, chegou a ser informado que o TJ teria atendido a solicitação. O comandante disse que a remoção de materiais seria completada, mesmo com eventual ordem de suspensão. A BM finalizou a retirada de materiais por volta de meia-noite.
O secretário de Comunicação do governo Sartori, Cleber Benvegnú, disse que o governo não se manifestaria sobre a situação.