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- Publicada em 14 de Junho de 2017 às 21:14

BM usa força para desocupar prédio no Centro de Porto Alegre

BM usa força para desocupar prédio no Centro de Porto Alegre

BM usa força para desocupar prédio no Centro de Porto Alegre


MARIANA CARLESSO/JC
A Brigada Militar (BM) usou de força policial com bombas de gás, spray de pimenta e aparato ostensivo do Batalhão de Choque, na noite desta quarta-feira (14), para cumprir ordem de desocupação de prédio pertencente ao Estado, situado na zona central de Porto Alegre. O prédio fica na esquina das ruas Andrade Neves e General Câmara. Os integrantes da ocupação Lanceiros Negros já começaram a deixar o prédio com seus pertences. A ação da BM ocorreu de surpresa. A Justiça tinha autorizado a desocupação, mas não havia nem dia ou horário previsto.
A Brigada Militar (BM) usou de força policial com bombas de gás, spray de pimenta e aparato ostensivo do Batalhão de Choque, na noite desta quarta-feira (14), para cumprir ordem de desocupação de prédio pertencente ao Estado, situado na zona central de Porto Alegre. O prédio fica na esquina das ruas Andrade Neves e General Câmara. Os integrantes da ocupação Lanceiros Negros já começaram a deixar o prédio com seus pertences. A ação da BM ocorreu de surpresa. A Justiça tinha autorizado a desocupação, mas não havia nem dia ou horário previsto.
No momento em que a polícia militar chegou, ocorria uma audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa com militantes do movimento da moradia e os próprios ocupantes da Lanceiros. O deputado Jeferson Fernandes (PT) e mais dois apoiadores da ocupação, que estavam em frente ao prédio no horário da operação, foram detidos. O deputado foi conduzido até o perímetro de isolamento e liberado por ter imunidade parlamentar. Por volta das 20h, a BM arrancou a porta do prédio à força. Bombas de efeito moral de gás lacrimogênio foram lançadas pelos brigadianos para evitar que populares e a imprensa se aproximassem. Mulheres grávidas e crianças, que não estavam protegidas, passaram mal por conta do efeito químico do gás que invadiu o prédio. 
Priscila Alves, que mora há um ano e sete meses na ocupação Lanceiros Negros com seus filhos, disse que as famílias foram tratadas como "bichos" e "marginais". Ela afirmou ainda que apenas trabalhadores vivem no local e que a polícia foi extremamente irônica no momento da ação. "Eles [a polícia] entraram e debocharam da gente, perguntaram se a gente não queria sentar e pedir uma cerveja, porque achavam que a gente iria embora. Mas a gente não ia embora", disse. Priscila falou ainda que não houve tentativa de reagir por parte dos moradores. 
O comandante do Comando de Policiamento da Capital (CPC) e que está à frente da operação, o coronel Jefferson de Barros Jacques, confirmou que os moradores agiram de forma pacífica, mas que "lamentavelmente" tiverem de usar a força para atender a ordem judicial com alguns apoiadores que resistiram à operação. Apesar disso, ninguém ficou ferido por ação dos policiais. Segundo o comandante, as pessoas retiradas poderão pernoitar no Centro Vida, para onde serão levados também seus objetos.
Apoiadores e organizadores do movimento cercaram a Av. Borges de Medeiros e Avenida Salgado Filho, no Centro e gritavam "recua polícia, recua, é o poder popular que tá nas ruas" e "que vergonha que vergonha deve ser, espancar trabalhador para ter o que comer" em repúdio aos policias e ao Batalhão de Choque. As vias foram bloqueadas e o trânsito de veículos foi desviado pela EPTC.
Advogados dos ocupantes buscaram suspender a ordem junto ao Tribunal de Justiça do Estado, mas a corte negou o recurso. Inicialmente, chegou a ser informado que o TJ teria atendido a solicitação. O comandante disse que a remoção de materiais seria completada, mesmo com eventual ordem de suspensão. A BM finalizou a retirada de materiais por volta de meia-noite.
O secretário de Comunicação do governo Sartori, Cleber Benvegnú, disse que o governo não se manifestaria sobre a situação. 
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