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Transporte

- Publicada em 04 de Junho de 2017 às 19:17

Moradores desaprovam baldeação na linha Herdeiros/Esmeralda

Em dois anos, três ônibus da linha Herdeiros/Esmeralda, em Porto Alegre, foram incendiados por criminosos da região das vilas dos Herdeiros e Esmeralda, na zona Leste. Os casos fizeram com que a prefeitura retirasse de circulação, em março deste ano, a linha, que ia até o Centro. A comunidade é atendida por um sistema de Tronco-Alimentação, popularmente chamado de baldeação, que leva os moradores até o terminal da avenida Antônio de Carvalho. A população local, contudo, desaprova a mudança.
Em dois anos, três ônibus da linha Herdeiros/Esmeralda, em Porto Alegre, foram incendiados por criminosos da região das vilas dos Herdeiros e Esmeralda, na zona Leste. Os casos fizeram com que a prefeitura retirasse de circulação, em março deste ano, a linha, que ia até o Centro. A comunidade é atendida por um sistema de Tronco-Alimentação, popularmente chamado de baldeação, que leva os moradores até o terminal da avenida Antônio de Carvalho. A população local, contudo, desaprova a mudança.
Segundo pesquisa realizada pelo mandato do vereador Marcelo Sgarbossa (PT), 89% dos usuários da linha Herdeiros/Esmeralda não gostaram do sistema de baldeação. Outros 6% não sentiram alterações, e 5% avaliaram positivamente. Foram ouvidas 80 pessoas no levantamento, na última segunda-feira, entre 17h40min e 19h. "A prefeitura implementou a alteração sem dialogar com a comunidade", aponta o parlamentar. O desconforto com a troca de ônibus foi destacado especialmente por pessoas idosas e com dificuldade de locomoção.
A pesquisa mostrou, ainda, que 56% dos usuários dizem gastar 30 minutos a mais por trecho com a mudança, totalizando uma hora extra de deslocamento por dia. Outros 24% levam de 15 a 30 minutos a mais por trecho. Sete por cento têm aumento de 15 minutos por trecho em deslocamento, e 13% não sentiram alteração na demora.
O período a mais é contado no tempo de espera pelo Tronco-Alimentador e, depois, pelo ônibus que passa no terminal Antônio de Carvalho e leva os usuários até o Centro. Algumas pessoas que responderam à pesquisa relataram que, nos fins de semana, o tempo de espera pelo segundo ônibus chega a ser de uma hora e meia.
Quem já utilizava dois ônibus para o deslocamento diário reclamou que está pagando mais pelo transporte. Para essas pessoas, a implementação do novo sistema de baldeação aumentou o valor gasto, já que elas passaram a pagar mais R$ 4,05 no terceiro ônibus. Um protesto contra a mudança está marcado para amanhã, às 18h, no terminal Antônio de Carvalho.
 

'Não podemos ser penalizados pela queima de ônibus'

O presidente da Associação de Moradores Loteamento Santa Paula da Vila Herdeiros, Rui Antônio de Souza, destaca que a Vila dos Herdeiros já teve muitos problemas com o tráfico. "Mas não podemos ser penalizados pela queima de ônibus. Quem usa o transporte é a população trabalhadora, que não tem culpa pela violência", avalia.
Souza conta que o sistema de Tronco-Alimentação já existia anteriormente, de manhã, ao meio-dia e no fim da tarde, como serviço de apoio para estudantes de duas escolas das redondezas e a fim de desafogar os ônibus que iam até o Centro. "No primeiro episódio de queima de ônibus, a empresa que presta o serviço retirou a linha e deixou só o alimentador. Nos manifestamos, e ela voltou a funcionar, mas o alimentador foi retirado e nunca mais voltou", revela.
Com a queima do segundo ônibus, a discussão sobre retirar ou não a linha voltou. "Na gestão anterior da prefeitura, tínhamos mais diálogo e, por isso, não perdemos a linha. Porém, quando o terceiro ônibus foi queimado, em março deste ano, o serviço voltou a funcionar somente até o terminal."
Inicialmente, em reuniões com a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), o presidente da associação alega ter obtido ao menos três horários sentido bairro-Centro no início da manhã e três horários sentido Centro-bairro no final da tarde com a linha antiga. Entretanto soube, pela imprensa, que o prefeito Nelson Marchezan Júnior anunciou o sistema de Tronco-Alimentação para implantação até junho. "Todas as reuniões que fizemos foram simplesmente ignoradas", lamenta. A EPTC assegura que essa foi uma decisão técnica e definitiva.