O Laboratório Cidadão de Inovação Social (TransLAB), de Porto Alegre, é uma casa colaborativa experimental de pesquisa, planejamento e desenvolvimento de projetos de inovação social. No local, surgiu o Visionários da Cidade, idealizado por Daniel Caminha, Liliane Basso e Aron Krause.
Desenvolvido em parceria com a Brunel University, da Inglaterra, o Visionários - que inclui um site e um aplicativo disponível para Android e IOS - propõe uma orientação criativa e um conjunto de ferramentas que podem auxiliar novos facilitadores (voluntários) no desenvolvimento de ações de impacto nas comunidades.
A plataforma foi idealizada por meio de um processo de cocriação com a participação de um grupo de jovens do Instituto Murialdo, localizado no Morro da Cruz, na periferia da Capital. A partir desse projeto-piloto, duas iniciativas estão sendo executadas na prática.
Uma delas é a Mosch, uma agência colaborativa de comunicação para bandas da cena independente da capital gaúcha, e outra é a Expoente Zero, programa de TV que pretende retratar a realidade da periferia. O público alvo do programa são jovens de baixa renda, entre 18 e 22 anos.
O projeto disponibiliza acesso gratuito a uma metodologia original e um conjunto de ferramentas, oferecendo recurso e suporte para futuros facilitadores (educadores populares, agentes sociais e lideranças comunitárias). Assim, eles podem realizar seu próprio roteiro para o desenvolvimento de iniciativas em suas regiões.
O modelo pode ser aplicado de quatro formas distintas: processo livre, curto, completo e rápido. Para cada uma dessas diferentes configurações, é sugerida uma maneira de aplicar a metodologia.
"Na prática, a gente tem um conjunto de 28 atividades que podem ser introduzidas como ferramentas de trabalho", explica Aron.
Qualquer pessoa que tem interesse em conduzir a construção de um projeto junto com moradores de periferias pode acessar a plataforma (visionariosdacidade.com.br) e usar as soluções. "É uma plataforma explicativa, e tem ali o passo a passo de cada atividade dos processos", afirma o idealizador.
Ainda segundo Aron, a empreitada traz oportunidade de novas ocupações e de geração de renda.
"Muitas vezes, a ideia do empreendedorismo não é difundida para essa parte da comunidade. Quando se trata desse perfil de pessoa, existe toda uma necessidade de adequação de linguagem e de processo para conseguir fazer com que dê certo, que não seja distante da realidade deles", comenta ele.
"Não são ideias supérfluas, elas têm uma profundidade de transformação", conclui.