Um estudo feito pelo Itaú BBA (braço de atacado, tesouraria e investimentos institucionais do banco Itaú), com base nas finanças dos times de futebol brasileiros, indicou que 27 clubes faturaram ao todo R$ 4,3 bilhões em 2016, um aumento de 20% em relação a 2015. O principal motivo foi o valor arrecadado com cotas de TV. Há dois anos, as equipes embolsaram R$ 3,62 bilhões. Na dupla Grenal, a "gangorra" dentro de campo se refletiu também nos cofres, mesmo que de forma menos discrepante.
Se, no campo, 2016 foi bom para o Tricolor, com a conquista da Copa do Brasil, fora dele poderia ter sido melhor. As receitas cresceram 22%, muito em função do aumento das cotas de TV, que saltaram 33%. A venda de atletas cresceu 35%, valor relativamente baixo, representando apenas 6% do total. "Importante citar que o clube recebeu R$ 100 milhões de luvas da TV, lançadas por nós como não operacionais", observa o Itaú BBA. Entrou muito dinheiro nos cofres do clube em 2016, mas o valor foi todo gasto no futebol, enquanto as dívidas permaneceram estáveis. As despesas atingiram R$ 46 milhões e continuam contribuindo para drenar o caixa tricolor. "O Grêmio precisará de um ajuste e não parece que em 2017 o veremos", diz o estudo.
Já as receitas coloradas caíram 5% em 2016, mesmo com as cotas de TV crescendo 24%. O problema é que todos os demais ganhos sofreram quedas importantes, com destaque para a redução na venda de atletas (63%), equivalente a R$ 25 milhões menor que em 2015. As demais receitas ficaram pouco abaixo do apresentado em 2015. E o clube ainda recebeu R$ 61 milhões com luvas da TV. Para piorar a situação, esta quantia foi toda investida no futebol, mostrando total falta de planejamento. "O resultado pode ser visto no índice de eficiência: queda para a Série B", avalia o Itaú BBA.