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Indústria

- Publicada em 28 de Junho de 2017 às 19:59

Indústria gaúcha reduz expectativas

Pé no freio nas fábricas é motivado por fatores como recuo de empregos, ociosidade e excesso de estoques

Pé no freio nas fábricas é motivado por fatores como recuo de empregos, ociosidade e excesso de estoques


/MARCO QUINTANA/JC
Excesso de estoques, ociosidade elevada e redução de empregos, apesar do aumento da produção no setor em maio, foram os problemas detectados na pesquisa Sondagem Industrial, divulgada pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) ontem. Este cenário, aliado à indefinição na crise política, piora as expectativas de crescimento da demanda para os próximos seis meses.
Excesso de estoques, ociosidade elevada e redução de empregos, apesar do aumento da produção no setor em maio, foram os problemas detectados na pesquisa Sondagem Industrial, divulgada pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) ontem. Este cenário, aliado à indefinição na crise política, piora as expectativas de crescimento da demanda para os próximos seis meses.
Entre maio e junho, o índice de expectativas caiu de 55,4 para 54,1 pontos, embora, ao permanecer acima dos 50, indique ainda haver otimismo. Os empresários também planejam intensificar a redução do quadro funcional (de 48,9 para 48,2). "Com tanta instabilidade, incerteza com o quadro político e adiamento das reformas fundamentais para o País, a intenção de investimentos do empresário para os próximos seis meses diminuiu. Fica difícil iniciar novos projetos com tamanha insegurança", explica o presidente da Fiergs, Heitor Müller. Já as perspectivas de expansão das compras de matérias-primas (53,6 pontos) não se alteraram. Destaque para a alta de 2,1 pontos no indicador de exportações (57,4 pontos), que foi o maior desde abril de 2016 (57,6 pontos).
A sondagem apontou ainda que os empresários gaúchos estão repensando o planejamento para investimentos nos próximos seis meses. O índice ficou em 46,6 pontos em junho, uma redução de 2,1 na comparação com maio. Isso significa que a parcela de empresas dispostas a investir, que já era minoritária, ficou ainda menor.
Em relação à produção de maio, o indicador cresceu bastante, foi a 52,7 pontos, ante 40,4 de abril. É a primeira vez desde 2013 que este item cresce no mês de maio. A diferença de quatro dias úteis a mais do que abril explica grande parte desse desempenho. No mesmo período, o indicador de emprego, por sua vez, cresceu de 48,3 para 48,9 pontos, mostrando um recuo menos intenso que o observado em abril.
O que segue como preocupação aos empresários são os estoques, que continuaram crescendo, e acima do planejado pelas empresas em maio. O índice de evolução mensal foi de 53 pontos, mostrando expansão relativamente a abril. Já o índice de estoques efetivos em relação aos planejados caiu de 52,7 para 52,3 pontos, mas ainda revelou acúmulo indesejado.
O período de coleta da pesquisa foi de 1 a 12 de junho, já refletindo o impacto da crise política gerada pela delação da empresa JBS.
 

Pesquisa constata queda na confiança da empresariado

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) apresentou queda de 2,8 pontos em junho, atingindo 89,5 pontos, o menor nível desde fevereiro (87,8 pontos), depois de ter sido registrada a maior marca desde 2014, em maio (92,3%). Treze segmentos industriais - de um total de 19 - reduziram a confiança. A pesquisa foi feita pela Fundação Getulio Vargas (FGV) com a participação de 1.147 empresas em consultas, no período de 1 a 23 deste mês.
A coordenadora da pesquisa, Tabi Thuler Santos, afirmou, em nota, que esse recuo se deve ao "aumento da incerteza após a deflagração da nova crise política, em maio". Ela observou ainda que as consultas indicaram "a interrupção do processo de ajuste dos estoques industriais e a favorável contribuição do mercado externo para o desempenho do setor nos últimos meses".
O estudo mostra ainda diminuição na confiança tanto em relação ao presente quanto no curto prazo. O Índice de Expectativas teve baixa de 3,6 pontos, atingindo 92,1 pontos; e o Índice da Situação Atual apresentou redução de 2 pontos, ao alcançar 87 pontos.
A proporção de empresas que planejam ampliar o quadro de empregados caiu de 13,9% para 9,3%, e o universo de empresas que pretendem cortar vagas aumentou de 16,1% para 20,9%. O ceticismo empresarial também pode ser notado pela avaliação sobre o nível de estoques. Na sondagem, 12,7% indicaram que o volume está excessivo, ante 12,2% que tinham essa mesma visão em maio último.
Também ocorreu baixa de 0,5 ponto percentual no Nível de Utilização da Capacidade Instalada, que passou para 74,2%, o menor desde dezembro do ano passado.