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financiamento

- Publicada em 26 de Junho de 2017 às 21:46

Fundo Brasil-China já opera com US$ 20 bilhões

Arbache anunciou que programa financiará apenas projetos brasileiros

Arbache anunciou que programa financiará apenas projetos brasileiros


WILSON DIAS/WILSON DIAS/ABR/JC
Começou a operar nesta segunda-feira o Fundo de Cooperação para Expansão e Capacidade Produtiva Brasil-China, que disponibilizará US$ 20 bilhões em créditos para projetos nas áreas de infraestrutura, manufatura, tecnologia e agronegócio. Os interessados já podem submeter propostas à análise de um grupo técnico e de um Comitê Diretivo formado por autoridades brasileiras e chinesas.
Começou a operar nesta segunda-feira o Fundo de Cooperação para Expansão e Capacidade Produtiva Brasil-China, que disponibilizará US$ 20 bilhões em créditos para projetos nas áreas de infraestrutura, manufatura, tecnologia e agronegócio. Os interessados já podem submeter propostas à análise de um grupo técnico e de um Comitê Diretivo formado por autoridades brasileiras e chinesas.
O fundo financiará exclusivamente projetos brasileiros e terá aporte US$ 15 bilhões da China, por meio do Claifund, o Fundo de Cooperação Chinês para Investimento na América Latina. Os outros US$ 5 bilhões correspondem a parte que cabe ao Brasil. Será mantida a proporção de R$ 3,00 da China para cada R$ 1,00 brasileiro.
O crédito brasileiro virá preferencialmente da Caixa Econômica Federal e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes). No entanto, segundo Jorge Arbache, secretário de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, isso não impede a participação de outros bancos do País com interesse em conceder o financiamento.
"Com o objetivo de criar competição, demos a preferência para Bndes e Caixa, mas não exclusividade. Se o projeto entrar (para análise) tendo o Banco do Brasil como apoiador, não terá Bndes, nem Caixa", explicou. Arbache frisou que não haverá aportes do Tesouro Nacional.
O secretário explicou que os prazos, taxas de juros e o tipo de crédito concedido dependerão do perfil de cada projeto. "Os bancos dos dois lados (Brasil e China) sentarão à mesa e farão toda a análise dos projetos", informou. Antes de chegar para análise dos bancos, as propostas passarão pelo crivo do Comitê Diretivo, que conferirá ou não o selo de prioridade.
Para submeter um projeto à análise é aconselhável que o interessado leia primeiro um manual operacional disponibilizado pelo Planejamento. O próximo passo é preencher uma carta consulta na página do Fundo Brasil-China na internet.
"A gente espera que ao longo das próximas semanas receba os primeiros projetos. Já sabemos que há muitos interessados. Bancos brasileiros já informaram que têm projetos vinculados aos seus clientes com interesse de entrar", informou Jorge Arbache. Segundo ele, não está descartada a disponibilização de recursos superiores aos US$ 20 bilhões iniciais, dependendo da demanda.
Segundo Arbache, o fundo tem características especiais em relação aos mantidos pela China com outros países. De acordo com o secretário, o país asiático mantém outros 16 fundos, mas todos são unilaterais, ou seja, os recursos são integralmente chineses. Com o compartilhamento dos aportes por China e Brasil, as decisões também serão compartilhadas, o que, segundo ele, é uma "singularidade".
Além disso, não haverá condicionantes como exigência de participação de empresas chinesas ou de compra de material do país asiático para que os projetos sejam viabilizados. Para o secretário, além do financiamento de projetos, o fundo favorecerá a aproximação entre os dois países.
"O fundo vai criar oportunidades de aproximação, de diálogo entre os dois governos e os bancos dos dois lados, que, de outra forma, a gente talvez demorasse muito tempo para ver acontecer. Achamos que as consequências dessa aproximação irão muito além do financiamento de projetos."

Rabello de Castro defende saída da família Batista da JBS

Executivo questiona presença de Joesley e Wesley no conselho

Executivo questiona presença de Joesley e Wesley no conselho


/FREDY VIEIRA/JC
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), Paulo Rabello de Castro, defendeu a revisão da composição do conselho de administração da JBS e o afastamento da família Batista do comando da companhia. O dirigente foi questionado sobre a posição do Bndes quanto à participação dos irmãos Joesley e Wesley Batista do comando da JBS em entrevista coletiva após o lançamento do Canal do Desenvolvedor MPME, voltado para o financiamento das micro, pequenas e médias empresas.
"Quando você tem uma megaempresa como essa, de nível mundial, o correto, o ideal, mesmo que o controlador tenha dado, em passos anteriores, grandes e notáveis contribuições para o desenvolvimento, chega um determinado momento em que o ideal é que a companhia esteja completamente profissionalizada, porque começam a surgir, e podem surgir em qualquer empresa, alguns conflitos de interesse entre alguém que detém 40% de uma companhia e os interesses que dizem respeito a 100% do capital acionário", ressaltou Rabello de Castro.
Acionista com participação de mais de 20% na JBS, o Bndes solicitou a convocação de uma assembleia geral extraordinária para discutir o assunto, informou o presidente do banco. "Se a companhia, além do mais, está passando por um período delicado, que é associado à figura desses administradores, mais uma razão para que essa composição (do conselho) seja revista", completou.
A JBS é investigada pela Polícia Federal na Operação Bullish, que apura se o Bndes teria favorecido o grupo em um esquema que envolveu - considerando todas as operações realizadas - cerca de R$ 8,1 bilhões em financiamentos. Os aportes ocorreram entre os anos de 2007 e 2011. Joesley Batista prestou depoimento sobre o caso na semana passada, porque, quando a operação foi deflagrada, em 12 de maio, estava fora do País. Ele também fez denúncia contra o presidente Michel Temer em delação premiada cuja validade está sendo discutida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O empresário também gravou uma conversa com o presidente Temer que deflagrou uma grave crise política.
 

Bndes lança canal on-line para pequenas e médias empresas

Os micro, pequenos e médios empresários contam, desde ontem, com um canal que permite, de forma ágil, realizar a solicitação de crédito diretamente ao sistema bancário. O Canal do Desenvolvedor MPME (www.bndes.gov.br/canal-mpme), direcionado às micro, pequenas e médias empresas, é uma plataforma de relacionamento pela internet exclusiva para essa faixa.
O canal foi lançado em São Paulo pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes). Pela primeira vez, o banco passa a se comunicar diretamente com o empreendedor interessado em suas linhas de financiamento. "É um instrumento que pretende levar informação sobre o crédito ao micro e pequeno empresário. A lógica é expandir o crédito", frisou o diretor da área de operações indiretas do Bndes, Ricardo Ramos.
Por meio de uma plataforma simplificada e interativa, as micro, pequenas e médias empresas com faturamento anual de até R$ 300 milhões podem manifestar o interesse por crédito e obter melhores condições de negociação com os bancos. O empresário identifica as linhas de crédito mais adequadas para o seu empreendimento, simula financiamentos, aponta os agentes financeiros intermediadores (bancos) de sua preferência e encaminha, de forma ágil, seu interesse. O canal pode também ser acessado por dispositivos móveis (celulares e tablets).
Segundo o presidente do Bndes, Paulo Rabello de Castro, o banco pretende aumentar a capilaridade de seus recursos dentro da linha das Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPMEs). "O desenvolvimento do banco tem sido gradual e firme. No próximo ano, estaremos com 50% (de empréstimos para as MPME), e essa ferramenta é o que me habilita a dizer isso", afirmou.
Rabello de Castro disse ainda que o Bndes vai aumentar a oferta dos recursos disponíveis de forma geral. "Nós pretendemos sair dos R$ 85 bilhões, em média, de desembolso anual, para algo superior a R$ 100 bilhões daqui até o final do ano, e assim acelerar o processo de aproximação das necessidades de fomento e desenvolvimento do País."
Para o presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Afif Domingos, a ferramenta vai permitir que as pequenas empresas tenham mais acesso ao financiamento. "O desafio é chegar à imensa maioria dos 83% do universo de micro e pequenas empresas que não têm acesso ao sistema de financiamento."