Nesta terça e quarta-feira, acontecerá na capital gaúcha a Conferência Internacional Recursos Hídricos e RegionsAdapt. O evento, que abordará a questão das mudanças climáticas, é organizado pelo governo do Estado, em parceria com a nrg4SD (Network of Regional Governments for Sustainable Development - Rede de Governos Regionais para o Desenvolvimento Sustentável). O encontro será aberto hoje, às 9h, no Everest Porto Alegre Hotel, rua Duque de Caxias, 1.357.
A presidente da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e secretária do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável, Ana Pellini, frisa que as consequências das mudanças climáticas podem ser percebidas em todo o planeta, inclusive no Estado. A dirigente cita como exemplo disso as ocorrências cada vez mais intensas de secas, enxurradas e vendavais, e acrescenta que as mudanças climáticas, além de afetar a segurança das pessoas, influem na produção de alimentos.
Participarão da conferência em Porto Alegre representantes da Agência Nacional de Águas (ANA), Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), Instituto Nacional de Meteorologia do Brasil (Inmet), universidades, entre outros. Um assunto discutido no encontro será a possibilidade de implantação de uma rede de monitoramento hidrometeorológico integrada entre o Brasil, a Argentina e o Uruguai. A ideia é consolidar uma ferramenta de gestão de risco de desastres e de adaptação às mudanças climáticas.
Apesar da crescente preocupação quanto aos impactos ambientais, o diretor do Departamento de Recursos Hídricos da Secretaria do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável, Fernando Meirelles, alerta que a sociedade, normalmente, somente dá a devida atenção aos recursos naturais na falta deles. Ele destaca que dados sobre saneamento colhidos em 2015 apontam que o consumo per capita de água no estado do Rio de Janeiro era de 250 litros por dia. Já em São Paulo o consumo foi de 150 litros. Meirelles atribui essa diferença justamente às dificuldades hídricas enfrentadas pelos paulistas recentemente.
Quanto ao cenário mundial, sobre o fato do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter retirado o país do Acordo de Paris, que prevê a colaboração de nações para o combate às mudanças climáticas, a secretária argumenta que as empresas norte-americanas estão aderindo a tecnologias mais limpas, mas que a decisão do dirigente não deve refrear a tendência global de aumentar os cuidados com o meio ambiente.