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Conjuntura Internacional

- Publicada em 19 de Junho de 2017 às 18:52

Itamaraty busca ampliar cooperação com o Brics

Nunes e Xi Jinping destacaram importância da organização

Nunes e Xi Jinping destacaram importância da organização


NICOLAS ASFOURI/NICOLAS ASFOURI/AFP/JC
O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, defendeu ontem, em Pequim, um aprofundamento da cooperação econômica entre os países que compõem o Brics, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Ele participou da reunião preparatória dos chanceleres do grupo das economias emergentes para a próxima cúpula do Brics, que ocorrerá em setembro na cidade chinesa de Xiamen.
O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, defendeu ontem, em Pequim, um aprofundamento da cooperação econômica entre os países que compõem o Brics, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Ele participou da reunião preparatória dos chanceleres do grupo das economias emergentes para a próxima cúpula do Brics, que ocorrerá em setembro na cidade chinesa de Xiamen.
"Eu me refiro a eliminarmos obstáculos que existem ainda ao livre comércio entre os nossos países, criarmos modalidades práticas de facilitação do comércio entre nós, e também, no que se refere a investimentos, caminharmos para regras que favoreçam os investimentos intra-Brics, de modo a termos uma maior integração produtiva dos nossos países", disse.
Em relação aos novos desafios globais como terrorismo, tráfico de drogas e crimes financeiros transnacionais, Aloysio Nunes destacou que os países do Brics precisam aprofundar os mecanismos de cooperação, especialmente entre os órgãos de inteligência para o compartilhamento de informações relevantes.
Em comunicado conjunto, os chanceleres condenaram os ataques terroristas no mundo, incluindo em alguns dos países do bloco. No documento, eles reafirmaram a necessidade de a comunidade internacional estabelecer uma coalizão abrangente de contraterrorismo e de apoio ao papel central da Organização das Nações Unidas no combate ao terrorismo. "Eles (os ministros) relembram a responsabilidade de todos os Estados de prevenir o financiamento às redes terroristas e as ações terroristas dos seus territórios", diz o texto.
Perguntado sobre questionamentos na imprensa internacional sobre o futuro do Brics, o chanceler chinês Wang Yi ressaltou que o grupo tem "vitalidade" e "grande potencial" para o desenvolvimento de longo prazo dos mercados emergentes. Segundo ele, projeções do Fundo Monetário Internacional indicam que os países do bloco contribuíram com 50% do crescimento mundial nos últimos 10 anos.
Após a reunião, os chanceleres foram recebidos pelo presidente da China, Xi Jinping, no Palácio do Povo, na região Central de Pequim. Segundo o líder chinês, o Brics entra na sua segunda "década dourada" de cooperação e é fundamental para fazer frente a um cenário internacional permeado de complexidades em escala global.
Segundo o Itamaraty, a coordenação entre Brasil, Rússia, Índia e China começou de maneira informal em 2006, com reunião de trabalho à margem da abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas. Em 2007, os países verificaram que o interesse em aprofundar o diálogo merecia a organização de reunião específica de chanceleres do então Bric - ainda sem a África do Sul, que ingressou no grupo em 2010.
A primeira reunião formal de chanceleres do Bric foi realizada em 2008, em Ecaterimburgo, na Rússia. Desde então, o acrônimo, formulado em 2001 pelo economista Jim O'Neill, do banco Goldman Sachs, não mais se limitou a identificar quatro economias emergentes, passando o Brics a constituir uma nova entidade político-diplomática. Desde 2009, os chefes de Estado e de governo do grupo se encontram anualmente.
A 9ª Cúpula do Brics ocorrerá entre os dias 3 e 5 de setembro em Xiamen, cidade de 3,8 milhões de habitantes situada na província de Fujian, na costa Sudeste da China.
 

Migração de bancos à Europa preocupa BCE

A supervisora bancária do Banco Central Europeu (BCE), Daniele Nouy, disse estar preocupada com a possibilidade de instituições financeiras que cheguem à Europa em decorrência do Brexit explorem lacunas na regulamentação financeira do continente para evitar a supervisão do setor.
Segundo ela, o BCE está se assegurando de que os bancos vindos do Reino Unido sejam tratados da mesma maneira que os demais na região, de forma que não haja margem de manobra para arbitragem entre abordagens de supervisão. Entretanto, Daniele destacou que há limites para a atuação do BCE "e estamos preocupados com isso".

Temer viaja para Rússia e Noruega e Rodrigo Maia assume o comando do País

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), assumiu ontem, interinamente, a presidência da República com a viagem iniciada pelo presidente Michel Temer à Rússia e a Noruega. Temer ficará fora do País até a próxima sexta-feira. Hoje e quarta-feira Temer tem compromissos na Rússia e nos dias 22 e 23 cumpre agenda na Noruega.
Na Rússia, além do encontro com o presidente Vladimir Putin, Temer manterá reuniões com o primeiro-ministro Dmitry Medvedev e participará de reunião com investidores russos. Em Moscou, está prevista também a assinatura de instrumentos bilaterais em temas como promoção de comércio e investimentos, intercâmbio cultural e consultas políticas. Em Oslo, capital da Noruega, Temer vai se encontrar com o Rei Harald V e com a primeira-ministra Erna Solberg, além de se reunir com investidores noruegueses.

Reino Unido começa negociação sobre o Brexit em posição desfavorável

O Reino Unido e a União Europeia (EU) iniciaram ontem as negociações do Brexit. A saída britânica no bloco regional, aprovada por margem apertada em plebiscito em junho 2016, porá fim a 44 anos de integração. O secretário britânico para o Brexit, David Davis, se reuniu em Bruxelas com o negociador da UE, Michael Barnier. Juntos, eles decidiram o cronograma e os principais temas das negociações, que devem se estender até março de 2019.
As conversas deverão ocorrer uma vez por mês e os temas de negociação serão concentrados em três áreas: os direitos dos 3 milhões de cidadãos europeus que vivem no Reino Unido, o possível pagamento de uma multa pelo Reino Unido e outros assuntos. Paralelamente, será discutida a situação do controle na fronteira com a Irlanda, que passará a ser primeira fronteira terrestre do Reino Unido com a UE.
Os dois lados expressaram otimismo em relação às chances de chegar a um acordo. Davis afirmou que as conversas foram "bastante produtivas" e Barnier disse que as partes começaram as conversas "com o pé direito". Ainda assim, o Reino Unido parece ter saído em posição desfavorável.
Quando deflagrou formalmente o processo de saída da UE, em março, A primeira-ministra Theresa May prometeu pressionar a UE a discutir a separação simultaneamente aos termos das futuras relações do Reino Unido com o bloco.
No entanto, Barnier declarou que primeiro será discutido o Brexit para, em um segundo momento, "abranger nosso relacionamento futuro". Davis negou ter capitulado à UE, dizendo que o mais importante é como as negociações terminarão e não como começaram. O representante da UE também disse que não pretende fazer "concessões" aos britânicos, ressaltando que "não se trata de punição ou vingança".