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Conjuntura

- Publicada em 11 de Junho de 2017 às 19:52

Economia vira 'tábua de salvação' para Temer

A perspectiva de melhora da economia virou, mais do que nunca, a tábua de salvação para o grupo político de Michel Temer, de acordo com analistas ouvidos após a votação dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Depois de se livrar da cassação pelos magistrados, que absolveram a chapa Dilma-Temer na sexta-feira, o presidente deve se escorar nos números de crescimento do País, ainda que modestos, para permanecer no Palácio do Planalto até o fim de 2018.
A perspectiva de melhora da economia virou, mais do que nunca, a tábua de salvação para o grupo político de Michel Temer, de acordo com analistas ouvidos após a votação dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Depois de se livrar da cassação pelos magistrados, que absolveram a chapa Dilma-Temer na sexta-feira, o presidente deve se escorar nos números de crescimento do País, ainda que modestos, para permanecer no Palácio do Planalto até o fim de 2018.
Enquanto os ministros do TSE entravam na fase final do julgamento do processo, o presidente manteve a estratégia de que o "País não pode parar" e usou as redes sociais para comemorar o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). "Nossa economia dá mais um sinal de recuperação. Temos a menor inflação desde maio de 2007. O poder de compra do brasileiro aumentou", escreveu Temer no Twitter.
No início do mês, o presidente reagiu ao anúncio de crescimento de 1% do PIB do primeiro trimestre dizendo que a recessão havia acabado. O mesmo tom já havia sido adotado logo após a divulgação da gravação em que ele conversa com o empresário Joesley Batista, da JBS, em um encontro secreto no Palácio do Jaburu. Nos discursos seguintes, em que afastava a possibilidade de renúncia, Temer atrelou sua permanência no poder à continuidade de melhora dos indicadores econômicos.
"Não é bem assim. Se continuar no rumo em que está, a economia está blindada. O mercado já acertou alguns pontos-chave, a inflação está em queda, os juros reais vão continuar caindo. A permanência de Temer, na verdade, ficou irrelevante. O principal elemento que se esperava de seu governo era a aprovação da reforma da Previdência, que já foi entendida pelo mercado que não irá acontecer", diz André Perfeito, da Gradual Investimentos. Segundo ele, depois da queda de 8,8% na bolsa após a divulgação da gravação da JBS, a economia deve reagir sem sobressaltos, porque grande parte do ajuste já foi feita. "É preocupante que a economia fique em segundo plano agora, mas o problema do Brasil é político, e isso só deve se resolver por completo com a eleição de 2018."
"O que aconteceu nessa crise envolvendo o presidente deixou um sinal do que pode afetar a economia", diz Sergio Vale, da MB Associados. "Ficou claro para o mercado que, se a equipe econômica for mantida, mesmo que com um novo presidente, o impacto na economia será muito amortecido." Para Vale, o atual momento lembra 2005, após a divulgação do mensalão. "Foram três meses turbulentos, mas a economia não sofreu, porque a trajetória da política econômica não teve alteração."

Inflação em 12 meses é a menor desde maio de 2007

A inflação de maio, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), dobrou na comparação com abril, mas veio abaixo do esperado por analistas. O próprio IBGE, que divulgou na sexta-feira o índice oficial de preços do País, alertou que a alta de 0,31% em maio (ante 0,14% em abril) está relacionada a um fator pontual, a correção no preço da conta de luz.
Em 12 meses, o IPCA registra alta de 3,6%, abaixo da meta do Banco Central (BC), de 4,5%. É a menor variação acumulada desde maio de 2007.
Apesar da tarifa de energia elétrica, a demanda fraca e a grande oferta de alimentos, na esteira da supersafra de grãos prevista para este ano, apontam para uma inflação comportada. Tanto que o grupo Alimentação e Bebidas registrou deflação de 0,35% em maio, embora no acumulado em 12 meses ainda apresente elevação de 2,36%.
"A trajetória descendente da inflação é alimentada pelos preços dos alimentos", disse a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos.