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Turismo

- Publicada em 11 de Junho de 2017 às 21:28

Hotéis tentam alavancar taxa de ocupação

Apenas um hotel foi inaugurado neste ano na cidade, o Intercity

Apenas um hotel foi inaugurado neste ano na cidade, o Intercity


MARCELO G. RIBEIRO/MARCELO G. RIBEIRO/JC
A taxa de ocupação do setor de hospedagem de Porto Alegre cresceu 6% nos últimos dois meses (4% em abril frente a março, e 2% em maio frente a abril), após ter amargado estabilidade no indicador durante o primeiro quadrimestre do ano. Desde o final de 2016, a média de ocupação nos 96 estabelecimentos da Capital vinha no mesmo compasso: não passava de 45%. Como forma de reagir ao marasmo, entidades do setor de turismo e hoteleiros devem acirrar nas promoções nos preços das diárias para o segundo semestre. Um exemplo são as campanhas que devem ser lançadas oficialmente pelo Porto Alegre Convention & Visitors Bureau (POA CVB) nos próximos 30 dias.
A taxa de ocupação do setor de hospedagem de Porto Alegre cresceu 6% nos últimos dois meses (4% em abril frente a março, e 2% em maio frente a abril), após ter amargado estabilidade no indicador durante o primeiro quadrimestre do ano. Desde o final de 2016, a média de ocupação nos 96 estabelecimentos da Capital vinha no mesmo compasso: não passava de 45%. Como forma de reagir ao marasmo, entidades do setor de turismo e hoteleiros devem acirrar nas promoções nos preços das diárias para o segundo semestre. Um exemplo são as campanhas que devem ser lançadas oficialmente pelo Porto Alegre Convention & Visitors Bureau (POA CVB) nos próximos 30 dias.
A Diária Cultural promoverá descontos a partir de 25% sobre a menor tarifa praticada para turistas que apresentarem ingressos de atividades culturais na cidade para o período de hospedagem. Já a campanha Go Shopping irá beneficiar hóspedes que apresentarem nota fiscal de compras em estabelecimentos conveniados ao Sindicato dos Lojistas de Porto Alegre (Sindilojas POA) ou à Câmara de Dirigentes Lojistas da Capital (CDL POA). E a promoção Porto Alegre Hotel Clube será destinada a torcedores que desembarcarem na cidade para assistir a um dos 30 a 40 jogos de futebol previstos para ocorrer ainda em 2017.
"Neste último caso, ainda vamos fazer uma aproximação com os cônsules do Grêmio e do Inter no interior do Estado, e com integrantes das torcidas organizadas, além das agências de turismo que atendem aos dois clubes", explica o presidente do POA CVB, Maurício Cavichion. O dirigente comenta que o setor está empenhado em tornar a capital gaúcha um destino atrativo para visitantes de localidades próximas passarem uma noite de lazer. Um dos empecilhos, na opinião do presidente do Sindicato de Hotéis de Porto Alegre (SHPOA), Carlos Henrique Schmidt, é a decadência do Centro da cidade. Isso tem impactado na taxa de ocupação da rede hoteleira do Centro Histórico (que conta com 42 estabelecimentos do gênero), que está perdendo clientes para bairros próximos ao aeroporto, complementa o diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Estado (ABIH-RS), José Justo. Na semana retrasada, o dirigente realizou entrevistas com mais de 100 pessoas, e 80 delas afirmaram que abandonaram o Centro devido à sujeira e violência crescente.
"Limpeza e segurança são necessidades de primeira ordem, por isso vamos desencadear trabalhos com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Município, para acelerar parcerias entre a inciativa privada e o poder público em prol de resoluções para estas questões", promete o presidente do POA-CVB. O dirigente da ABIH-RS destaca que também em vista da oferta ser maior que a demanda, houve uma redução de inaugurações no segmento hoteleiro. "Em 2017, até agora o único estabelecimento novo foi o Intercity, que abriu as portas no bairro Cidade Baixa", comenta Justo. "Mas a boa notícia é que neste mesmo período não ocorreram fechamentos de empresas, apesar de muitas demissões."
"Há quatro anos já havia sido avisado que a cidade não precisava de tanta oferta hoteleira, mas assim mesmo se incentivou a criação de mais hotéis, por causa da Copa de 2014", dispara o diretor de Turismo da Secretaria da Cultura, Turismo, Esporte e Lazer (Sedactel), Abdon Barreto Filho, lembrando que a Capital passou de 18 mil para 21 mil leitos antes mesmo do mundial de futebol ocorrer. "Hoje Porto Alegre tem excesso de oferta, em meio a um período de crise econômica e disputa ainda, de forma acirrada, com outros destinos para captar fluxo de visitantes." Na avaliação do gestor, a saída é buscar segmentos que despertem o interesse dos turistas. "Recentemente fomentamos alguns eventos, como a Noite dos Museus, que foi um sucesso. Entretanto, tem variáveis incontroláveis que prejudicam o setor, como a política e economia que interferem negativamente."

Demissões na rede hoteleira da Capital chegam a 20%

De acordo com o diretor da ABIH, José Justo, desde janeiro o quadro pessoal da hotelaria reduziu em 20% na Capital. "Com isso, é claro que também cai a qualidade dos serviços, pois é menos gente para dar conta de setores como os de limpeza e atendimento dos estabelecimentos", observa. Outro movimento que ocorreu foi a mudança de escolha de hóspedes, com foco no valor das diárias.
"Devido ao empobrecimento da população em vista da economia, aqueles que precisam viajar para trabalhar estão abrindo mão de uma cama ou chuveiro melhor, para pagarem mais barato a hospedagem", avalia Justo. E, mesmo que isso interfira na sustentabilidade e manutenção das empresas, este ano alguns hotéis baixaram o valor das diárias em torno de 3% a 5%, de acordo com o presidente do SHPOA, Carlos Schmidt. "Nosso setor é o primeiro a sentir a queda do crescimento da economia e o último a se recuperar", lamenta o dirigente.
Schmidt reforça que a Capital necessita de investimentos no turismo para possibilitar um crescimento na ocupação de hotéis locais. "Porto Alegre está precisando de uma política de turismo com ações de curto a médio prazo para que o setor possa voltar a crescer." O dirigente do SHPOA salienta, que "o fechamento das Secretarias de Turismo Estadual e Municipal, foram mais um duro golpe ao setor, demonstrando o total desconhecimento da importância que o turismo pode representar para a economia local".