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Conjuntura

- Publicada em 07 de Junho de 2017 às 20:36

OCDE alerta para maior risco político brasileiro

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) afirma, em seu relatório sobre perspectivas econômicas, divulgado ontem, que a incerteza política no Brasil representa "riscos significativos" para o crescimento econômico do País. A afirmação, contudo, não preocupou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que está na sede da OCDE, em Paris, para acompanhar a reunião ministerial anual do chamado "grupo dos ricos".
A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) afirma, em seu relatório sobre perspectivas econômicas, divulgado ontem, que a incerteza política no Brasil representa "riscos significativos" para o crescimento econômico do País. A afirmação, contudo, não preocupou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que está na sede da OCDE, em Paris, para acompanhar a reunião ministerial anual do chamado "grupo dos ricos".
O ministro acredita que o órgão não se refere aos recentes escândalos envolvendo o presidente Michel Temer e pessoas ligadas a ele e não é a principal preocupação dos investidores. Para Meirelles, a OCDE - para a qual o Brasil enviou pedido formal de adesão na semana passada - não está falando de casos relacionados aos últimos dias ou semanas no País, mas em questões políticas que ocorreram "ao longo do último ano e até de um período mais prolongado".
Para o ministro, o que está ficando claro para seus interlocutores em Paris é que o Brasil retomou o crescimento. "Portanto o foco importante aqui é o longo prazo, da entrada do Brasil na OCDE e do processo que já iniciamos no último ano", disse. "Os investidores estão preocupados com as perspectivas para o seu investimento. Em resumo: qual será o crescimento do País nos próximos anos", afirmou Meirelles, negando que seus interlocutores estejam preocupados com a questão política no País.
O ministro disse, ainda, que o crescimento do PIB brasileiro para 2018 deve ultrapassar as projeções da OCDE e ficar acima de 1,6%. Segundo ele, a economia brasileira deve entrar 2018 crescendo a um ritmo de 3% - o que poderia levar a um crescimento maior do que o previsto pelo organismo.
Para 2017, as projeções se invertem, e é o órgão que prevê crescimento maior: 0,7%, contra 0,5% do Ministério da Fazenda. "Não existe erro e acerto em previsão. O que existe são previsões mais conservadoras, previsões que eu chamaria de realistas, e também as otimistas. É normal que órgãos multilaterais - seja OCDE, FMI ou Banco Mundial - tendam a ser conservadores nas suas previsões", afirmou o ministro.

'O Brasil já é da família', afirma secretário-geral

O Brasil não deve ter problemas para ver aprovado seu pedido de adesão à OCDE, garantiu o secretário-geral do organismo, Angel Gurría. "O Brasil cumpre plenamente com todas as condições prévias. Já é da família, como um primo muito próximo", disse Gurría.
Na semana passada, o governo brasileiro enviou um pedido formal de adesão à OCDE, colocando fim a anos de especulação sobre uma possível entrada oficial do País no grupo. A candidatura precisa, agora, ser aprovada pelo conselho da organização, composto por representantes de seus 35 países membros. A partir daí, terão início as negociações de entrada.
Segundo o dirigente, a partir de hoje os membros da entidade vão começar a discutir o pedido brasileiro. "Em 12 de julho, haverá uma decisão para iniciar o processo", disse Gurría. Ele acredita que a proximidade e a longa colaboração entre Brasil e OCDE vão ajudar a acelerar o processo. A rapidez da análise do pedido se deve, segundo Gurría, à longa história de cooperação entre OCDE e Brasil, iniciada nos anos 1990 e elevada a um outro nível em 2007, quando o País passou a ser considerado "parceiro-chave" do organismo.
Dado o sinal verde à candidatura, o processo de adesão deve, no entanto, ter a mesma duração média de outros países: cerca de três anos. "O Brasil vai entrar numa interlocução com 25 comitês diferentes, cada um separadamente e em temas como saúde, educação, impostos, corrupção, transparência", entre outros, explicou Gurría.
Sobre a crise política vivida no País e seu possível impacto sobre a candidatura brasileira, Gurría disse que a OCDE segue "com muito interesse os acontecimentos no Brasil" e que o organismo continuará o processo de "avançar na parte substancial em todos esses comitês, que seguirão trabalhando em paralelo" às decisões da política nacional.